Quando o Audi R8 foi apresentado em 2006, Tom Dickson subiu um vídeo no YouTube onde perguntou ao mundo: "Será que é triturado", sua clássica pergunta ao testas coisas em liquidificadores. Em 2012, o ano do primeiro Audi R8 GT, Steve Sutcliffe, da Autocar, fez uma outra pergunta um pouco parecida: "será que faz drift?". A resposta para a primeira pergunta é não, já que o R8 não sabe no liquidificador. Já a de Sutcliffe, "sim, mas...".
O "mas" se refere ao sistema Quattro de tração integral do R8. Ele resiste a andar de lado até que o motorista desligue o controle de estabilidade, até mesmo nos R8 de tração apenas traseira com o ESC ligado. Quem queria fazer drift precisava lidar com a física do motor central-traseiro e pouca segurança para perceber que precisavam fazer bastante esforço para manter o ângulo. No R8 V10 GT RWD 2023, uma nova resposta: Sim, faz drift, com 7 níveis e ESC.
Esta é a última edição especial vinda da fábrica de Böllinger Höfe, que produz o R8. Daqui pouco tempo, a Audi irá aposentar este maravilhoso carro, e ficaremos tristes. Até lá, os engenheiros quiseram fazer algo especial. O que fazer quando um artista de sucesso chegou ao seu máximo? Um disco com os maiores hits para o aposentar. E ainda há espaço para faixa bônus. Eles quiserem dar ao GT o que merece, lembrando o primeiro R8 GT com mais potência, menos peso e maior agilidade.
Começando com um R8 V10 Performance RWD, a Audi melhorou o V10 para ter a mesma potência do R8 V10 Performance Performance Quattro, com 610 cv e 57,1 kgfm de torque. São cerca de 40 cv e 1 kgfm a mais que o RWD tradicional, o mais potente motor da marca em um tração traseira, como o R8.
Novas rodas de 20", forjadas, que tiram 9 kg do peso, freios de carbono que tiram mais 12,5 kg, barras anti-torção de alumínio e carbono tiram mais 2 kg. Toques de Alcantara no interior e sistema de som ajudam nessa redução de peso. A Audi diz que a versão US pesa 1.594 kg, 25 kg a menos que um R8 V10 RWD tradicional.
O kir aerodinâmico em fibra de carbono contya com um splitter dianteiro maior, apliques nas extremidades, assim como os para-lamas traseiros, e a asa traseira com os suportes em pescoço de ganso.
Logos em preto adornam o exterior, e para a edição especial, o coletor de admissão do V10 é pintado em preto no lugar do cinza. Para o mercados norte-americano, ele tem tudo disponível. Faróis Laser, barra frontal em fibra de carbono, Dynamic Package, Dymanic Steering, escapamento esportivo e pinças de freio vermelhas. No interior, o Premium Package com kit em fibra de carbono, bancos em couro com costura diamante e costura contrastante. Não há interior todo em couro, pois couro é pesado.
Comparado ao primeiro GT de 10 anos, a versão 2023 tem 42 cv e 2,1 kgfm a mais, pesa 30 kg a menos (o primeiro GT era Quattro), e dobra o máximo do downforce para 300 kg em velocidade máxima de 320 km/h. Acelera até 100 km/h em 3,4 segundos, 0,2 segundos mais rápido que o R8 GT 2012 e o atual R8 V10 RWD.
Isso seria mais do que o suficiente para a despedida do V10. A Audi fará apenas 333 unidades do R8 GT RWD 2023, o mesmo número do primeiro R8 GT. Deles, 150 unidades irão aos Estados Unidos - e provavelmente nenhuma ao Brasil. Aliás, estão todos esgotados. Até lá, o R8 foi bom o suficiente para não conseguirem tirar mais da cartola bávara. Mas o R8 não podia fazer drift - ao menos antes do Drift Modes.
Pressione o Drive Select no volante. Um seletor aparece no lado esquerdo do painel digital com as palavras "Torque Rear" e sete marcações. Em termos do drift, cada marca representa um aumento no ângulo - o quão longe você consegue jogar a traseira e a manter ali.
Em termos matemáticos usados pelo sistema, cada marca representa a velocidade máxima do eixo traseiro comparado com a da roda dianteira. Digamos que você chegue para fazer o drift a 35 km/h. No 1, o sistema deixa a roda traseira girar 20% mais rápido, ou 41 km/h. No 5, sistema permite 52% a mais, ou 53 km/h. No 7, são 67% a mais, ou 60 km/h. Quanto mais velocidade, mais desliza.
Essa porcentagem diminui conforme a velocidade das rodas dianteiras aumenta. Quando a 70 km/h, são 5% a mais no eixo traseiro, sendo no 7 34% mais. A 180 km/h, todos só vão a 4% mais. As equações matemáticas tem o mesmo efeito ao capar o ângulo em cada uma das configurações.
O diferencial mecânico no eixo traseiro não atende aos comandos do software, então de 1 a 3 o sistema usa os freios e cortes no acelerador para limitar o ângulo. Do 4 ao 7, apenas cortes na aceleração são utilizados.
A Audi preparou um percurso no autódromo da Montalbanco, na Espanha, para nos dar um gostinho. Como aprendemos, o sistema deixa o drift mais fácil de fazer, não fácil de fazer. Acelerar, mesmo que por um momento, nos leva imediatamente a uma traseira viva e progressiva.
Chegue perto de muros virtuais e o ESC entra em ação, corrigindo. Isso só é possível nas configurações iniciais. Mesmo em baixa velocidade no nível 7, a traseira irá dar um 180º antes do ESC entrar em ação.
Tivemos seis voltas com ele, mas choveu assim que encostamos nos boxes e a Audi não nos permitiu andar com o carro na estrada aberta. Mas já conhecemos bem esse carro e sabemos o quão bom ele é.
Nos Estados Unidos, o Audi R8 V10 RWD custa US$ 249.900. São 3 cores disponíveis, Daytona Grey, Mythos Black e Tango Red. Mas como já dito, todas as unidades já foram vendidas, em qualquer cor. Mas se quiser, ainda há o R8 V10 RWD normal, mas sem o Drift Mode. Mesmo assim, é uma boa forma de se despedir do Audi R8: de lado!
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