O Audi A1 dará adeus e não vai ter um substituto. Ou seja, a atual geração do modelo de entrada da marca alemã será a última, algo confirmado oficialmente pela Audi ao site Automotive News Europe. A medida tem a ver com o foco da marca alemã em eletrificação, bem como a procura das pessoas por SUVs e crossovers e o desinteresse cada vez maior por hatchbacks e sedãs na Europa – movimento semelhante que ocorre em outras partes do mundo.

Sabemos que o “primo-rico” do Volkswagen Polo nunca foi unanimidade dentro da gama da Audi, já que nunca decolou nas vendas no velho continente e em outros mercados em que era vendido. Afinal, o irmão maior A3 (e mais consagrado) atendia muito bem os fãs de hatchbacks da fabricante alemã com mais espaço e preço relativamente próximo em alguns mercados (na Alemanha a diferença entre os dois é de 6.400 euros).

Galeria: Audi A1 35 TFSI

A confirmação da aposentadoria do A1 veio através de uma entrevista do CEO Audi, Markus Duesmann, que confirmou que o hatch compacto sairá de linha depois do fim do ciclo de vida da atual geração. Apesar do martelo ter sido batido, podemos apostar que o fim do A1 não necessariamente quer dizer que a Audi não terá mais um carro compacto, mas que um possível modelo inédito não terá motor a combustão. E quando questionado na entrevista ao Automotive News Europe se os próximos padrões de emissões Euro 7 no velho continente decretarão não só o fim do A1 como do A3, o executivo disse:

“Muito dependerá da meta final do Euro 7. Sabemos que, no futuro, oferecer motores a combustão em segmentos menores será muito difícil porque os custos aumentarão. Portanto, não teremos sucessor do A1. Se as novas regras do Euro 7 não forem muito rígidas, isso nos permitirá investir mais em mobilidade elétrica”.

Audi A1 35 TFSI
Audi A3 Sportback 2021 - Avaliação

A opção por tirar o A1 de linha e manter o A3 também é provavelmente porque o hatch médio vende bem mais que o compacto na Europa, fora que divide a mesma plataforma com o Volkswagen Golf – o carro mais vendido em todo o continente no acumulado de 2021. Além disso, o CEO da Audi deu a entender em fevereiro deste ano que o A1 seria mesmo aposentado, principalmente pelo motivo que é caro economicamente e nada lucrativo produzir carros elétricos pequenos (a margem em SUVs eletrificados, por exemplo, é bem maior), segundo Duesmann.

Com o pequeno A1 saindo de cena de vez, o papel de modelo de entrada da Audi ficaria para o SUV compacto Q2, pois a montadora “não poderia produzir nada menor”. Atualmente o Q2 custa a partir de 25.600 (R$ 157.987 em conversão direta) na Alemanha, contra 20.850 (R$ 128.673) euros do A1. Dessa forma, o ticket médio da fabricante subirá substancialmente no mercado europeu.

Em relação aos outros modelos do portfólio da marca, na entrevista Duesmann diz que acredita que “os motores a combustão representarão menos de 20% na Europa” em 2030, embora afirme que a situação pode ser “diferente na China e nos Estado Unidos”. Vale lembrar que a marca confirmou oficialmente que a partir de 2026 lançará somente carros elétricos, enquanto os veículos com motores a combustão serão aposentados definitivamente em 2033 – isso ao menos na Europa.

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