Os principais executivos da indústria automotiva já expressaram seus receios de que a regulamentação de emissões Euro 7 possa significar o fim do segmento de carros pequenos movidos a combustão. Recentemente, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, foi ainda mais longe ao dizer que os parâmetros mais rigorosos são "inúteis" e terão um efeito negativo sobre a indústria.

O segmento ainda está lutando para produzir pequenos carros elétricos acessíveis para substituir seus predecessores movidos a combustão, algo que ainda não aconteceu. A regulamentação Euro 7 deverá entrar em vigor em julho de 2025, embora sua forma final e os níveis de óxido de nitrogênio e monóxido de carbono que serão exigidos ainda não tenham sido confirmados. 

Em outubro do ano passado, no entanto, foi relatado que "uma revisão final foi feita" sobre as novas regras com base "nas atuais circunstâncias geopolíticas e econômicas". Mas, mais uma vez, nada foi oficialmente anunciado ainda.

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"Não é útil, é caro, não traz benefícios aos clientes, não traz benefícios ambientais", disse Carlos Tavares ao falar com os representantes da mídia durante uma mesa redonda na quarta-feira, antes do anúncio dos resultados financeiros da Stellantis em 2022. "A parte a respeito das emissões de motores a combustão é algo que simplesmente não faz sentido", disse.

Esta não é a primeira vez que Tavares critica as normas Euro 7. No ano passado, ele disse que as novas regras exigiriam que as montadoras investissem fortemente em motores de combustão mais limpos e eficientes, que serão proibidos por lei em menos de uma década na Europa. Isto refletiria nos custos de pesquisa e desenvolvimento para todos os veículos novos e especialmente para o segmento de automóveis pequenos, o que poderia tornar esta categoria muito cara para os clientes. 

Em uma entrevista de outubro do ano passado, o CEO da Volkswagen, Thomas Schafer, advertiu que um hatchback ou um subcompacto poderia ficar entre 3.000 a 5.000 euros mais caros (entre R$ 16,4 mil e R$ 27,4 mil) na Europa quando o Euro 7 entrar em vigor. Isto efetivamente mataria o segmento de carros pequenos, tornando-os inacessíveis até mesmo em comparação com o segmento de carros pequenos veículos elétricos. Em 14 de fevereiro, o parlamento da União Européia decidiu proibir a venda de novos carros a diesel e a gasolina no Velho Continente a partir de 2035.

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