Poucos carros modernos têm faróis tão distintos (e caros) quanto o do Bugatti Chiron. A assinatura do DRL quatricular torna os carros fabricados em Molshein, na França, instantaneamente reconhecíveis. No entanto, esses veículos são raros, pois apenas 500 unidades foram fabricadas. E esse nível de exclusividade tem um custo, não apenas quando se compra um carro, mas também quando se compra peças de reposição.

Por exemplo, um anúncio no eBay da Alemanha lista um conjunto de faróis Valeo para o Chiron com um preço altíssimo. Compatíveis com o Pur Sport e o Super Sport 300+, esses LEDs custam €147.000. Com as taxas de câmbio atuais, você irá gastar R$902.100. Sim, apenas por um conjunto de faróis. Com esse dinheiro, você poderia comprar um Porsche 911 Carrera GTS novinho em folha (US$ 164.900) por lá.  

Na verdade, o vendedor está localizado na Polônia, mas enviará os faróis do Chiron para países europeus por mais € 1.000 (R$ 6.100). Por motivos óbvios, a Rússia e a Ucrânia estão excluídas. A loja também oferece envio para países fora da Europa, mas os custos de entrega não estão listados. No entanto, é seguro supor que eles sejam mais altos.

Considerando que poucos desses carros foram construídos, o anúncio tem como alvo um público limitado. Eles estão listados como itens usados, mas o vendedor promete "condições perfeitas". Vale a pena observar que eles são anunciados como faróis originais com o código de peça OEM: 5B4941035C 5B4941036C. Pesquisamos um pouco e os encontramos em um site polonês, onde estão listados por 420.000 PLN (€ 98.000 ou R$ 601.000), um valor bem mais razoável.

O preço absurdo de um conjunto de faróis nos faz lembrar de um vídeo da The Hamilton Collection sobre os custos de propriedade do Chiron: US$ 10.000 por lanterna traseira, US$ 13.547 (R$ 82.400) para a substituição da chave, US$ 8.449 (R$ 46.192) para o conjunto de pneus, US$ 18.317 (cerca de R$ 100.600) para os rotores de freio dianteiros, US$ 6.764 (R$36.840) para as pastilhas de freio dianteiras, US$ 18.317 (R$ 100.630) para os rotores de freio traseiros, US$ 4.024 (R$ 22.000) para as pastilhas de freio traseiras, US$ 185.000 (R$ 1.017.500,00) para a transmissão e US$ 11.500 (R$ 63.200) para a manutenção anual.

Os custos de propriedade do Veyron também são previsivelmente insanos, de acordo com o magnata do setor imobiliário Manny Khoshbin. A substituição de todos os fluidos custa US$ 25.000 (R$ 137.400), enquanto os pneus custam outros US$ 38.000 (R$ 208.800). As rodas precisam ser trocadas por volta das 15.000 km por US$ 50.000 (R$ 274.895). Um pedido de certificação da EPA surgiu há alguns anos, mostrando US$ 6.400 (R$ 35.700) para a substituição de um turbocompressor. O Veyron tem quatro desses turbos. Esse documento também revelou US$ 9.000 (R$ 49.500) em custos de mão de obra para substituir dois turbos.

Os proprietários do Veyron precisam pagar US$ 20.000 (R$ 109.900) para substituir o tanque de combustível, além de outros US$ 22.000 (R$ 120.900) de mão de obra. O custo para substituir os ajustadores do eixo de comando é praticamente o mesmo, mas o item em si custa apenas US$ 800 (R$ 4.900). Por que os custos de mão de obra são tão altos? Porque é necessário desmontar um pouco o motor. Lembre-se de que esses preços surgiram há alguns anos e podem não ser mais válidos. Com isso, queremos dizer que é provável que eles sejam ainda mais altos. Por exemplo, os pneus Michelin Pilot Sport PAX, que são feitos sob medida para o Veyron já custavam US$ 42.000 (R$ 230.800) em 2020, um aumento de US$ 4.000 (R$ 21.900) em relação ao ano anterior.

O novo Tourbillion, hipercarro da marca que utiliza um 8,3 V16, capaz de atingir 9.000 rpm e produzir 1.000 cv, perdeu todos os quatro turbocompressores, mas adicionou uma configuração híbrida plug-in que certamente não será barata de se trabalhar caso algo dê errado. 

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