Em um ano conturbado como o de 2020, não foram só os lançamentos que sofreram com atrasos e incertezas. Com a crise gerada pela pandemia da COVID-19, alguns carros também tiveram sua vida abreviada - enquanto outros já estavam mesmo fazendo hora extra no mercado e simplesmente seguiram o rumo natural das coisas.
Entre os falecidos de 2020, estão casos que saíram de cena sem deixar sucessor, como a Fiat Weekend e o Ford Fusion, e outros que passaram o bastão para modelos mais novos, como o Chevrolet Cobalt, que teve seu lugar ocupado pelo Onix Plus. Houve até algumas mortes inesperadas, como a do Nissan March, que deixou um buraco na gama de entrada da marca japonesa em nosso mercado. Veja a lista completa a seguir:
Apesar da General Motors ter batido o pé e dito que o Chevrolet Cobalt seguiria nas lojas por ser uma boa opção para vendas diretas, o sedã não durou muito tempo mais após o lançamento do Onix Plus. A produção foi encerrada em fevereiro, depois de 9 anos de vida no Brasil, quando já sentia (muito) o impacto das vendas em relação ao sedã do novo Onix.
Entre no site da Dodge no Brasil e irá encontrar uma situação bem peculiar: não há mais nenhum carro sendo ofertado! Isso porque o Journey, o único modelo da marca que ainda era vendido por aqui, teve sua produção encerrada neste ano. O SUV era vendido por R$ 149.900 com o motor 3.6 V6 de 280 cv, configuração que manteve desde o lançamento em 2008. A fabricante promete novidades no futuro, dizendo que não encerrará a operação no país.
O fim das versões de Fiat Argo, Mobi e Cronos com o câmbio automatizado GSR é marcante por também significar o fim da transmissão robotizada de embreagem simples no Brasil. A marca italiana era a única que ainda apostava nesta tecnologia, mas começou a retirar o sucessor do Dualogic de linha aos poucos, primeiro com Argo, depois com Mobi e, em outubro, com o Cronos. A partir do ano que vem, a opção automática dos compactos da Fiat será uma caixa CVT acoplada aos motores 1.3 aspirado e 1.0 turbo, este inédito por aqui.
Além de encerrar a produção da versão GSR, Fiat simplificou a linha do Mobi, seu modelo mais barato no Brasil. Em abril, a marca decidiu encerrar a oferta do 1.0 Firefly de três cilindros, que levou junto a direção elétrica e fazia com que o subcompacto fosse um dos carros mais econômicos do país. Desde então, o Mobi só conta com o velho conhecido 1.0 Fire de 75 cv, nas versões Easy, Like e Trekking.
Veterana no mercado, a Fiat Weekend nasceu em 1997 e passou por muitas mudanças ao longo de sua carreira, sempre acompanhando o Palio, hatch da qual ela derivava (exceto quando este mudou de geração). Mesmo com o fim de rivais como Volkswagen SpaceFox, a perua da Fiat virou símbolo de resistência do segmento das station wagon compactas. Com o encerramento da produção em Betim (MG), toda a categoria dá adeus no país.
O fim do Ford Fusion no Brasil estava anunciado desde o ano passado, quando a própria fabricante confirmou o encerramento da produção no México para 2020. A marca se adiantou um pouco por aqui, tirando o sedã grande de seu site em maio, três meses antes da fábrica mexicana produzir a última unidade. Os modelos derradeiros, ainda da linha 2019, tinham preços entre R$ 149.990 e R$ 182.990. E não haverá sucessor direto, pois a Ford vai investir apenas em SUVs e picapes daqui para frente - vide o Territory que chegou para ocupar a vaga do Fusion ao menos em preço.
Apesar da promessa de trazer a nova geração do Hyundai Elantra ao país, até mostrando o modelo no Salão do Automóvel de São Paulo 2018, a marca coreana não levou seu plano à frente. O sedã médio já mudou de novo nos EUA e, enquanto isso, a versão que tínhamos no Brasil encerrou as vendas no início do ano, sem previsão de ser substituída pela nova geração.
O único modelo da Mitsubishi que não era um SUV ou picape, o Lancer já dava sinais de que iria sumir do Brasil em breve, com cada vez menos unidades emplacadas no país ao longo de 2019. Em certo momento, até desapareceu do site da empresa em 2017, voltando pouco depois com a linha 2018. Outra razão que explica seu fim é o fato do carro já ter saído de linha no resto do mundo. E tudo indica que o Lancer retornará no futuro, mas agora como um SUV elétrico.
Se você acessar o site da Nissan, o March ainda está lá por conta dos estoques remanescentes. Mas a própria fabricante confirmou o fim da produção do compacto em Resende (RJ) em setembro. Desatualizado em relação à Europa, o March acabará substituído por um crossover com menos de 4 metros, na forma do Magnite, modelo desenvolvido na Índia baseado no Renault Kwid e que tem previsão de chegar ao Brasil em 2022.
O Golf encerra de novo sua carreira no Brasil, desta vez com o fim das vendas do híbrido GTE. Esta versão já era bem limitada, com somente 99 unidades e, recentemente, a Volkswagen vendeu o lote restante do hatchback médio para a locadora Unidas. Agora ficamos na expectativa pela nova geração do hatch mas, sem nenhum posicionamento oficial da fabricante, por enquanto podemos falar que o Golf deu adeus ao Brasil de novo.
Quem comprar um Volkswagen Jetta agora terá que pagar ao menos R$ 136.340, pois a versão 250 TSI, a única que custava menos de R$ 100 mil (R$ 99.990, mais exatamente), deixou de ser oferecida. Era um dos poucos sedãs médios a ficar abaixo deste limite, junto com o Kia Cerato (R$ 94.990) e o Nissan Sentra (R$ 91.090, mas que irá mudar no ano que vem).
Modelo topo de linha da Volkswagen no Brasil, o Passat teve sua venda encerrada em agosto. O motivo dado pela empresa é a alta desvalorização do real frente ao euro, o que aumentava muito o valor do sedã importado da Alemanha. Para piorar, há rumores sobre o fim global do carro na carroceria sedã a partir de 2023, quando passaria a ser vendido somente na versão perua Variant. Custava R$ 170 mil e trazia muitas tecnologias vistas também no Audi A4.
A Volvo era famosa por suas station wagons, mas isso em outra época. Cada vez mais ligada nos SUVs, a fabricante sueca desistiu do segmento das peruas por aqui, encerrando a importação da V60. Um dos motivos era a ausência de uma motorização híbrida para a perua, que ainda era o único modelo da empresa a não ter uma opção eletrificada em nosso mercado. Era vendida em versão única por R$ 225.950, equipada com motor 2.0 turbo de 254 cv.
SUVs compactos com câmbio manual estão ficando cada vez mais raros, já que o público disposto a pagar mais de R$ 70 mil por este tipo de carro prefere o conforto de uma transmissão automática. O Grupo PSA enxergou isso e mexeu na linha do Citroën C4 Cactus, retirando da linha a variante manual, fazendo com que tenha somente a caixa automática de 6 marchas e preço inicial de R$ 89.990.
Oficialmente, a Citroën diz que o C4 Lounge segue normalmente em linha e apenas não trouxe um novo lote do sedã médio feito na Argentina. Nos bastidores, o papo é outro. Os concessionários dizem que não recebem nenhuma unidade desde janeiro, e a diretora de marketing da Citroën Argentina disse que o C4 Lounge estava abastecendo somente o mercado local e o Uruguai. Por isso, o sedã ainda não foi declarado como morto, mas está com um pé na cova e respirando por aparelhos.
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