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Teste Fiat Toro Volcano 2.0 turbodiesel 2022: ainda vale a pena?

Com a chegada do motor 1.3 turbo, o 2.0 turbodiesel perdeu a posição de mais potente na picape. Vale o valor extra?

Fiat Toro Volcano 2.0 turbodiesel 2022 - Teste Motor1.com
05:48

Com a reestilização da Fiat Toro 2022, a picape queridinha do mercado brasileiro corrigiu diversas falhas, como seu motor flex aspirado. Apesar de manter o 1.8 na versão de entrada, as demais versões estrearam o 1.3 turbo da Stellantis, com até 185 cv e 27,5 kgfm de torque. Já mostramos como isso ajudou a picape a dar um salto aqui no Motor1.com

Ao mesmo tempo, a Fiat manteve a Toro com o motor 2.0 turbodiesel, câmbio automático de 9 marchas e tração integral disponível na linha completa. Mesmo menos potente, tem mais torque e algumas particularidades que ainda justificam sua manutenção na linha. E aqui testamos a Toro Volcano 2.0 turbodiesel, a última versão que pode ser tanto 1.3 turbo quanto 2.0 turbodiesel para mostrar as vantagens (e desvantagens) de se pagar mais caro pelo motor diesel. 

Fiat Toro Volcano 2.0 turbodiesel 2022 - Teste Motor1.com

Identificada por detalhes

Visualmente, a Toro Volcano 1.3 turbo e 2.0 turbodiesel são idênticas. Mesmo os mais atentos vão entrar em um jogo de sete erros, tamanho trabalho que vão ter para encontrar a única diferença perceptível na Volcano 2.0, um emblema da tampa da caçamba. Ao lado do nome da versão à direita, o logo “4X4 Diesel” mostra que ali tem um conjunto mecânico diferente. De resto, você leva para casa o mesmo visual da versão flex.

Ou seja, estamos falando da nova grade dianteira com filetes horizontais e o logo Fiat por extenso, faróis mais afilados em LEDs, nova luz diurna em LED (que agora inclui também as setas), régua cromada ligando os faróis e o capô, que recebeu uma parte côncava no meio da peça em uma tentativa de dar uma cara mais robusta à picape, além dos faróis de neblina também em LEDs.

Já as rodas de 18" com pneus 225/60, skid plate dianteiro pintado de prata, retrovisores em preto brilhante, frisos cromados nas janelas laterais e base das portas e o rack de teto prateado são itens estéticos que diferenciam a versão Volcano da Freedom, posicionada logo abaixo.

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A Toro Volcano turbodiesel também traz o mesmo visual da flex para a cabine. Mas enquanto o facelift da linha 2022 pode passar despercebido para alguns, por dentro a picape ganhou maior ar de novidade pela faixa prateada que atravessa todo o painel, os novos botões para o ar-condicionado de 2 zonas e o maior espaço no console central, que recebeu 2 porta-copos e um espaço para carregar o celular por indução. Uma baita evolução em relação ao modelo antigo em questão de aproveitamento de espaço interno.

Assim como a flex, a versão diesel também traz botões emborrachados logo abaixo dos comandos de climatização. Mas enquanto a 1.3T tem botões do modo Sport e TC+, a diesel trocas esses pelo acionamento da tração 4x4 e o botão de controle de descida, e soma o de 4x4 reduzida e o de desligamento dos controles de estabilidade e tração.

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O painel de instrumentos digital com tela de 7" traz 3 diferentes tipos de visualização: esportivo (com grafismos vermelhos), econômetro (um grafismo muda de cor de acordo com a intensidade que você pisa no acelerador) e uma mais limpa aparecendo somente a velocidade, entre outras informações. Uma solução interessante e moderna.

Mais do que números, as sensações

Não há dúvidas que a Toro Volcano com o motor 1.3 turboflex concentrou todas as atenções para a linha 2022 da picape, afinal deu nova vida a picape ao substituir o 1.8 aspirado de 139 cv em quase todas as versões.

O turbodiesel que equipa a Toro Volcano 2.0 diesel era a única versão que entregava algum desempenho antes da chegada do 1.3T, com 170 cv a 3.750 rpm e 35,7 kgfm de torque disponíveis desde 1.750 rpm. São 15 cv a menos que a flex (quando este abastecido com etanol), mas 8 kgfm de torque a mais, que faz muita diferença no dia a dia, tanto em deslocamentos dentro da cidade, onde percebe-se grande agilidade em saídas de semáforo, como na estrada, situação onde a picape roda bem e registra ótimas retomadas, mesmo carregada. Para ir de 80 a 120 km/h, ela precisa de 8,1 segundos em nossos testes quando vazia. 

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Embora a nova Toro 1.3 turbo tenha registrado um 0 a 100 km/h de 9,6 s em nossos testes, os 11,2 s na mesma prova da Toro diesel não traduz a sua agilidade na prática. Em diversas situações, a força do motor turbodiesel, que tem funcionamento característico em rotações mais baixas, mostra disposição e aparenta “sobrar” o tempo todo - é aqui que os 8 kgfm a mais fazem diferença na hora de pisar mais forte no acelerador.

E como não se faz nada sozinho na vida (e nem na engenharia), o 2.0 diesel trabalha com um câmbio automático de 9 velocidades da ZF, que faz trocas mais rápidas que o câmbio Aisin de 6 marchas da Toro flex. Chama a atenção a suavidade no funcionamento dessa transmissão, que joga marcha sobre marcha quando você trata o pedal da direita com mais suavidade, ajudando a chegar a um bom consumo de combustível. Na cidade, a picape fez a média de 9,5 km/litro, com a pior sendo 8,6 km/litro em um dia de trânsito mais congestionado.

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Falando ainda de câmbio, a Toro diesel sempre arranca em 2ª marcha, já que a 1ª tem relação bem curta e que atua como uma reduzida – sistema igual ao usado na VW Amarok, por exemplo, única entre as picapes médias que não tem caixa específica para a reduzida na tração 4x4. Com tração integral, a Toro Volcano 2.0 tem o modo padrão automático, que distribui a força entre os eixos por demanda, 4WD (que trava a tração com distribuição igual entre os dois eixos) e 4WD Low (reduzida usando a 1ª marcha).

Quando ativado o 4WD Low, os controles de tração e estabilidade são desligados, enquanto os freios ABS ativam um modo off-road, onde demoram mais para atuar justamente para deixar as rodas cavarem o solo para achar um piso firme antes de evitar o travamento. Isso auxilia em percursos off-road e descidas mais íngremes, ajudando na frenagem em solos de areia ou terra, por exemplo.

Conforto no dia a dia, mas não tão prática

Ao dirigir, a Toro Volcano diesel mantém as qualidades da flex: suspensão bem calibrada para o conforto sem ser “molenga” e direção leve fazem parte do pacote, o que reforça a semelhança com um SUV. Mas o bacana mesmo é que se pode atacar curvas com segurança na Toro que ela não vai sair de traseira, diferentemente de uma picape média – que merece mais cuidado em trechos mais sinuosos. Ponto para a suspensão independente da picape da Fiat e sua base monobloco. A passagem por buracos e valetas também são feitas tranquilamente. 

Fiat Toro Volcano 2.0 turbodiesel 2022 - Teste Motor1.com
Fiat Toro Volcano 2.0 turbodiesel 2022 - Teste Motor1.com

Contribui também para o conforto a bordo os bancos dianteiros, que acomodam bem os passageiros. O senão fica na parte traseira, que traz encosto menos inclinado e com ângulo muito próximo de 90 graus,  além de acomodar de forma apenas razoável pessoas de no máximo 1,80 m. Se passar disso, o joelho vai ficar batendo no banco dianteiro, além de uma pessoa mais alta sentada próxima da janela vai ficar encostando a cabeça na coluna das portas traseiras.

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Mas esses pequenos pênaltis não desabonam a Toro diesel, que caprichou na linha 2022 com um painel de instrumentos 100% digital com tela de 7” e a central multimídia com tela horizontal de 8,4". Na unidade testada, ela veio com a tela vertical de 10,1" (opcional) que até então era normalmente vista nas grandalhonas picapes da Ram. O sistema é compatível com Apple CarPlay e Android Auto sem fios, com o layout do smartphone e o mapa ocupando toda a tela – diferentemente de modelos da Volvo, por exemplo, que ficam em apenas uma parte.

Você só lembra que está em uma picape por conta dos longos 4,91 m de comprimento e ângulo de esterço baixo. Isso quer dizer que você terá que tomar mais cuidado em garagens, principalmente se forem mais apertadas, o que vai exigir mais manobras. A praticidade da caçamba continua com sua tampa dividida em duas partes e de abertura lateral, que é leve e tem funcionamento bem prático. Novidade é a luz lateral na direita da caçamba, que ajuda a iluminar algum objeto que esteja guardado lá atrás. E como comparação com a flex, a vantagem é que a diesel pode levar até 1.000 kg de carga na caçamba, 330 kg a mais que Toro flex.

Vale a pena?

Na lista de equipamentos, a Toro Volcano 2.0 turbodiesel compartilha o mesmo pacote com a flex. Com isso, ela soma 7 airbags, rodas de 18 polegadas, controles de estabilidade e tração, acendimento automático dos faróis, chave presencial para acesso e partida (que pode ser feita remotamente), banco do motorista com ajuste elétrico, retrovisores elétricos com rebatimento automático, sensor de estacionamento dianteiro, bancos em couro e faróis fullLED.

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A Toro tem ainda o Fiat Connect Me, com serviços de concierge, alertas de manutenção, chamada de emergência, recuperação em roubo e furto e mais. A novidade é um pacote de serviços conectados que agregam o controle de informações da picape pelo smartphone, smartwatch ou pela assistente virtual Alexa (Amazon). Tem internet WiFi a bordo, mas com valores cobrados a parte devido ao chip da TIM que vêm no carro.

Bem equipada, o único opcional da Toro Volcano é o Pacote Tecnologia que, além do multimídia com tela vertical, soma ainda o sistema ADAS composto por alerta de colisão e frenagem automática, alerta de saída de faixa e farol-alto automático. Um kit que custa R$ 5.000, mas que pela tecnologia e segurança que oferece, sem dúvida ainda continua valendo a pena na hora de fechar negócio.

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A Toro Volcano 2.0 turbodiesel ainda é uma boa opção se você considera ter uma picape diesel na garagem, principalmente se viajar bastante, já que a autonomia da versão diesel é maior que da flex, podendo rodar no mínimo cerca de 750 km em trecho rodoviário. Mais econômica que a flex, a Toro diesel pode ser a melhor escolha para em alguns Estados do Brasil, onde o preço da gasolina e, principalmente do etanol, variam com mais frequência. Embora o diesel seja mais caro, ele costuma ter um preço menos volátil, o que pode ser benéfico dependendo da região que você mora.

A Toro diesel também é válida para aqueles que trabalham na cidade e moram em uma zona mais rural, ou vice-versa, pois as estradas de terra serão mais comuns e a tração 4X4 com certeza vai garantir mais segurança na hora de enfrentar pavimentos mais irregulares. Isso irá custar R$ 183.990, enquanto a versão testada com Pacote Tecnologia (R$ 5 mil) e pintura perolizada branco Polar (R$ 2,5 mil) sobe essa conta para R$ 191.490.

Se você não faz questão das rodas de 18 polegadas, acabamento cromado na carroceria, da central multimídia com tela vertical e dos recursos de segurança e assistência a condução, a Toro Freedom 2.0 turbodiesel (R$ 170.990) sai mais em conta e melhora o custo x benefício. E se você vai dirigir a picape na maior parte do tempo na cidade, vale optar pela Volcano flex mesmo, que traz os mesmos equipamentos da Volcano diesel e custa cerca de R$ 33.000 a menos. O que sobrar dessa diferença, você enche o tanque por alguns bons anos. 

Fotos: Paulo Trindade (para o Motor1.com) e Divulgação

Ouça o podcast do Motor1.com:

 

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Fiat Toro Volcano 2.0 TD

Motor dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.956 cm3, turbo e intercooler, diesel
Potência e torque 170 cv @ 3.750 rpm; 35,7 kgfm @ 1.750 rpm
Transmissão câmbio automático de 9 marchas, tração integral automática
Suspensão McPherson na dianteira e multilink na traseira; rodas de liga-leve de 18" com pneus 225/60 R18
Peso 1.908 kg em ordem de marcha
Comprimento e entre-eixos 4.945 mm; 2.990 mm
Largura 1.845 mm
Altura 1.734 mm
Capacidade de carga 1.000 kg
Capacidades caçamba, 937 litros; tanque 60 litros
Ângulo de entrada 25º
Ângulo de saída 28,4º
Altura do solo 236,7 mm
Preço de entrada R$ 183.990
Preço como testado R$ 191.490
Aceleração 0 a 60 km/h: 4,4 s; 0 a 80 km/h: 7,2 s; 0 a 100 km/h: 11,2 s
Retomada 40 a 100 km/h (D): 8,6 s; 80 a 120 km/h (D): 8,1 s
Frenagem discos ventilados na dianteira e tambores na traseira - 100 km/h a 0: 42,8 m; 80 km/h a 0: 26,0 m; 60 km/h a 0: 14,5 m
Consumo de combustível cidade: 9,5 km/l; estrada: 15,0 km/l
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