Fusão da Stellantis está ajudando todas as marcas, diz executivo

Cada uma das 14 marcas do grupo terão 10 anos para provar o seu valor

10 Dezembro 2022 em 09:00

Em janeiro de 2021 foi criada a Stellantis, grande grupo automotivo que surgiu da união do Fiat Chyrsler Automobiles com o Grupo PSA. Desde então houve uma apreensão acerca da continuidade de algumas das 14 marcas que compõem o grupo, mas dois anos depois os resultados estão aparecendo e as fabricantes estão "desempenhando", segundo Mark Stewart, diretor de operações norte-americano da empresa.

Atualmente, a Stellantis conta com nada menos que 14 marcas, são elas: Abarth, Alfa Romeo, Chyrsler, Citroën, Dodge, DS Automobiles, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, Ram e Vauxhall. Ou seja, o portfólio atual do grupo é bastante diverso e tem de marcas esportivas até outras dedicadas a picapes e SUVs, bem como compactos. A anúncio desse bom desempenho revelado por Stewart veio durante realização do congresso do Automotive News, em Detroit, Estados Unidos.

Lancia Ypsilon

Embora realmente existisse a dúvida se algumas fabricantes sobreviveriam à época da fusão, principalmente quando falamos da italiana Lancia, que tem em sua gama apenas o compacto Ypsilon, e também a Chysler, que sobrevive atualmente com a minivan Pacifica, a Stellantis tratou logo de dizer desde 2020 que não tinha planos de aposentar nenhuma marca. O caminho foi outro, já que a nova gigante automotiva deu o prazo de 10 anos para cada uma de suas 14 fabricantes provar sua viabilidade (leia-se lucro). Stewart reiterou isso no evento, dizendo que "Todo mundo tem uma chance de lutar”.

Apesar de 10 anos parecer muito tempo, já estamos indo para o terceiro ano para as marcas provarem seu valor. Ou seja, o ano de 2030 está mais próximo do que parece e a Stellantis estabeleceu algumas metas para serem alcançadas pelo grupo. Assim, a fabricante planeja lançar nada menos do que 25 veículos 100% elétricos até o final da década, fora que o grupo quer que 100% das vendas de veículos na Europa seja composta por veículos elétricos até 2030. Para essa missão, o papel da Peugeot será fundamental, pois a Stellantis quer torná-la totalmente elétrica nesse tempo.

Chrysler Airflow Concept

Outras marcas também estão bem encaminhadas, com a Alfa Romeo revelando o Giulia SWB Zagato em 2023, enquanto a Maserati tem no seu calendário de lançamentos o novo e reformulado Gran Turismo, que tem direito a uma versão 100% elétrica em sua versão mais potente que chegará com nada menos do que 1.200 cv e tração nas quatro rodas. Engana-se quem acha que a Chrysler ficará para trás: em janeiro deste ano ela apresentou o conceito Airflow, que antecipa o primeiro carro elétrico e sua nova linha de design.

Vale lembrar que, até 2028, a Chyrsler prevê lançar até três veículos EVs. Para isso, a montadora está fazendo um investimento considerável em manufatura e produção ao mesmo tempo em que se prepara para seu futuro 100% elétrico na próxima década. A marca investiu mais de US$ 100 milhões em fábricas de motores, bem como nada menos do que US$ 2,8 bilhões em suas fábricas no Canadá.

No Brasil, a Stellantis mostra uma boa gestão com a Peugeot, já que fez a marca vender quase 40 mil carros (39.659) no acumulado até novembro. O número representa um generoso crescimento de mais de 51% na comparação com o mesmo período do ano passado. Como parte de sucesso está o lançamento de versões mais baratas do 208 no mercado brasileiro, além de apostar bastante em vendas diretas com sua linha de veículos comerciais.

Agora será interessante ver como serão os próximos anos das 14 marcas da Stellantis. A Lancia apostará em uma nova geração do Ypsilon, que será lançada em 2024 e virá totalmente eletrificada – e inclui um modelo 100% EV. Já o famoso Delta deverá voltar como SUV e será o modelo topo de linha da marca italiana. Porém vale lembrar que a Stellantis vai em busca de corte de custos para uma operação mais eficiente, o que por consequência pode afetar as novidades para algumas marcas, ou mesmo o compartilhamento de projetos que podem gerar críticas, à exemplo do Alfa Romeo Tonale e Dodge Hornet, que são praticamente o mesmo carro.