A Ford já confirmou a chegada da nova geração do Bronco, SUV que voltará para uma verdadeira reencarnação de sua essência. O utilitário esportivo compacto nasceu para brigar com os modelos do seu tempo, o que não será diferente desta vez. Vamos relembrar a história (e os motivos) que fizeram do Bronco um sucesso ao longo de 30 anos.

Galeria: Collection: Ford Bronco

A ideia veio do mesmo criador do Mustang, Lee Iacocca, que havia criado um carro esportivo e barato e queria repetir a fórmula. No começo dos anos 1960, o Jeep CJ5 era um sucesso assim como o International Harvester Scout. Eram modelos simples, robustos, 4x4 e compactos. Porém nenhuma das grandes marcas estava presente neste segmento mas já estudavam uma fórmula de fazê-lo. A Ford, Chevrolet e Chrysler perceberam que os consumidores mais jovens eram os compradores desses utilitários, então era questão de tempo até que a resposta viesse.

A Ford se apressou para apresentar o Bronco. Com chassi próprio, o motor escolhido era o seis cilindros 170 usado no Falcon com apenas 105 cv. Era fraco para o porte do Bronco, um pouco maior que o Jeep e menor que o Scout. Com câmbio manual e caixa de transferência no assoalho, só os mais jovens se aventuravam a dirigi-lo, pois a caixa automática já era preferência nacional nos EUA. Em 1966 chegou o motor V8 289 usado no Galaxie (inclusive aqui, já que ele chegaria ao Brasil no mesmo ano), na F-Séries e no Mustang. Foi um sucesso.

Um carro jovial e despojado como o Bronco passaria a oferecer inúmeros acessórios de personalização e ganhava versões com visual caprichado. O Bronco cruzaria os anos 1970 fiel à sua proposta mas seria escalado para jogar entre os veteranos. A resposta veio só em 1978. Nesta época, os SUVs como conhecemos já faziam algum sucesso. Era o caso da Chevrolet Blazer, líder em vendas, do Dodge Ramcharger (também vendido como Plymouth Trail Duster) e do Jeep Cherokee (SJ).

Maior, mais largo e com acabamento mais cuidadoso, o Bronco enfrentava os rivais de igual para igual e agora era construído sobre o chassi da F-Series. Oferecia câmbio automático opcional e motores V8 5.8 351 Cleveland e o 6.6 400. Fez sucesso, mas o público reclamava da alta potência do motor gastão e em 1980 a Ford renovava oferecendo motores menos potentes mas igualmente torcudos, inclusive o 302 V8 que usávamos no Galaxie nacional desde 1976. Alguns anos depois o Bronco ganharia injeção eletrônica, algo que nos no Brasil sequer conhecíamos.

Foram tempos gloriosos pois o SUV vendia no mínimo 40 mil unidades por ano sendo que em 1985 chegaria a 54 mil. Em 1987, chegaria a nova geração e em 1992 viria sua última renovação. A esta altura, os SUVs estavam em alta e o Cherokee era o líder de vendas. Utilitários esportivos também deveriam ser familiares e o espaço do Bronco ia ficando menor enquanto o Explorer e o Expedition além do Lincoln Navigator provavam uma demanda por modelos mais modernos e versáteis. Na linha GM o Chverolet Tahoe, GMC Yukon e a própria Suburban eram sucesso de vendas. Todos queriam SUVs mas ninguém mais queria um modelo limitado de duas portas. Isso sem falar no Toyota RAV4 e no Land Cruiser, velhos conhecidos que viriam pouco a pouco buscar seu espaço.

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Exatos 25 anos depois de sair de linha, a Ford promete um retorno glorioso, quase uma reencarnação. O Bronco deve ser mostrado em abril no Salão de Nova York como SUV conectado aos novos tempos. Deve ter motor quatro cilindros EcoBoost 2.3, 2.6 ou o grande 3.5 V6 de 30 0cv especialmente na versão alongada. Além de câmbio manual para os puristas, deve ter transmissão de dez velocidades automática. Hoje ele vai enfrentar modelos igualmente icônicos com apelo retrô e vai brigar para não ser mais um no universo de SUVs que temos em todos os mercados.

O AutoShow Collection é parceiro do Motor1.com Brasil. O evento acontece sempre na primeira terça-feira de cada mês. Reúne carros clássicos e modificados no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo (SP). Para mais informações, acesse www.autoshowcollection.com.br 

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