A Honda está completando sua promessa feita no Salão do Automóvel de 2018, quando confirmou três modelos híbridos em seu catálogo em um período de cinco anos - ou seja, até 2023. Um pouco atrasado por questões burocráticas, pandemia e produção, o Honda CR-V é o terceiro da lista, ao lado de Civic e Accord, este último já em duas gerações eletrificado.
O Honda CR-V Advanced Hybrid se diferencia dos sedãs pelo uso da tração integral automática e algumas mudanças no sistema híbrido, principalmente pelo seu peso e proposta, mas traz basicamente o que já conhecemos no Civic e Accord em 2023. Por R$ 352.900, fica posicionado como o Honda híbrido mais caro do catálogo - no geral, só abaixo do esportivo limitado, Civic Type R.
Esta é a sexta geração do CR-V, onde todas foram vendidas no Brasil. Ele cresceu 75 mm no comprimento (4.706 mm), sendo 40 mm no entre-eixos, que foi aos 2.700 mm. Em largura, ganhou 11 mm (1.866 mm) e poucos mm na altura, agora com 1.691 mm, e a Honda diz que melhorou o embarque e desembarque dos ocupantes mas, em prioridade, melhorou o espaço e acomodação no banco traseiro.
Nesta geração, o CR-V chega ao Brasil com o sistema e:HEV, o híbrido da Honda. É o sistema que conhecemos no Civic e Accord, mas o SUV tem alguns diferenciais principalmente pelo seu porte e peso extra. O motor 2.0 aspirado, com injeção direta de gasolina, tem 147 cv (6.100 rpm) e 19,4 kgfm (4.500 rpm), que segue com a função de gerador de energia e, em alguns momentos, propulsor, enquanto o conjunto elétrico tem dois motores elétricos, com 184 cv e 34,2 kgfm, sendo um motor propulsor e outro, gerador.
É o mesmo conjunto dos sedãs, mas o CR-V tem tração integral, que envia força para o eixo traseiro por uma caixa de transferência que distribui 60/40 (dianteiro e traseiro) ou 50/50 entre os eixos. Outra mudança está no câmbio e-CVT, que no lugar de ter apenas uma marcha, tem duas no SUV, sendo esta extra para uma faixa intermediária de aceleração.
O Honda CR-V tem a nova identidade de design da Honda. Na dianteira, os faróis finos, fullLEDs, acompanham uma grade destacada, em preto brilhante, com sistema ativo para redução de arrasto aerodinâmico, e um vinco que segue pela lateral até a traseira. As rodas de 19" recebem acabamento em preto e diamantado, enquanto a traseira usa lanternas que invadem a coluna D e formam um L com a tampa - sim, remete um pouco ao Volvo XC60. Dois acabamentos seriam para o escape, mas apenas um dos lados recebe a ponteira real na versão híbrida.
Por dentro, o CR-V é basicamente o que já vimos nos sedãs. Linhas horizontais, com as saídas de ar escondidas por uma grade em colmeia, detalhes em preto brilhante e alumínio, com boa montagem e materiais. Peca ao, na porta traseira, ter um padrão mais simples, em plástico rígido, que acaba não conversando com o que fizeram ao misturar madeira e LEDs na dianteira, uma sensação maior de veículo premium. Volante, comandos e até mesmo as telas do painel (10,2") e sistema multimídia (9") são peças conhecidas. Um Head-Up Display mostra informações principais para o motorista.
O espaço interno é amplo. A Honda investiu muito tempo nessa geração do CR-V em melhorar a posição dos ocupantes e até mesmo em uma carroceria mais baixa para facilitar a entrada e saída. O banco traseiro ocupa com muito conforto dois ocupantes, mas três vão bem com o túnel central quase plano, algo raro em um modelo de tração integral, e saída de ar-condicionado acompanhada por duas portas USB-C. No porta-malas, 581 litros, com abertura da tampa automática e fechamento com chave presencial.
Em comum, Civic, Accord, ZR-V e CR-V usam a mesma plataforma. É uma base de boa construção que suporta uma suspensão independente nas quatro rodas, no CR-V com uma calibração bem voltada ao conforto que não chega ao exagero de balançar demais nas retas e curvas. As rodas de 19", com pneus 235/55, tem um bom perfil para absorver impactos sem riscos de danos e são incomodar os ocupantes.
A Honda fez um trabalho de isolamento acústico em carroceria e caixas de rodas, além dos vidros de dupla camada nas portas dianteiras e parabrisa acústico. É silencioso quando o motor a combustão está ligado, que também recebe um trabalho de balanceamento e anulação de vibrações e de ruídos. Como o Accord, o CR-V leva bem alto o nível de conforto de rodagem para motorista e passageiros, acima dos chineses, por exemplo.
Perceptível que o CR-V depende mais do motor 2.0 que os sedãs da Honda. Não afeta o conforto, mas depende do motor a combustão também em acelerações médias, pensando no porte e o que o SUV consegue levar a mais. Isso afetou o consumo divulgado pela Honda, mas ainda bons para o segmento: 14,6 km/litro na cidade e 11,6 km/litro na estrada - este último pior que o antigo 1.5 turbo, mas bem melhor no urbano.
O seletor de modos de condução tem a funções Normal, Sport e Eco, mas nenhuma especial para o sistema de tração integral, que trabalha automaticamente ao perceber o deslizamento das rodas dianteiras. Em conclusão, o CR-V soma as qualidades dos sedãs com a suspensão e modularidade de um SUV.
O novo CR-V chega em versão única, sem opcionais, por R$ 352.900. Nas cores Preto Cristal Perolizado e Prata Platinum Metálico, o interior é em couro preto. O Branco Topázio Perolizado, Azul Astral Metálico e Cinza Basalto Metálico, com o interior em couro cinza claro, como das fotos. Veja a lista com os principais equipamentos.
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