Administrar 14 marcas é uma tarefa complicada para a Stellantis. Pouco depois de publicar resultados decepcionantes para o primeiro semestre do ano, o CEO Carlos Tavares disse que as empresas que dão prejuízo serão eliminadas. Além da possibilidade de descontinuar as marcas que não estão ganhando dinheiro, o conglomerado pode tentar se desfazer de outros. A Maserati está na pole position para conseguir pais adotivos.
Isso não é apenas uma fofoca, pois há uma declaração real de um funcionário da Stellantis. A diretora financeira, Natalie Knight, admitiu que pode chegar um momento em que a Maserati será disponibilizada para compra. Suas palavras exatas foram: "Pode haver algum momento no futuro em que analisaremos qual é a melhor casa para [a Maserati]". Essa declaração vem logo após os fracos resultados de vendas do primeiro semestre de 2024. Até junho, a problemática marca italiana vendeu 6.500 carros, uma queda de mais de 50% em comparação com o primeiro semestre de 2023, quando 15.300 veículos foram entregues.
A empresa com o logotipo do tridente teve uma vida conturbada, com vários proprietários desde sua fundação em 1914. O industrial italiano Adolfo Orsi, juntamente com a Citroën, de Tomaso, Chrysler, Fiat e Ferrari, tiveram participações ou controlaram a Maserati em algum momento. A empresa está atualmente sob o guarda-chuva corporativo da Stellantis depois que a Fiat Chrysler Automobiles e o Grupo PSA se fundiram em 2021.
A Automotive News Europe informa que o futuro parece sombrio para a Maserati em termos de lançamentos de produtos. Com exceção do MC20 elétrico que será lançado no próximo ano, é improvável que outros modelos novos sejam lançados até 2027. É improvável que o supercarro com o emblema Folgore faça uma diferença, considerando que será um modelo de nicho com um preço muito alto.
Encontrar um novo lar para a Maserati não será fácil, dado o histórico da empresa. Ela vem enfrentando dificuldades desde que nos lembramos, portanto, não temos certeza de que os compradores se apressarão em adquirir a empresa sediada em Modena, caso surja a oportunidade. Talvez a Ferrari possa tentar novamente?
A Ferrari, que teve controle total da Maserati entre 1999 e 2005, está melhor do que nunca, portanto, pode estar em posição de rejuvenescer sua antiga rival e aliada. Mas, por outro lado, Maranello está com a agenda cheia trabalhando em veículos elétricos, então talvez não seja o momento certo.
Fonte: Automotive News Europe
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