Teste: BMW X7 M60i 2025 é um enorme e poderoso SUV de 7 lugares
O topo da linha de SUVs da marca não é nada barato e não fica devendo em nada
Você é um cliente da BMW há um tempo, já tem um X5 e quer algo maior, no limite do que a marca pode oferecer no Brasil e ainda não quer partir para um carro elétrico. Quais são suas opções? Não são muitas, já que o X6 é a variante cupê do X5, então não há um ganho de espaço. Mas isso foi até 2018, quando o BMW X7 estreou como o maior e mais caro SUV da marca (excluindo versões esportivas).
É muito fácil definir o BMW X7 com uma única palavra: “excessivo”. Estamos em uma categoria em que todos os veículos oferecem tudo o que podem para quem é capaz de pagar. É enorme, com uma lista gigante de equipamentos, um motor V8 potente e um preço muito alto de R$ 1.199.950. No Brasil, só perde em preço para o X6 M Competition, que parte de R$ 1.217.950.
À primeira vista, confesso que não gostei do X7. A reestlização apresentada em 2022 trouxe um design que ainda divide opiniões, adotando o manjado esquema de faróis duplos, um estilo compartilhado com o i7 e o XM. É melhor pessoalmente do que por fotos. Porém, ao contrário do i7, o SUV parece fora de proporção e não me convenceu muito. Mas é inegavelmente imponente, com seu capô alto e a enorme grade dupla.
A cabine é bem mais sóbria, mas não menos impressionante. A BMW não economizou no acabamento, combinando couro, peças em metal e black piano. As poucas peças em plástico são texturizadas, então não há um sinal de um material barato. Caso prefira, pode usar um esquema de dois tons, com o couro dos bancos, portas e console central em outra cor.
O destaque, porém, está na tela dupla curva para a central multimídia e o painel de instrumentos. A multimídia pode ser controlada por toque, pelo controle giratório no console central ou por comandos de voz. Está menos intuitiva, por conta do excesso de ícones no menu e algumas funções escondidas, levando um tempo para acostumar com o que cada um faz e chegar na opção que você procura. E não ajuda ter recebido também os comandos do ar-condicionado, o que vira mais uma distração. Felizmente, os comandos de voz funcionam muito bem e atendeu todos os pedidos que fiz.
A multimídia ainda tem uma função interessante, apesar de desivar a atenção. Se você utilizar o navegador nativo, ele ativará uma opção de realidade aumentada, usando a imagem da câmera dianteira e colocando as indicações por cima. É aquela opção que é legal para mostrar para os amigos, e só, por ter pouca utilidade.
A segunda tela para o painel de instrumentos é bem mais competente, com diferentes modos de visualização e totalmente personalizável. Acabei usando mais para algumas informações como autonomia e consumo instantâneo, deixando o velocímetro e instruções do navegador para o head-up display.
O que não faltam são opções de conforto. Os bancos dianteiros tem ajuste elétrico, inclusive para lombar, com aquecimento e ventilação e memória. Tem até uma função de massagem para os dois e que pode ser ativada com um toque no botão na porta. Junte isso com o isolamento acústico exemplar e o sistema de som Bowers & Wilkins Diamond Surround com 20 alto-falantes e você vai se isolar do stress do trânsito.
Para quem for atrás, o conforto continua com os bancos con ajuste elétrico, saídas para o ar-condicionado com um controle dedicado e suportes para colocar um tablet. Claro, tem espaço de sobra e leva três pessoas tranquilamente, embora seja mais adequado para duas pessoas, deixando a área central para o apoio de braço retrátil. Logo atrás estão mais dois assentos e, o mais importante, totalmente funcionais para um adulto, por não ter que lidar com um assoalho mais alto. O acesso é fácil, pois a segunda fileira tem um comando elétrico programado para mover o banco para a posição adequada para liberar a passagem e voltar para onde estava.
Me impressionei com o porta-malas. Mesmo com todos os bancos no lugar, tem capacidade para 326 litros, o que é mais do que em alguns hatchbacks compactos. Rebata a terceira fileira para formar um assoalho reto e o espaço sobe para 750 litros, chegando a 2.120 litros com a segunda fileira rebatida. E isso pode ser feito por um único botão posicionado perto da tampa. Para ajudar, a parte inferior da traseira do veículo pode ser aberta como a tampa da caçamba de uma picape.
Não tem como não definir o X7 como grandalhão. São 5.181 mm de comprimento, 2.000 mm de largura, 1.835 mm de altura e um entre-eixos de 3.105 mm. Como é de se esperar, é um pouco difícil de manobrar e vai ocupar todo o espaço da faixa de rodagem, ou até passar disso em algumas ruas mais apertadas. Felizmente, tem tantos sensores e câmeras que estacionar é bem mais fácil do que o esperado, além de contar com esterçamento das rodas traseiras, reduzindo bastante o diâmetro de giro.
Apesar de seu tamanho, é um SUV que anda muito bem e mostrou-se bem atlético. A direção é bem suave e precisa, com um peso adequado. É surpreendentemente estável nas curvas, com uma ajuda da suspensão a ar de eixo duplo ativa, mantendo o equilibrio mesmo considerando seus 2.600 kg. Você mal vai sentir o asfalto irregular e as lombadas não atrapalham nem um pouco. Se achar que, mesmo com os 221 mm de altura em relação ao solo, vai acabar raspando o assoalho, ainda é possível subir o carro mais alguns milimetros usando a suspensão.
Era de se esperar que uma versão com o nome da BWM M teria um motor bem potente e ele aparece na forma do 4.4 V8 turbo de 530 cv a 5.500 rpm e 76,5 kgfm a 1.800 rpm. Mesmo sem nenhuma modificação, foi o suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e não perde o fôlego facilmente, fazendo uma retomada de 40 a 100 km/h em 3,4 s.
Foi combinado a um sistema micro-híbrido de 48V, com um gerador que entrega mais 12 cv e 20,4 kgfm. É uma das vezes em que a tecnologia realmente funciona, dando um impulso inicial por alguns segundos ou mantendo o carro em movimento em velocidades de cruzeiro, enquanto o motor é desligado por um momento. Por conta da nova transmissão automática de 8 marchas, tudo parece bem natural.
O ponto fraco é o consumo de combustível e é bem sério. Na cidade, registramos uma média de 5,4 km/litro, subindo para 9,5 km/litro na estrada. As paradas constantes nos postos de combustível são reduzidas pelo tanque de 83 litros, mas isso também significa que encher o tanque não vai sair barato.
É impossível negar que o BMW X7 M60i 2025 é um ótimo SUV grande de 7 lugares. Traz uma boa sensação ao dirigir, é rápido e responsivo, mesmo com todo o seu tamanho. Consegue trazer um nível de luxo esperado para este segmento e todas as tecnologias que a marca possui na gaveta. E ainda é capaz de levar a família toda com muito conforto. O preço de R$ 1.199.950 pode assustar, mas não está longe do que é cobrado pelo Audi RS Q8 (R$ 1.269.990) ou Mercedes-Benz GLS 450 (R$ 979.900).
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
BMW X7 M60i MHEV
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