Agora que a espera pelo Kia Rio acabou, o Grupo Gandini começa a olhar para os próximos lançamentos para o Brasil. A Kia diz que trará dois híbridos e dois modelos renovados ao país ainda em 2020, e também comenta sobre a possibilidade de vender um SUV compacto em nosso mercado. Porém, a reportagem do Motor1.com apurou que as informações a respeito do crossover são contraditórias e indicam que o carro não chegará tão cedo.
José Luiz Gandini, presidente da Kia no Brasil, declara que a marca lançará um SUV no Brasil no 2º semestre de 2020, sem cravar exatamente qual é. Ele deu algumas dicas, dizendo que não é feito no México e que não é o Stonic (que veio ao Salão do Automóvel de São Paulo, em 2018). Isso deixa claro que ele fala do Seltos, produzido na Índia e na Coréia do Sul e que é vendido em muitos outros mercados como Estados Unidos e China (onde é chamado de KX3).
No entanto, conversando com outros executivos da marca, ouvimos que a história não é bem assim. O Seltos está no Brasil para testes e o início da homologação, o que levará um tempo para ser finalizado. Ainda há outras dificuldades que podem atrasar a estreia do modelo. Ao contrário do Rio, que vem do México e aproveita o acordo comercial entre os dois países, o Seltos virá da Índia, que já exporta o crossover para outros mercados. Isso já aumentará o preço do carro por conta do Imposto de Importação. Outro motivo apontado é a instabilidade da cotação do dólar, que está muito alta.
O fato dele ser produzido na Índia gera mais um problema. Como o país é o único que fabrica o crossover para exportação, ele precisa atender à demanda de todos os mercados que vendem o veículo: África do Sul, Ásia, Indonésia, Oriente Médio e alguns países da América do Sul que já iniciaram a venda do Seltos – como a Argentina. A versão produzida na Coreia do Sul, até o momento, será exportada somente para os Estados Unidos.
Outro modelo citado por Gandini é o Kia Sonet, crossover com menos de quatro metros de comprimento baseado no Hyundai Venue, e que será revelado neste ano na Índia. Embora Gandini tenha comentado que seria uma possibilidade, outras fontes dizem que seria difícil trazer este modelo ao país pois não teria preço para ser competitivo – motivo pelo qual a geração atual do Picanto deixou de ser oferecida por aqui tão rapidamente.
A aposta no Seltos está tão em segundo plano que a Kia falou oficialmente somente sobre o lançamento de dois carros híbridos e “duas renovações” para nosso mercado em 2020. Os dois híbridos serão o sedã Optima e o crossover Niro, ainda sem preços divulgados ou uma data confirmada para a apresentação.
O Optima tem um pequeno problema. Embora ele tenha ganhado sua quinta geração no final do ano passado, quando foi rebatizado como K5, a motorização híbrida ainda não está disponível para o veículo. Então a Kia teria que apostar na geração anterior, da mesma forma que a Volkswagen fez com o Golf GTE. Se for o caso, o Optima virá com um motor 2.0 de quatro cilindros e outro elétrico, entregando um total de 195 cv e 37,4 kgfm de torque. Por ser um plug-in, tem um conjunto de baterias de 9,8 kWh, o suficiente para que tenha uma autonomia de 43 km no modo elétrico.
No caso do Niro, embora ele tenha versões híbridas convencional e plug-in, a Kia já confirma que trará a primeira opção. A motorização é formada por um 1.6 aspirado e um motor elétrico, com uma potência combinada de 141 cv e um torque de 26,9 kgfm. O híbrido normal entrega um rendimento de até 21,2 km/litro.
Executivos da marca descartam as chances da Kia vender um carro elétrico no Brasil, seja ele o Niro EV ou o Soul EV, ao menos por enquanto. A justificativa seria a falta de infraestrutura de carregadores, principalmente em alguns locais onde a marca tem concessionárias. Os híbridos são vistos como uma opção mais adequada à realidade brasileira, por não depender de uma tomada específica para recargas.
A Kia não lançará apenas híbridos neste ano. Durante a apresentação do Rio, a fabricante disse que trará “a renovação total de dois modelos bem conhecidos pelos brasileiros”. Conversando com alguns executivos, Motor1.com apurou que trata-se da volta do Optima e da nova geração do crossover Soul, dois carros que já foram vendidos no Brasil anteriormente.
A vinda do novo Soul ao Brasil já era esperada, após algumas declarações de Gandini sobre o modelo. O plano era trazê-lo tanto nas versões normais quanto na variante elétrica – que até apareceu no Salão do Automóvel de 2018. Porém, como a empresa mudou de ideia sobre a viabilidade dos elétricos no país, o crossover virá somente com motores convencionais. Manterá o motor 1.6 aspirado, mas agora na versão de 130 cv adotada pelo Rio, e com câmbio automático de 6 marchas.
O segundo modelo será o K5, novo nome utilizado pelo Optima. A aposta da Kia está em seu design ousado e que irá ditar as regras para os próximos carros da fabricante. Além disso, trazer a nova geração facilitará na hora de oferecer a variante híbrida baseada neste modelo. Mas ainda levará um tempo, já que o K5 estreou no resto do mundo com opções de motores que vão do 1.6 turbo de 180 cv até um 2.5 turbo de 304 cv.
Outro modelo na mira da Kia, mas que só fará sua estreia no ano que vem, é a quarta geração do Sorento. O veículo será revelado no dia 17 de fevereiro na Coréia do Sul e deve começar a chegar a outros mercados no 2º semestre de 2020. Terá um design bem interessante (projeção acima), mais próximo do enorme Telluride e até mesmo do novo K5. Os motores ainda não são conhecidos, podendo renovar os atuais 3.3 V6 e 2.4 de quatro cilindros, ou adotar novas mecânicas.
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