A Volkswagen é uma das fabricantes que mais defende o uso de etanol como uma alternativa à eletrificação, porém até agora não havia dado detalhes de como apostará no uso do combustível nos próximos anos. Alexander Seitz, CEO da marca, revelou algumas informações durante a premiação dos fornecedores realizada na última quarta-feira (21). O executivo quer um sistema híbrido-flex com peças produzidas no Brasil, inclusive o motor elétrico e a bateria.

Seitz foi bem claro e disse que o híbrido-flex da Volkswagen, neste momento, é um projeto de médio prazo e que “este tempo é tempo demais”. Faz parte de um ciclo de investimento de R$ 7 bilhões para a América do Sul e que será finalizado em 2026, o que nos dá uma ideia de como o projeto ainda deve demorar um pouco.

O sistema ainda está em desenvolvimento, em parceria com a Skoda (que ficará a cargo do desenvolvimento dos próximos carros a combustão da Volkswagen) e a VW Índia. Será um projeto mais longo, pois utilizará a plataforma MQB-A0, que não estava preparada para eletrificação – nem mesmo o Polo europeu tinha um sistema híbrido. Como a arquitetura equipa a maioria dos carros vendidos no Brasil, a alteração é vital para atingir as metas de descarbonização da empresa.

Um dos objetivos da Volkswagen é nacionalizar componentes do sistema híbrido-flex e o executivo acredita que não será muito difícil. O Grupo Volkswagen já tem uma parceria com a Moura, que fornece as baterias para os caminhões elétricos e-Delivery feitos em Resende (RJ), por exemplo. No caso do motor elétrico, existem empresas investindo na produção nacional, como a WEG, que está erguendo uma linha de montagem em Jaraguá do Sul (SC). Seitz disse até que é mais fácil produzir um motor híbrido no país do que um câmbio automático.

O executivo defende que o etanol será uma forma de reduzir as emissões, embora seja uma solução temporária. “Com o híbrido flex a etanol, vamos chegar ao mesmo nível de emissão de CO2 de um carro 100% elétrico. O veículo elétrico é o futuro, mas sua disseminação ocorrerá em velocidades diferentes mundialmente”, explica Seitz.

O que a empresa ainda não define é que tipo de híbrido veremos no país. Espera-se que os carros de entrada usem uma tecnologia híbrida-leve de 48V, mais barata, o que não elevaria demais o valor dos modelos básicos. No caso de veículos mais caros, o normal seria que tivesse um sistema híbrido de verdade, seja convencional ou plug-in, mas a Volkswagen só utiliza este último na Europa para carros com a plataforma MQB-A1 (do nosso Taos).

Volkswagen Golf R-Line no Brasil

Há um tempo, Motor1.com publicou um flagra do novo Golf em testes no Brasil, com o motor híbrido-leve. Na época, executivos ligados à fabricante nos confirmaram o desenvolvimento da tecnologia para aceitar etanol e disseram que a estreia levaria mais um tempo. Apesar dos rumores persistentes de que esta tecnologia faria a estreia no Polo reestilizado (o que não aconteceu), nossas fontes diziam que só apareceria em um modelo mais caro, antes de descer para o resto da linha da empresa – o candidato mais forte seria a reestilização do Taos, prevista para depois de 2024.


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