O segmento das picapes médias já tem uma quantidade grande de concorrentes, além de ser dominado pela Toyota Hilux e Chevrolet S10. Ainda assim a GWM vê espaço na categoria e trará uma das caminhonetes da marca Poer, inclusive produzindo o veículo na sua fábrica em Iracemápolis (SP). E, para conquistar o seu espaço, apostará em dois pilares para diferenciar-se no segmento: um motor híbrido e muita tecnologia embarcada.

Oswaldo Ramos, COO da GWM Brasil, falou um pouco sobre a picape no podcast com InsideEVs Brasil. O executivo confirmou que a caminhonete que teremos no país será uma nova geração ainda não apresentada. O visual externo será alterado, mas é na cabine onde estarão as grandes mudanças, “com a entrada de novas tecnologias”, que não foram reveladas ainda.

“A marca [Poer] é muito forte em picape e eles me perguntavam como é que a gente entra no mercado de picape. Se você entrar com uma picape igual a dos outros, tão boa quanto a dos outros, ninguém vai comprar. Talvez o segmento mais raiz para uma marca, e tem marcas boas que tentaram lançar suas picapes e nunca conseguiram se firmar no Brasil. E as tradicionais realmente dominam, as pessoas tem carteirinha da marca delas. Ou você dá um motivo muito grande para a pessoa saltar para uma tecnologia que ela tenha atenção, ou essa pessoa, por um produto igual, ela compra segurança, ela compra certeza do valor de revenda. Então você tem que entregar muito a mais”, explica Ramos.

À primeira vista, até poderia se pensar em ter um preço mais barato que as outras picapes para atrair os clientes, mas Ramos se posiciona contra isso, lembrando o que aconteceu com a maioria das marcas chinesas que chegaram ao Brasil. Bastou o preço aumentar para matar as vendas. “Preço não é característica de produto”, define o executivo, “agora você trazer tecnologias que ninguém tem nem em desenvolvimento ainda, é no mínimo três anos para te alcançarem. Aí você forma a marca.” Uma destas tecnologias será a motorização híbrida, algo ainda inédito em uma picape média no país e a mais próxima de oferecer isto é a Toyota, que prepara um motor híbrido para a próxima geração.

Para ter certeza de que vão acertar com a Poer, a GWM já importou unidades da China, mesmo que não sejam as que serão vendidas aqui e com outra motorização, para iniciar os testes no país e começar o processo de nacionalização e alguns elementos relacionados ao comportamento da caminhonete. Com ex-funcionários de outras marcas, a empresa está aproveitando o conhecimento para testar a picape “em áreas onde a gente conhece e onde as outras falharam no Brasil, de todas as marcas”.

GWM Poer

A única certeza sobre a chegada da Poer é que acontecerá em 2024. A GWM iniciará a produção nacional em maio, mas ainda discute se começará a com a picape ou com um SUV de carroceria sobre chassi, também inédito. Caso o utilitário venha primeiro, a caminhonete começará a ser fabricada três meses depois, em agosto. Outro ponto ainda sendo decidido é se será lançada com a motorização híbrida abastecida somente com gasolina ou se já chegará flex.

Envie seu flagra! flagra@motor1.com