A rota marítima que liga mercados da Ásia à Europa pelo Mar Vermelho está com navegação comprometida em razão da eclosão de conflitos armados nos últimos dias. De acordo com a imprensa internacional, navios cargueiros foram atacados com mísseis por grupos rebeldes e o transporte de cargas na região foi praticamente todo paralisado. O impacto logístico foi imediato e já começou a gerar escassez de componentes em diversos setores da indústria.

No setor automotivo, em especial, fábricas europeias já sofrem com a falta de peças produzidas por fornecedores asiáticos. A Tesla foi a primeira a anunciar paralisações, sendo obrigada a suspender atividades na Gigafactory de Berlim, na Alemanha, entre os dias 29 de janeiro e 11 de fevereiro. Pela mesma razão, a Volvo fará paradas temporárias em Gent, na Bélgica, e a Suzuki em Esztergom, na Hungria.

Suzuki - Fábrica na Hungria

Fábrica de Esztergom, na Hungria, é a única da Suzuki na Europa

Outras montadoras ainda não relataram problemas com a escassez de componentes asiáticos, mas empresas de navegação preventivamente alteraram a rota de seus navios mercantes para a África, de modo a evitar a zona de conflito. O grande problema neste caso é o tempo, já que chegar à Europa contornando o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, acrescenta pelo menos mais 10 dias ao trajeto.

A Volkswagen, temendo desabastecimento, já começou a redirecionar os embarques de autopeças pela África do Sul. “Com a mudança de rota logística, aumentamos em duas semanas os prazos de entrega, que já foram incorporados nos cronogramas de produção”, disse a montadora.

O Brasil também recebe produtos importados da Ásia a partir da rota do Mar Vermelho e poderá acabar sentido os impactos da mudança, incluindo atrasos nas entregas e custos extras de transporte.

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