Este dia chegou: SUVs já dominam mercado brasileiro em 2021
Participação chega a 39,36% e supera os hatchbacks pela primeira vez
Era apenas uma questão de tempo e, a cada mês, ficava mais claro que isso iria acontecer. Os SUVs enfim alcançaram uma participação de vendas que supera todas as outras categorias, tornando-se o tipo de veículo mais vendido do Brasil. No acumulado do ano, o market share dos utilitários chegou a 39,36%, ultrapassando os 39,1% dos hatchbacks (contando os subcompactos, compactos e médios).
Esta mudança no paradigma foi acelerada não só pela mudança na preferência dos clientes brasileiros, como também por conta da pandemia e da escassez de alguns componentes na indústria. Muitas fabricantes estão dando preferência para a produção dos SUVs do que de hatchbacks, por terem uma margem de lucro consideravelmente maior. É o caso da General Motors com o Chevrolet Tracker, que continuou sendo montado, enquanto Onix e Onix Plus estão com a produção paralisada há meses.
Galeria: VW Nivus x Polo (opinião do dono)
Isso fez com que a participação dos SUVs crescesse mais de 10% ao longo do primeiro semestre deste ano. Em 2020, os utilitários representavam 29,5% do mercado brasileiro, enquanto os hatches compactos tinham 31,47% de participação (sem somar os 12,56% dos subcompactos e 0,36% dos médios). Neste ano, mesmo somando os 23,56% dos compactos, 15,41% dos modelos de entrada e 0,13% dos médios, os hatchbacks ainda ficam abaixo dos R$ 39,36% dos SUVs, que também soma os compactos, médios e grandes.
Outras mudanças no mercado justificam esta queda dos hatchbacks, com o fim da oferta de alguns modelos. A Volkswagen tirou o Up! de linha; a Citroën encerrou a carreira do C3; o Toyota Etios passou a ser produzido somente para exportação; e a Ford acabou com sua produção nacional, eliminando o Ka (que era o modelo mais emplacado da empresa). Com menos opções, o segmento tende a recuar, basta olhar para os hatches médios, que sobrevive com o Chevrolet Cruze Sport6 e alguns modelos importados de baixo volume.
Embora esta participação possa mudar, é pouco provável que isso aconteça. No 2º semestre, veremos o lançamento de mais alguns SUVs, com a chegada do Fiat Pulse, o primeiro modelo da empresa produzido no Brasil; o novo Citroën C3, agora um crossover; e o Jeep Commander, modelo de 7 lugares fabricado em Goiana (PE). Alguns utilitários já lançados estão começando a ganhar força nas lojas, como é o caso do Toyota Corolla Cross e do Volkswagen Taos, o que elevará ainda mais o market share do segmento.
O futuro ainda indica que veremos mais e mais modelos deste tipo. Um exemplo é o Nissan Magnite, modelo com 4 metros de comprimento que virá ao país para ocupar o lugar do finado March. Tudo indica também que a Volkswagen terá mais um crossover, abaixo do Nivus e que será o sucessor do Gol no futuro. A Fiat apostará em um segundo utilitário, maior e com estilo cupê, que já roda em testes. Já a Renault confirmou que venderá o Bigster, modelo de 7 lugares que tentará se posicionar como um carro mais refinado para redefinir a marca no Brasil.
Goste ou não, o fato é que os SUVs vieram para dominar pelos próximos anos. É uma pena que isso esteja fazendo com que alguns segmentos praticamente desapareçam no Brasil, como as peruas e os hatches médios. Até os sedãs médios estão encolhendo e somente o Toyota Corolla ainda tem alguma força. Felizmente, muitos analistas dizem que isso é apenas uma fase e deve mudar no futuro, como aconteceu com os hatchbacks e sedãs. Até lá, a chance de que seu próximo carro seja um SUV é muito grande.
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