Volkswagen trabalha em carro de entrada híbrido flex para o Brasil
Modelo usará uma nova plataforma híbrida baseada na MQB-A0 do Polo
Sempre que falamos de eletrificação e descarbonização, a Volkswagen do Brasil afirma que o etanol é uma solução para reduzir as emissões e que está investindo para usar o biocombustível com um sistema híbrido. Agora finalmente temos uma indicação do que pode acontecer. Alexander Seitz, chairman executivo da marca na América do Sul, revelou que a empresa está desenvolvendo um carro de entrada com sistema híbrido flex.
Seitz comentou sobre o projeto durante a inauguração do Way To Zero Center, unidade de pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis dentro da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP). O executivo afirma que Skoda e VW Índia estão colaborando no projeto da nova plataforma híbrida e que a base é a MQB-A0 do Polo. A meta é criar uma arquitetura que possa ser usada para veículos voltados para países da América do Sul, África, Ásia e até algumas regiões da Europa que ainda tem uma procura grande por carros de entrada, como Espanha e Itália.
A preocupação da Volkswagen é que realmente seja um carro de entrada, com um preço acessível. “O objetivo é ter um produto financiamente viável, com produção local na maior parte das peças”, explica Seitz. Desde o começo do desenvolvimento, o motor será preparado para usar tanto gasolina quanto etanol, mas ainda não está definido se será um híbrido-leve (MHEV), um híbrido convencional (HEV) ou até um plug-in (PHEV). “O importante é o foco nos custos. Ele precisa ter um alto grau de localização de componentes e ser competitivo, financeiramente viável”, completa Seitz.
Não espere ver este carro tão cedo. O comandante da Volkswagen na América do Sul avisa que o modelo ainda “levará alguns anos” para ser lançado e é possível que faça sua estreia primeiro na Europa, para depois desembarcar em outros mercados. E não tem a pretensão de ser o primeiro híbrido de entrada do Brasil, pois Seitz diz que não sabe o que os concorrentes estão planejando.
A nova geração do Golf rodando perto da fábrica em São Bernardo do Campo (SP), testando o sistema MHEV
Uma indicação dos planos da Volkswagen é o fato de que a fabricante está testando o sistema híbrido-leve no país há algum tempo. O Golf atual foi flagrado em testes, na versão R-Line, usando o motor 1.5 turbo com a tecnologia MHEV. Como é um gerador no lugar do alternador, é um sistema mais simples e barato do que um híbrido de fato, sem carregar um conjunto de baterias mais robusto. Na época, apesar dos rumores de que faria parte das novidades do Polo renovado (aquele que estreou em setembro), Motor1.com apurou que a Volkswagen planejava fazer a estreia da tecnologia em um modelo mais caro e que levaria mais alguns anos.
Com isto, a Volkswagen está em uma corrida para ter um híbrido mais acessível no país. A Stellantis tem mostrado interesse em oferecer um carro híbrido flex no Brasil, para Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot, também utilizado um sistema MHEV. Foi a estratégia usada pela Kia com o Stonic, vendido por R$ 147.990, ou pela Caoa Chery com Arrizo 6 Pro (R$ 159.990) e Tiggo 5X Pro (R$ 169.990). Se desconsiderarmos os MHEV, o híbrido mais barato é o Toyota Corolla, por R$ 182.090.
Este híbrido não será a única opção que a Volkswagen prepara para o Brasil. Seitz afirma que tem como objetivo trazer novas tecnologias, porém sempre pensando se é financeiramente viável. “Sou defensor de uma visão global a partir de sempre buscar atender os desejos dos clientes”, diz o executivo. Um exemplo é o esforço da empresa para criar uma plataforma para carros elétricos de entrada, que será usada no futuro ID.2 e com lançamento previsto para 2025. Seitz adianta que a operação brasileira irá estudar a possibilidade de trazer esta arquitetura para o nosso mercado.
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Fonte: AutoData, Auto Indústria
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