A JLR (antiga Jaguar Land Rover) se intitula como "uma marca de luxo que fabrica carros". Ou seja, se iguala a grandes grifes de moda e estilo de vida e quer se diferenciar das demais fabricantes premium do mundo. Recentemente, a Range Rover se tornou uma submarca dentro da Land Rover e é como o topo da cadeia de luxo, inclusive dentro do grupo.
Este Range Rover, que ainda não tem um nome de modelo, é o mais luxuoso SUV da empresa britânica. Por R$ 1.388.950, é praticamente um resumo de como a Range Rover quer ser vista em um mercado milionário e exigente. A versão First Edition tem motor 3.0 turbodiesel com sistema híbrido-leve, uma exigência ainda de uma boa parte de clientes, principalmente com muito dinheiro em suas contas.
![Range Rover D350 First Edition 2023](https://cdn.motor1.com/images/static/16x9-tr.png)
Avião de primeira classe sem asas
O Range Rover quer te passar essa sensação. Seja para o motorista ou para os passageiros, é feito para esquecer o que se passa lá fora, ou que isso seja o mínimo e somente o necessário para a condução. Querem reduzir o que chamam de carga cognitiva, ou seja, o quanto é necessário um esforço mental e físico para realizar alguma tarefa, o que interfere no cansaço no final do dia. O Range Rover quer que você chegue em casa já descansado.
Para começar, o SUV recebe uma suspensão pneumática inteligente. Com base em dados de GPS, prepara a rigidez das bolsas de ar e dos amortecedores para o que está vindo. As barras estabilizadoras recebem variação de carga por um sistema 48 volts com base em uma análise de diversos sensores e do modo de condução que foi selecionado pelo motorista. De fato, é um dos carros mais confortáveis que já colocamos as mãos, ignorando boa parte dos problemas que temos em nosso asfalto com uma qualidade ímpar.
![Range Rover D350 First Edition 2023](https://cdn.motor1.com/images/static/16x9-tr.png)
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Em cada encosto de cabeça, alto-falantes de 20W que atuam como fones de ouvido com cancelamento de ruídos. Motor, rolagem de pneus e ruídos externos são analisados e cancelados para não incomodar os ocupantes, além dos já importantes vidros duplos nas portas e muito material de isolamento utilizado pela carroceria. Junte isso ao que eu disse anteriormente sobre a suspensão e tenha algo de outro mundo nas mãos, seja você motorista ou passageiro.
Em design, é um carro que não trouxe aquele monte de linhas e vincos. É um design limpo, clássico, que camufla maçanetas e até as lanternas quando não estão ligadas. Se não fosse seu tamanho e essa cor acetinada, passaria bem discreto pelas ruas, com uma dose bem grande de classe. Segundo a marca, a inspiração foram produtos do mercado de luxo, que seguem essa linguagem discreta de desenho.
![Range Rover D350 First Edition 2023](https://cdn.motor1.com/images/static/16x9-tr.png)
Ao motorista
Esta nova geração do Range Rover usa a plataforma MLA-Flex, uma nova base preparada para veículos eletrificados e elétricos. A moderna base estreou aqui e permitirá que o SUV de luxo tenha uma versão totalmente elétrica em 2024. Enquanto isso, há um pouco de cada tipo de conjunto disponível em diversos mercados. Nesse primeiro teste, temos o Range Rover com o conjunto de motor turbodiesel com a arquitetura híbrida-leve de 48 volts.
Temos aqui o 3.0, 6-cilindros em linha, turbodiesel e que tem o apoio de um pequeno motor/gerador de 48 volts. São 350 cv e 71,4 kgfm de torque que são distribuídos para todas as rodas por um câmbio automático de 8 marchas e tração integral de distribuição automática. Pode parecer estranho um motor diesel, mas segundo a marca, ainda existe uma parcela dos clientes que o preferem, principalmente para longas distâncias.
![Range Rover D350 First Edition 2023](https://cdn.motor1.com/images/static/16x9-tr.png)
Mas o funcionamento do conjunto é tão suave que esquecemos que é um turbodiesel e, em muitos momentos, que ali há um motor. Todo o trabalho de redução de ruídos, vibrações e balanceamento do conjunto é exemplar e é mais fácil olhar para o painel de 13,7" para perceber que algo funciona ali embaixo do capô. Além disso há a disponibilidade de torque em baixas rotações, tanto pela característica de um turbodiesel quanto pelo sistema 48 volts, que permite um trabalho de câmbio ainda mais suave e discreto.
São 5.058 mm de comprimento. O Range Rover é um carro grande, então soluções foram colocadas para ajudar no uso em grandes centros. O eixo traseiro direcional tem a função de ajudar em manobras de baixa velocidade e em curvas de altas velocidade. Ele pode esterçar até 7º para o mesmo ou contrário lado que o eixo dianteiro está apontado, dependendo da situação, e é um grande aliado no uso. Ele tira a necessidade de manobras e manobra melhor que muitos SUVs menores que ele em garagens apertadas ou vagas. Isso faz parte da estratégia de tirar cada vez mais do motorista em prol de seu conforto.
![Range Rover D350 First Edition 2023](https://cdn.motor1.com/images/static/16x9-tr.png)
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Na cidade, o consumo foi de 8 km/litro, um número interessante para algo acima de 2 toneladas e com 350 cv. O sistema híbrido-leve colaborou em alguns momentos com isso, como desligar o motor antes mesmo de uma parada total, mas longe dos números de um modelo realmente híbrido. Na estrada, os 13,8 km/litro também está em um bom nível diante do porte do Range Rover e sua força, disponível para viajar carregado em velocidades de cruzeiro.
O interessante é que, com o seletor de modos de condução e suspensão adaptativa, o Range Rover pode andar rápido, se for seu desejo. Acelerou de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos em nosso teste, com retomadas na faixa dos 5 segundos. A dinâmica é boa para sua proposta, com a ajuda da suspensão inteligente e o eixo traseiro direcional, mas não se empolgue muito, já que os ajustes de transmissão são mais focadas realmente em conforto.
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Aos passageiros
Bancos grandes, couro de alta qualidade, massageadores, aquecimento, ventilação. É muita coisa para te deixar realmente confortável se não está dirigindo. Se a meta era que o motorista fizesse pouco, para os demais ocupantes a ideia principal é que nem percebam que estão em um carro.
Enquanto o motorista e o passageiro do banco da frente dividem uma tela central de 13,1" com diversas funções do carro, os passageiros traseiros tem mais comodidade. Apesar da homologação para cinco ocupantes, o central pode ser rebatido e abre uma central de comandos. Os dois outros ocupantes tem bancos reclináveis e telas de 11,4" individuais e com entradas HDMI, com fones de ouvido de alta definição.
Até o porta-malas tem uma função de luxo. Como a tampa se abre em duas portas, pode ser utilizada para o lazer, com dois alto-falantes para sonorizar o ambiente, tudo do pacote Meridian. Se não bastasse um acabamento cheio de couro, madeira e diversos materiais nobres, muito mais pode ser feito com o Range Rover.
No fim das contas, o Range Rover faz sentido ao tomar a posição como mais luxuoso de uma marca de luxo. Desde o projeto da engenharia ao se preocupar com o quanto o motorista se preocupará, com assistentes de condução e sistemas para ajudar no uso do carro, até um pacote de equipamentos e conforto para quem estiver a bordo esquecer que está em um carro. Seu preço é apenas um detalhe nessa conta, principalmente para seu público-alvo.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
Range Rover D350