E.D.: para Audi e Porsche, cliente premium é mais consciente sobre elétrico
Antes uma compra emocional, clientes que querem fazer a transição para carros com eletrificação estão ''fazendo as contas''
Durante o evento Electric Days, Leandro Rodrigues, Gerente Sr. de Comunicação e Relações Públicas na Porsche Brasil, e Marcos Quaresma, que é Product Business Strategy Manager na Audi do Brasil, discutiram estratégias para a eletrificação de veículos no segmento de luxo e alta performance.
A plataforma compartilhada entre Porsche e Audi, embora otimize o desenvolvimento de novos modelos, ainda permite que cada marca mantenha características distintas em seus veículos. A Porsche, por exemplo, equipa o SUV Macan EV com esterçamento no eixo traseiro, recurso ausente no recém-lançado Q6 e-tron, para atender às expectativas específicas de seus consumidores em termos de precisão de direção.
Esse grau de personalização é fundamental para oferecer alternativas no mercado premium, onde o design e o desempenho estão entre as principais demandas para fidelizar e atrair clientes. Em breve, o Macan deve ganhar ainda a companhia do Cayenne elétrico de nova geração.
Falando do Q6 E-tron, o SUV marca a introdução da plataforma PEP (Plataforma Elétrica Premium) do Grupo Volkswagen, compartilhada também com modelos como o Q8 e-tron e o já citado Porsche Macan EV. Chega ao Brasil em duas versões — Performance quattro e Performance Black quattro, a partir de R$ 529.990 e R$ 569.990, respectivamente — o Q6 e-tron possui uma estrutura que oferece recarga rápida de até 270 kW e medidas que o posicionam entre os SUVs médio-grandes do mercado.
No debate, os executivos destacaram que a eletrificação no setor de luxo está sendo impulsionada por um perfil de consumidor mais atento à responsabilidade ambiental e à eficiência energética. Para marcas como a Porsche, que viu uma demanda inicial por elétricos movida pela inovação, há agora um perfil de comprador mais focado nos benefícios racionais, como a economia de combustível e o baixo custo de manutenção.
O primeiro Taycan, por exemplo, foi altamente procurado por consumidores entusiastas de tecnologia que adquiriram o modelo com base principalmente no apelo emocional e desejo de experimentar novidades. Hoje, com a adoção mais ampla de carros elétricos, inclusive em segmentos mais populares, os compradores agora avaliam aspectos como eficiência, custo e a dirigibilidade de um modelo premium antes de tomar uma decisão de compra.
Porsche Taycan era preferência dos early adopters. Hoje, consumidores da Porsche compram elétricos de maneira mais consciente e menos emocional
Mudança de público
A Audi observou uma tendência semelhante: clientes de híbridos estão cada vez mais dispostos a adotar modelos totalmente elétricos, beneficiando-se das estruturas de recarga disponíveis em locais de alto padrão. O E-tron (primeiro elétrico da marca, lançado em 2020), assim como o Taycan, teve sua demanda inicial muito impulsionada por early adopters, sendo comprado por aqueles que buscavam um novo tipo de experiência de mobilidade. Porém, atualmente, o foco de compra mudou para um público mais racional, que busca um equilíbrio entre necessidades de consumo, tecnologia e eficiência.
A venda de veículos elétricos, no entanto, exige um processo de atendimento e pós-venda diferenciado. Segundo a Audi, explicar a funcionalidade de um carro elétrico ao cliente consome cerca de uma hora a mais do que em modelos tradicionais, demandando treinamentos específicos para a equipe de vendas. A Porsche reforçou a importância de ampliar o suporte ao consumidor, considerando que muitos clientes ainda estão se familiarizando com a tecnologia, o que torna essencial o acompanhamento técnico e o esclarecimento sobre as vantagens dos sistemas elétricos.
Audi e-tron Sportback 2021
Em relação ao desempenho, os executivos apontaram que veículos elétricos de tração integral, como o Q6 e-tron, apresentam vantagens importantes. A capacidade de transferir torque entre os eixos em uma velocidade três vezes maior do que a dos sistemas convencionais aumenta significativamente a estabilidade e a segurança, mesmo em condições de piso adversas. Para clientes que buscam blindagem, o torque dos elétricos compensa o peso adicional, mantendo a performance desejada sem comprometer a autonomia.
Com garantias de até 8 anos para as baterias, os veículos elétricos usados têm se tornado uma alternativa competitiva, oferecendo ao consumidor premium maior valor de revenda. Os executivos finalizaram destacando que, com a expansão da infraestrutura de recarga e o acesso a informações sobre as tecnologias, o setor de luxo tem potencial para liderar a transição para um futuro mais sustentável e eficiente.
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