De Cascais (POR) - A BMW apresentou a nova geração do X2 em outubro do ano passado e a novidade deve chegar ao Brasil importado de Regensburg (ALE) ainda no segundo semestre de 2024. O modelo tem algumas missões: crescer e aparecer estão entre elas. Outro objetivo é se distanciar mais do X1, com o qual compartilha diversos componentes e a cabine, e assumir o papel de SUV cupê de entrada da marca, abaixo de X4 e X6.
O Motor1.com Brasil foi um dos poucos convidados da América Latina para conhecer de perto o novo BMW X2, mais especificamente a versão M35i xDrive, por enquanto a mais potente da linha do modelo e que tem grandes de chances de desembarcar no mercado brasileiro. Mas, considerando que hoje o BMW X1 sDrive20i M Sport custa R$ 354.950, o BMW X2 M35i deve passar de R$ 400 mil.
Galeria: Primeiras impressões - BMW X2 M35i xDrive nova geração
Plano de aceleração e crescimento
A BMW tomou cuidado para não fazer apenas um X1 com traseira diferente. Apesar de perceber alguns traços, o X2 tem faróis diferentes, acompanhados por uma grande grade dianteira, principalmente nesta versão M35i xDrive, a mais esportiva. Nas laterais, as maçanetas embutidas como no X1 e, na caixa de rodas traseira, um perfil mais muscular e largo, dando ênfase a um perfil mais esportivo.
A traseira é mais bonita ao vivo que nas fotos. Os cortes retos, as lanternas que invadem a tampa traseira e até mesmo um extrator e aerofólio formam um pacote que não lembram outros SUVs da família. Como um SUV-cupê, a caída do teto em direção ao fim do carro é acentuada a partir da coluna C, não prejudicando muito o espaço dos ocupantes do banco traseiro. Como opcional, uma grade com o contorno iluminado.
Se por fora o novo X2 se diferencia do X1 em diversos pontos, por dentro são bem semelhantes. Há um conjunto de duas telas, a de 10,25" para os instrumentos e 10,7" para o sistema multimídia, que pode inclusive ter jogos casuais por uma plataforma de streaming. O novo BMW iDrive tem o Quick Select, uma novidade para facilitar o uso das principais funções.
É difícil falar do que será item de série no Brasil por enquanto, ainda mais que o carro que avaliamos estava repleto de equipamentos que são opcionais na Europa. Entre eles está o nível mais alto de sistema de auxílios à condução. Além de itens mais tradicionais, como controle de cruzeiro adaptativo e auxiliar de centralização em faixa, neste nível o X2 permite que se mude faixa apenas acionando a seta e se olhando para o lado. O carro faz manobra sozinho se for possível.
Em dimensões, o novo BMW X2 mede 4.554 mm de comprimento, 2.692 mm de entreeixos, 1.845 mm de largura e 1.590 mm de altura. Na comparação com seu antecessor, são 194 mm a mais no comprimento, 22 mm entre os eixos e pouca coisa em largura e altura. O porta-malas agora leva 560 litros. As rodas vão de 17"a 21", dependendo da versão. O modelo cresceu em dimensões na comparação com o X1 de nova geração para se distanciar do modelo que lhe deu origem. Mas não perdeu a intensão de SUV, com 191 mm de altura em relação ao solo.
Quanto à mecânica, vamos focar na versão que andamos em Portugal, a M35i xDrive. A nova geração do SUV cupê da BMW é equipado com um motor 2.0 turbo a gasolina de quatro cilindros. Na configuração europeia, entrega 300 cv de potência. É provável que o Brasil receba o acerto voltado a outros mercados, como EUA e China, onde o número chega a 317 cv. O torque é de 40,8 kgfm com pico chegando a partir de 2.000 rpm.
A transmissão é automatizada de dupla embreagem com 7 velocidades, enquanto a tração é integral. Com um peso em ordem de marcha declarado de 1.695 kg, a BMW informa uma aceleração de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos e velocidade máxima de 250 km/h. As funções de frenagem são feitas por discos ventilados nas quatro rodas. A suspensão é adaptativa (varia conforme o modo de condução) e independente nas quatro rodas também.
Mais é mais
Não importa por onde você olhe o novo X2, sob todos os ângulos a nova geração do SUV cupê da BMW parece maior. O efeito é mais sentido na dianteira, onde a grade de grandes proporções e a parte inferior com elementos retangulares aumentam a sensação de porte. A traseira, que parecia um tanto disforme nas imagens, ao vivo é bem equilibrada.
O volume de três quartos na traseira (área entre a coluna C e a caixa de roda) tem um trabalho extra de linhas e volumes para deixar o conjunto mais harmônico. E esse novo X2 não pode ser confundido com um carro de nenhuma outra marca, exceto a própria BMW.
Por dentro, a cabine traz a familiaridade com o X1, com as telas curvadas envolvendo o motorista, ainda ladeado por um console central flutuante com alavanca de câmbio por botão. O acabamento em si não tem apontamentos, é tudo que se espera de um BMW e nada menos. Claro, a BMW está fugindo do couro tradicional e oferecendo cada vez materiais sintéticos sem origem animal. Mas para quem não é extremamente versado no tema, é difícil ver a diferença.
Mas isso era o esperado. O que surpreendeu foi realmente o tamanho da cabine. Todo o incremento nas medidas se traduziu num espaço maior para os ocupantes. Mesmo tendo um teto com caimento de cupê, o novo X2 ainda leva adultos no banco traseiro sem muita dificuldades. Afinal, ainda foi projetado por alemães, que não são pessoas conhecidas pela baixa estatura. E, claro, mesmo os ocupantes traseiros são tratados com o mesmo nível de luxo e acabamento da dianteira.
Quanto ao desempenho, andamos na versão com acerto europeu, menos potente. Mas mesmo não pareceu "capado". Mas não foi a performance que mais chamou a atenção. Esse mérito fica para o silêncio a bordo. Como o X2 compartilha a carroceria com o elétrico iX2, seu isolamento acústico é exemplar, ajudado ainda pelo baixo coeficiente aerodinâmico de 0,25 cx.
As respostas em curvas também podem ser colocadas na coluna de pontos positivos da nova geração do modelo da BMW. O novo X2 não aparenta rolamento de carroceria nas curvas, enquanto o sistema de tração integral trabalha eficientemente nas mudanças de direção, rotacionando a carroceria no próprio eixo e dando agilidade.
O novo BMW X2, especificamente na versão M35i xDrive, cresceu e melhorou em quase todos os aspectos. Mas o contraponto é que ele será um carro ainda mais caro. Agora é preciso esperar para saber como - e por quanto - esse carro chegará ao Brasil.
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