Está cada vez mais difícil ter um carro de entrada no mercado europeu, conforme as exigências de segurança e de emissões de poluentes ficam cada vez mais rígidas. Em julho de 2025, as regras do Euro 7 devem começar a valer na Europa, obrigado as fabricantes a retrabalharem seus motores para que fiquem mais ecológicos. Segundo Thomas Schäfer, CEO da Volkswagen, isto irá elevar o valor dos carros compactos em até 5 mil euros (R$ 27.726), o que pode matar o Polo e seus rivais.

É um ponto de discussão entre a Comissão Europeia e as fabricantes. De um lado, a comissão estima que o preço dos carros subirá entre 90 e 150 euros (R$ 499 e R$ 832), o que já seria menos do que os 304 euros (R$ 1.685) previstos antes de uma revisão na proposta. Qualquer um dos valores não seria um problema, só que Schäfer diz que a realidade é bem diferente e que um hatchback de entrada, como o Volkswagen Polo, ficariam entre 3 mil e 5 mil euros (R$ 16.636 e R$ 27.726) mais caros.

Este aumento é o suficiente para que Schäfer diga que o Polo tem um futuro incerto, assim como o resto do segmento. “No momento, temos engenheiros avaliando o que isto significa. Mas, se [o impacto esperado do Euro 7 no preço dos carros] for verdade, nós definitivamente não iremos investir mais e continuaremos o plano de eletrificar tudo o mais rápido possível”, explica o executivo.

De acordo com o CEO da Volkswagen, as fabricantes terão que adicionar mais tecnologias além de um sistema híbrido-leve, para conseguir atender às novas normas de emissões. Dependendo do quanto tiver que gastar, é mais interessante para a marca investir no seu futuro elétrico de entrada, conhecido por enquanto como ID.2 e que teria um preço abaixo de 25 mil euros (R$ 138.633). Schäfer reitera que a a VW está buscando uma forma de conseguir ter um preço abaixo de 20 mil euros (R$ 110.907) – o que o colocaria exatamente na posição do Polo, que hoje parte de 19.925 euros (R$ 110.491).

Se o Polo realmente acabar desaparecendo da Europa, o futuro do hatchback acabaria nas mãos das divisões da marca em países emergentes, como Brasil e Índia, criando modelos específicos para atender os seus respectivos mercados. Será o caso do Polo brasileiro, pois o posicionamento da marca por aqui é apostar no etanol como uma solução de descarbonização, com planos de oferecer veículos híbridos abastecidos com o combustível da cana de açúcar. E, como vimos com o Polo Track, a Volkswagen tem o interesse de desenvolver novas versões do hatch para o Brasil.


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