Apesar dos esforços constantes para redução de custos e do lançamento de opções cada vez mais acessíveis, os veículos elétricos não tendem a ficar verdadeiramente baratos no curto prazo. Pelo menos é o que argumenta o CEO do grupo Renault, Luca de Meo. Em entrevista concedida recentemente, o executivo afirmou que não acredita que a paridade de preços entre elétricos e modelos tradicionais chegará tão cedo ao mercado.

"Eu não vejo essa paridade se aproximando", disse durante conversa com repórteres durante o Salão de Paris. Como justificativa, citou os custos altos com energia e o valor ainda alto das baterias. "Há oito anos a indústria esperava que o custo por quilowatt-hora de energia caísse em US$ 100 em cinco anos, mas isso ainda não aconteceu", explicou.

Galeria: Renault 4ever Trophy (2022)

De Meo disse que a plataforma para carros elétricos de porte compacto custa cerca de 30% a 35% menos do que a arquitetura usada pelo Mégane E-Tech, por exemplo. Apesar disso, o preço dos pequenos EVs continuará consideravelmente acima de modelos equivalente movidos a combustão. E a principal razão está nos custos ainda elevados de baterias e componentes.

"Posso fazer aprimoramentos químicos na bateria e otimizar a eletrônica de energia, mas esses ganhos seriam apagados se o preço do cobalto dobrasse em apenas seis meses", disse de Meo. Atualmente, as matérias-primas representam cerca de 80% do custo de uma bateria, explicou.

Na visão do executivo, a saída dela seria adaptar o tamanho da bateria às necessidades do cliente. “Do ponto de vista ecológico, ter veículos com baterias de 150 kWh a 200 kWh é simplesmente um absurdo ambiental”, disse. Além disso, reforçar a infraestrutura de recarga poderia permitir baterias menores e, consequentemente, elétricos mais baratos.

Foto - Troféu Renault 4ever (2022)

Mesmo com certo ceticismo, a Renault tem estratégia de eletrificação bastante avançada. A marca foi pioneira no setor em 2013, com o lançamento do Zoe EV, e planeja se tornar totalmente elétrica na Europa a partir de 2030 (cerca de cinco anos antes do prazo estabelecido pela União Europeia).

“Estou levando a empresa para lá, mas, em última análise, será o mercado, os clientes, que decidirão se querem ter apenas elétricos”, disse de Meo.

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