Desde que a Ford anunciou que iria parar de vender sedãs e hatches nos Estados Unidos, concentrando seus recursos nos segmentos de picapes e SUVs, só temos visto a fabricante enxugar sua operação. Fechou fábricas e matou vários modelos, como Fiesta e Focus. Agora enfim ouvimos uma boa notícia que indica um possível caminho para a empresa no Brasil, com a confirmação de que teremos a chegada de novos modelos nos próximos anos.
“Se a empresa parar de desenvolver certos tipos de carros nos Estados Unidos, por exemplo, [a operação] no Mercosul tem a oportunidade de desenvolver modelos para mercados de renda menor. Teremos novos e bons produtos na região que nos colocarão em outro nível anos à frente”, disse Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, em entrevista ao site Automotive Business durante o lançamento da Ranger 2020.
A própria Ford confirmou, durante uma conferência para os acionistas, que irá lançar cinco modelos no Mercosul ainda em 2019. Além disso, a fabricante prepara para julho o anúncio de um carro inédito no Brasil, conforme apurado por nosso parceiro Renato Maia, do canal Falando de Carro. Tudo indica que será o Escape, SUV médio baseado no Focus e que foi apresentado há alguns meses nos EUA, inclusive com presença da imprensa brasileira.
Desenvolver modelos próprios para países emergentes não é novidade para a Ford. O atual Ka é uma boa prova disso, usando a plataforma do Fiesta. A fabricante fez uma parceria com a Mahindra para criar novos SUVs para a Ásia. Outra iniciativa é usar os modelos feitos pela sua joint-venture com a chinesa JMC, que deu origem ao Ford Territory, mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo do ano passado e que está em estudos para o nosso mercado.
Além de jogar uma luz sobre como será o futuro da Ford na América Latina, Watters também comentou sobre o momento atual da empresa com o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP). O executivo garante que o pior momento já passou e que a situação irá melhorar.
“Estamos passando por um momento de dor com o fechamento da operação em São Bernardo, que era necessário fazer. Mas seria pior para a imagem da empresa deixar de tomar as decisões difíceis. A Ford sairá mais forte deste momento, mesmo que seja menor, é preferível ser uma empresa viável”, explica o executivo.
Esta reestruturação afeta a Ford em nível global. A fabricante irá fechar fábricas no Reino Unido e na França, e cortará 12 mil vagas de emprego na Europa. Deixará de atuar em alguns mercados, como a Rússia e, segundo rumores, também deixará a Índia, passando sua operação para uma joint-venture ao invés de operar por conta própria. Por outro lado, há boas novidades, como a parceria com a Volkswagen para o desenvolvimento de veículos comerciais e de picapes, o que dará origem às novas gerações da Ranger e da Amarok.
Fonte: Automotive Business
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