A Volkswagen fez uma apresentação online de uma nova estratégia chamada "ACCELERATE", buscando "acelerar" a adoção de carros totalmente elétricos. A meta principal fazer com que os veículos eletrificados atinjam uma participação de 70% das vendas na Europa até 2030. E Ralf Brandstätter, CEO da marca, ainda reservou um momento para falar da América Latina, dizendo falando sobre a reestruturação em andamento para finalmente lucrar na região.
Como o foco da apresentação era falar sobre carros elétricos, Brandstätter focou em mostrar os planos gerais. O executivo disse que a Volkswagen irá sistematicamente trabalhar para aumentar a sua eficiência em toda a sua operação global. O foco será tornar-se mais resistente às flutuações do mercado, reduzindo os custos fixos em 5% até 2023, aumentando a produtividade das fábricas em 5% por ano, otimizar os custos de materiais em 7% e parar de ter prejuízo em todas as regiões onde atua.
No caso da América Latina, o CEO da VW destacou que a marca caminha para fechar o ano fiscal sem prejuízo, mesmo com a queda nas vendas de até 30% por conta da pandemia. É a mesma informação dada por Pablo Di Si, CEO da Volkswagen América Latina em algumas ocasiões, quando comentava que está mais preocupado em ter uma operação saudável no Brasil do que correr atrás da liderança.
Por não ter dado mais detalhes, ainda não está claro como a Volkswagen pretende reestruturar os negócios na região. A fabricante tem três fábricas de carros no Brasil, em São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR); e uma na Argentina, em General Pacheco. São Bernardo e Taubaté são as que mais trabalham, montando Gol, Nivus, Polo, Saveiro, Up!, Virtus e Voyage, enquanto São José dos Pinhais monta T-Cross e Fox. O complexo argentino faz a picape Amarok e irá iniciar a produção do inédito crossover Taos.
Diferente do que aconteceu com a Ford, que simplesmente desistiu de produzir carros no Brasil, a reestruturação deve focar em otimização de processos e custos de produção. Outra marca que anunciou mudanças na região foi a Renault, com um investimento de R$ 1,1 bilhão feito após dispensar quase 800 funcionários da fábrica em São José dos Pinhais.
Uma indicação do futuro da marca está no plano de criar um portfólio menos complexo. A Volkswagen diz que as próximas gerações de carros terão um número menor de versões. Para isso, a empresa desenvolverá um novo projeto de forma que ele já tenha todos os equipamentos, mas com funções desligadas, que seriam compradas ou ativadas por tempo limitado pela central multimídia. Desta forma, a complexidade de produção será reduzida significantemente.
A eletrificação é a grande aposta da VW, com a meta de que 70% dos carros vendidos em 2030 na Europa sejam totalmente elétricos, o dobro do que a meta anterior. No caso da China e Estados Unidos, a participação deve passar de 50% no mesmo período. Para isso, a fabricante pretende lançar ao menos um carro elétrico por ano. Só em 2021, a marca deve lançar o ID.4 GTX1 ainda neste semestre e o esportivo ID.5 na segunda metade do ano, além do ID.6 X, SUV de 7 lugares para o mercado chinês.
Isso não significa que novos carros a combustão serão abandonados. Pelo contrário, a Volkswagen afirmou que irá fazer uma nova geração de todos os seus modelos principais, incluindo Golf, Tiguan, Passat, T-Roc e Tayron (este último um modelo chinês que é cotado para substituir o Tiguan de 7 lugares na Europa).
“Nós ainda precisamos ter estes motores a combustão por um tempo, mas eles devem ser o mais eficiente possível, razão pela qual a próxima geração de nossos produtos principais – que são todos globais – também receberão a última geração da tecnologia híbrida plug-in, com autonomia elétrica de até 100 km”, diz Brandstätter.
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