Quando o Fiat Pulse foi lançado, em outubro do ano passado, o primeiro SUV da marca chegou com preços competitivos. A versão Drive 1.3 manual, inclusive, saía por menos de R$ 80 mil, enquanto a Impetus 1.0 turbo CVT, mais completa, custava R$ 115.990. Porém, assim como aconteceu com o Jeep Commander, os preços do Pulse foram ajustados pouco tempo depois.

Já em dezembro, o Fiat Pulse ficou entre R$ 2 mil e R$ 4 mil mais caro. No entanto, isso ocorreu antes mesmo das unidades serem entregues aos primeiros compradores que já tinham feito reserva. A montadora não falou se o aumento era retroativo, então não tinha ficado claro se quem já tinha reservado o carro teria que pagar o valor reajustado.

Traseira do Fiat Pulse Audace T200 2022

O impasse chamou a atenção do Procon-SP, entidade paulista de proteção e defesa do consumidor. A instituição divulgou em 7 de janeiro que notificou oficialmente a FCA Fiat Chrysler Automóveis do Brasil "para que o fabricante explique sobre o reajuste de preços do veículo Fiat Pulse que afetará, inclusive, quem já fez a reserva da compra e o respectivo pagamento". Foi dado prazo até 13 de janeiro para que a empresa responda aos questionamentos.

O Procon-SP cita que "em comunicado feito pela empresa, a alegação é que a alta volatilidade do câmbio e o mercado dos insumos gerou a alta dos preços, mas no entendimento do Procon-SP, essa instabilidade não é uma situação atípica e estava na previsão da empresa".

"A Fiat deverá esclarecer quantos consumidores fizeram a reserva e ainda não receberam os seus veículos; quantos consumidores serão prejudicados com essa mudança e se esses reajustes valem para todos os modelos. Deverá também informar se todos os Estados serão atingidos pelo reajuste e qual a média do prejuízo que os consumidores do Estado de São Paulo sofrerão".

A entidade também quer entender a comunicação que foi feita pela Fiat para os compradores do Pulse alertando para a possibilidade de reajuste de forma antecipada. O Procon-SP quer saber mais especificamente se esta comunicação está no contrato de reserva assinado e se, quando ocorreu a "previsibilidade de reajuste", os consumidores foram avisados.

Outro esclarecimento que a Fiat deverá dar diz respeito à possibilidade de análise individualizada dos casos para a manutenção dos valores acordados na reserva, se foi disponibilizado canal específico para os consumidores afetados e se quem deseja negociar terá que fazer isso diretamente com a fábrica ou se as lojas terão autonomia para tal.

Além disso, a montadora deverá informar o que acontecerá em caso de desistência por parte do consumidor em razão do reajuste, como serão devolvidos os valores e se a Fiat apresentará alguma forma de compensação para quem deseja desistir da compra do Pulse após o aumento. 

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