O retorno da produção do Chevrolet Tracker em São Caetano do Sul (SP), junto com a minivan Spin, não durou muito tempo sem que a linha de montagem parasse novamente. Desta vez, a razão é uma greve dos trabalhadores, após negarem uma contraproposta da General Motors sobre o reajuste de salários que seria aplicado a partir de 2022. A greve acontecerá por tempo indeterminado, mas a GM promete fazer o possível para chegar a um acordo.

Segundo o Automotive Business, a disputa seria sobre o reajuste dos salários válido a partir de 1º de fevereiro. A GM ofereceu reposição integral da inflação, mais 50% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período com aplicação em fevereiro de 2023, vale-alimentação de R$ 350 para quem tem salários até R$ 4.429 (implementado a partir de fevereiro de 2022) e abono de R$ 1 mil que seria pago neste mês.

Do outro lado, os trabalhadores queriam a reposição salarial pelo INPC dos últimos 12 meses; aumento de 5% no salário; reajuste do piso salário usando o INPC de 2016 a 2021; participação nos resultados de R$ 18 mil com antecipação de R$ 10 mil; vale alimentação de R$ 1 mil para funcionários na grade nova e de R$ 500 para os demais; adiantamento da metade do 13º salário de 2022 para fevereiro de 2022; pagamento de quinquênio de 5%; inclusão de uma cláusula sobre home office; reajuste da grade salarial a cada 6 meses; e cesta de Natal.

No entanto, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul fez sete rodadas de negociação com a GM e, no fim, uma assembleia realizada na última sexta-feira (1) recusou a contraproposta da fabricante e anunciou uma greve de início imediato e sem um prazo para voltar ao trabalho. “Não nos restou outra alternativa senão paralisarmos as atividades da empresa, pois a contraproposta feita na mesa de negociação está aquém do que estamos reinvidicando”, explica Aparecido Inácio da Silva, presidente do sindicato.

Chevrolet em São Caetano do Sul (SP) - 90 anos

A GM afirma que trabalha para chegar um novo acordo. “A empresa espera que a situação possa ser resolvida o quanto antes, com um acordo viável e sustentável, e que rapidamente as operações de nossa fábrica estejam totalmente normalizadas”, diz o comunicado oficial da fabricante.

Uma greve deste tipo é um problema grande para a GM, justamente no momento em que retomou a produção em São Caetano do Sul e Gravataí (RS), após meses sem montar boa parte de sua linha. O Chevrolet Tracker, feito no complexo paulista, ainda preparava-se para ter sua fabricação dobrada neste mês. A parcial de vendas de setembro até mostrava o SUV compacto com quase 4 mil unidades emplacadas, mais que o dobro do que em agosto.

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