Avaliação: Range Rover Sport híbrido é luxuoso para quem quer dirigir
Por cerca de R$ 1 milhão, seria a sua escolha de SUV para dirigir (ou ser conduzido)?
Com R$ 1 milhão para comprar um carro, você pode escolher conduzir ou ser conduzido. A não ser que escolha um esportivo, há modelos que permitem qualidade para qualquer uma dessas funções. No caso do Range Rover Sport PHEV, temos uma boa relação para escolher qualquer uma das posições.
Uma das versões do SUV de luxo que chega ao Brasil é a P510e, um híbrido plug-in que une o motor 3.0 de 6 cilindros em linha, turbo, com um motor elétrico instalado na transmissão. No total, são 510 cv, mas o grande ponto é como ele pode ser luxuoso e, de certa forma, equilibrado para um uso diário e com a vantagem da autonomia totalmente elétrica para rodar praticamente todo seu percurso.
Um dos mais bonitos SUVs do mundo?
Duvido alguém passar por um Range Rover Sport sem parar alguns segundos para admirar o que fizeram com esse carro. Tudo bem, seu tamanho ajuda nisso. São 4.946 mm de comprimento (sendo 2.997 mm entre os eixos), 2.047 mm de largura e 1.820 mm de altura, que nessa versão Dynamic HSE recebeu as rodas de 23" opcionais e parecem casar perfeitamente na proposta de design.
O Range Rover Sport tem linhas limpas, sem vincos ou peças que querem chamar a atenção. Pelo contrário, ganha a atenção por quanto é charmoso sem exageros. Os faróis finos estão acompanhados de uma grade pequena, sem aquela coisa de ter uma peça gigantesca. Nas portas, maçanetas retráteis compõem um estilo sóbrio, assim como a traseira com as lanternas finas interligadas por uma peça preta, sem pegar pesado na iluminação.
Por dentro, idem. A atenção aos materiais é algo tradicional em um Range Rover, com couro até no painel. Porém temos um material novo, sustentável e chamado de Ultrafabrics, que nesse caso o percebemos nas portas. Apesar de ser sintético, ele não tira o luxo do couro e dos demais materiais, como o cromo escuro em partes metálicas - as maçanetas estão camufladas no acabamento das portas.
Lógico que o Range Rover Sport, em sua terceira geração, não deixaria de entrar na tendência das telas. Para o motorista, uma tela de 13,7" instalada mais deitada para facilitar a leitura parece flutuar no dashboard. Tem uma aba na parte superior para que a luz não prejudique as leituras das diversas informações que ela passa. O volante em couro de duas cores tem boa pegada e botões para os sistemas de assistência e controles multimídia, e regulagem elétrica da coluna.
Há LEDs personalizáveis para compor o interior. Ao centro, a tela de 13,1" é responsável por funções de navegação e som. Há espelhamento sem fios, com carregador por indução de 15W logo abaixo. A regulagem do ar-condicionado e aquecimento dos bancos são feitos por dois botões físicos multifunção, assim como o seletor de modos de condução mais abaixo. Ainda é bom ter algumas coisas físicas e de fácil acesso mesmo em um carro de luxo.
Conjunto híbrido, mas já esperando o elétrico
Esta geração do Range Rover Sport terá uma versão 100% elétrica em 2024, inclusive no Brasil. Por enquanto, o P510e é um híbrido plug-in que coloca um pé bem mais perto de ser elétrico por suas capacidades do que as gerações anteriores da JLR eletrificados. Para começar, sua plataforma é a MLA-Flex, que estreou em seu irmão maior, o Range Rover.
Desenvolvida para a eletrificação, também se destaca pela construção. Segundo a marca, é 35% mais rígida que a do Range Rover Sport anterior, além da qualidade de montagem e uso de materiais e tecnologias mais atuais. Como referência, este Range Rover Sport PHEV pesa 2.660 kg, um número bom para seu porte, baterias, motores e transmissão.
Sob o capô (de alumínio, como boa parte do SUV), temos um motor 3.0 turbo da família Ingenium. Tem variador de fase no comando de admissão e variador de abertura de válvulas no escape, além de injeção direta de gasolina. Na transmissão automática de 8 marchas da ZF, um motor elétrico de 105 kW (ou 143 cv) é a estrela do conjunto, que somado tem 510 cv e 71,4 kgfm de torque. A bateria deste sistema é de 38,2 kWh, sendo 31,8 kWh úteis.
Em números, o Range Rover Sport PHEV pode ser carregado em um wallbox de 7 kW, levando 5 horas de 0 a 100%, carregador rápido DC, demorando 40 minutos até 80%, ou carregador doméstico que acompanha o carro, com 2,3 kW, demorando 15 horas pra ir de 0 a 100%. No caso do P510e, chega aos 100 km/h em 5,4 segundos, com máxima de 242 km/h.
Sensações e eletrônicas de monte
Estamos em um patamar de valor em que o carro é mais vitrine de tecnologia que um carro em si. No Range Rover Sport, começamos pelo gerenciamento de tração Terrain Response 2. Há um seletor de modos de condução, mas o automático é o mais interessante. Ele monitora o terreno onde está 500 vezes por segundo e ajusta amortecedores adaptativos, bolsas de ar, tração, motor e transmissão conforme o que está ali. E isso pode ser complementado pelo GPS do carro...
Até mesmo um modo Dynamic Responde Pro tem influência da eletrônica. Os amortecedores podem receber carga independente da roda para segurar a rolagem da carroceria em curvas fechadas. O emulador de ronco trabalha com microfones e acelerômetros para reproduzir o mais próximo do real possível. No total, são 63 módulos para toda a eletrônica do Range Rover Sport que podem ser atualizados Over The Air, remotamente.
São tantas funções que, nos poucos dias com o Range Rover Sport PHEV, não deu para explorar tudo. Com uso mais urbano, me limitei ao modo Normal, Eco e Dynamic, e com o modo híbrido com o EV, totalmente elétrico, Hybrid e o Safe, que segura a carga da bateria para alguma situação futura.
Há tempos que não dirigia um carro tão confortável como este. No modo EV, o silencio de operação do sistema já é o conhecido, mas coloque isso ao lado do sistema de cancelamento de ruídos e nem os pneus você percebe rolando. Vidros de dupla camada, isolamentos acústicos e muito mais te dão a sensação de um verdadeiro tapete voador. Lembra da suspensão pneumática? Ele garante que (quase) tudo fique no lado de fora, só com pequenas reclamações pelas rodas de 23" e pneus 285/40, baixos.
Os bancos enormes fazem parte desse conjunto. O volante é grande, como o carro, e tem peso ideal tanto para manobras, uso em baixas velocidades quanto comunicação andando mais rápido. Aliás, temos o eixo traseiro que pode esterçar 7,3º para manobras ou para ajudar em curvas, em conjunto com um vetorizador de torque e a própria suspensão inteligente e adaptativa. É divertido ver como um SUV desse tamanho se transforma com a ajuda da eletrônica embarcada.
Com o motor elétrico na transmissão, ele também se beneficia das trocas de marchas. Consegue chegar aos 140 km/h no modo totalmente elétrico e, mesmo no modo Hybrid, é perceptível que ele é a prioridade no jogo para consumir e emitir menos. Cheguei tranquilamente a rodar mais de 70 km com uma carga de bateria, e também a chegar, com o híbrido, a mais de 50 km/litro. Mas garanta ter bateria, ou seu consumo urbano será de 4,9 km/litro.
A pergunta do milhão: vale?
Se você comprou o Range Rover Sport como este, com tabela de R$ 985.750, terá um bom carro para dirigir, se quiser. Silencioso, lotado de assistências de condução, confortável e que com a ajuda da eletrônica, pode andar rápido ou no fora-de-estrada. No banco traseiro, muito espaço e a mesma dose de conforto, como duas telas multimídia individuais e ar-condicionado de 4 zonas. Não é seu irmão maior, o Range Rover, com bancos individuais, mas já é algo superior. No porta-malas, 647 litros com uma divisória se estiver com cargas menores.
Enquanto não se torna 100% elétrico, o híbrido plug-in é uma boa forma de ir se acostumando. Considerando que esta é a base, temos um bom futuro chegando e, por enquanto, uma bela evolução dentro da marca. Basta ter um bolso para isso e saber aproveitar o quanto esse carro oferece. Em poucos dias com ele, não consegui fazer tudo, de tão completo que é.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
Range Rover Sport P510e
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