Dodge Challenger Hellcat Black Ghost é a despedida do V8; veja avaliação

Versão é uma homenagem a um piloto de rua e despedida dos mais de 800 cv

Por: Jeff Perez

Traduzido por: Thiago Moreno

09 Março em 09:00

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Depois de 16 anos de sucesso em sua geração atual, a Dodge está se despedindo do Challenger. O muscle car vai para o céu dos carros, onde ele fará burnouts com o Camaro e como parte da série de modelos "Last Call" da Dodge, a marca me entregou as chaves de uma edição especial do Black Ghost - o sexto de sete modelos limitados definidos para marcar o fim do modelo. E essa versão tem uma história de sucesso.

Ele homenageia o Challenger R/T SE de 1970 com o mesmo nome. Encomendado por Godfrey Qualls - um paraquedista da 82ª Divisão Aerotransportada e um então novo policial de trânsito de Detroit - ele tinha uma reputação entre os corredores de rua de Detroit. A lenda diz que esse Challenger surgia das sombras e, com a mesma rapidez, vencia os outros corredores de rua de Detroit antes de desaparecer na escuridão, o que lhe rendeu o nome de "Black Ghost".

A história é lendária. Mas, a menos que você realmente conheça a Dodge e/ou a história de seus muscle cars, esse é basicamente um Challenger Hellcat com mais potência e estilo. Não que isso seja uma coisa ruim.

Dez cavalos e 100 rotações a mais dão ao Black Ghost uma ligeira vantagem sobre o Challenger Hellcat "básico". O 6.2 V8 sobrealimentado produz 818 cv a 6.400 rpm, o que é capaz de levar o Black Ghost a 100 km/h em 3,8 segundos.

Pinos no capô, o grande emblema "DODGE" e uma grade escurecida são suficientes para diferenciar essa edição especial de uma versão normal. Um script retrô do Challenger fica atrás das caixas de roda com uma faixa branca no porta-malas. O vinil "Gator Grain" que cobre o teto é a referência mais proeminente ao Black Ghost original.

O banco do motorista é como um portal para meados dos anos 2000, quando os Challenger Hellcats eram novos e empolgantes. As atualizações do estofamento em couro Laguna e Alcântara embelezam uma cabine que, de outra forma, parece antiga, repleta de materiais baratos e uma tela sensível ao toque que fica defasada, como sugere sua construção do início dos anos 2000. Mas isso é um ponto discutível nesse carro.

A única coisa com a qual você precisa se preocupar é a alavanca de câmbio do tipo pistola. Não é manual; em vez disso, uma transmissão automática de oito velocidades envia todos os 818 cv para as rodas traseiras. Com os pneus certos e disciplina suficiente (neste caso, Pirelli P Zero All Season), essa configuração fará a rápida aceleração mencionada anteriormente.

Mas o mais divertido é pisar no pedal do acelerador e derreter a borracha dos pneus traseiros como se fosse carnaval. Assim como os Challenger Hellcat modernos, essa versão tem uma função Line Lock que impede que os pneus dianteiros girem enquanto você faz alguns borrachões incríveis, tudo isso de fábrica. No entanto, você nem precisa dela; uma pressão suficiente no pedal fará com que os pneus traseiros soltem fumaça.

Quando você encontra tração, o Challenger Black Ghost corre como um demônio até velocidades ilegalmente rápidas. Encontrei um trecho vazio de estrada e deixei o carro arrancar - o som do escapamento ecoou por toda a cabine de forma tão clara que é como se os tubos de escape duplos estivessem sendo bombeados diretamente para o banco traseiro. O velocímetro subiu assustadoramente rápido antes que eu tivesse que pisar nos freios dianteiros Brembo de seis pistões para reduzir a velocidade desse gigante.

Supondo que você consiga fazer com que os pneus grudem, esse carro é uma verdadeira loucura em linha reta. Seria ainda mais divertido com pneus específicos de arrancada e uma superfície preparada. No entanto, com 2.030 kg, você não levará esse Challenger para um circuito. Mesmo com amortecedores adaptativos que ajudam a controlar a rolagem da carroceria (de certa forma), o Challenger ainda joga seu peso de forma agressiva. Pelo menos a direção é pesada e nítida, e os pneus ultra-largos informam o que o carro está fazendo na maior parte do tempo.

A qualidade de direção do Challenger oferece um alívio bem-vindo em relação a alguns de seus concorrentes, o que o torna um excelente veículo para longas distâncias. Ele absorve até mesmo o pavimento mais imperfeito. E a trilha sonora do escapamento o acompanha aonde quer que você vá.

Como despedida, o Black Ghost é bastante discreto. A história de fundo é excelente, mas para um muscle car que causou tanto impacto, parece sutil demais. A única coisa que não é sutil é o preço; a Dodge está fabricando 300 unidades a US$ 99.315 (R$ 494,5 mil) cada.

Mas é tudo uma questão de perspectiva. Não há nada de sutil no Challenger como um todo - é um barco de 5 metros de comprimento que sobreviveu a 16 anos de evolução do mercado e está sendo morto agora que seus senhores planejam um futuro de veículos elétricos.

O Dodge Charger elétrico - seu sucessor espiritual - será, sem dúvida, empolgante. Como poderia não ser, com 900 cv de potência e torque instantâneo? Mas há uma coisa que estará sempre faltando: Um Hellcat V8.