A falta de alguns componentes como os semicondutores ainda faz com que as fabricantes operem com um ou dois turnos em suas fábricas. Então é uma surpresa receber o anúncio da Toyota de que suas linhas de produção em Zárate (Argentina) abrirão o terceiro turno em 2023, com a meta de chegar a 182 mil unidades, o que será um recorde para o complexo argentino. Os únicos modelos montados lá são a picape Hilux e o SUV SW4.

De acordo com a empresa japonesa, será a primeira vez que o terceiro turno será aberto na fábrica argentina, passando a funcionar 24 horas por dia de segunda a sexta. Isto levou a contratação de mais de 2.000 funcionários para as linhas de montagem e os novos colaboradores começarão a trabalhar em um sistema rotativo. Esta expansão é o resultado de um investimento de US$ 60 milhões (R$ 319,4 milhões) no complexo.

Fábrica da Toyota em Zárate (Argentina)

É um marco impressionante, ainda mais porque a fábrica em Zárate monta apenas a picape Hilux e o utilitário SW4. Existem diversas informações de bastidores falando sobre os planos da Toyota para adicionar o furgão HiAce, derivado da Hilux, porém a marca ainda estava cotando peças para avaliar a possibilidade de montar o modelo. Segundo o jornal Ámbito Financiero, será uma forma de chegar a meta de 200 mil unidades anuais determinada pela matriz. A ideia era iniciar a fabricação em 2024.

Atualmente, 80% da produção de Hilux e SW4 é destinada para mercados fora da Argentina, em grande parte vindo ao Brasil. A Hilux lidera com folga entre as picape médias, somando 42.825 unidades emplacadas até novembro, só encontrando concorrência na Fiat Toro, que tecnicamente é menor. Já o SW4 era o SUV grande mais vendido, porém perdeu a liderança para o Jeep Commander. Ainda assim, emplaca bastante, contabilizando 12.342 unidades no acumulado do ano.

O resultado da produção em 2022 faz com que a Toyota seja a fabricante que mais montou veículos na Argentina, a que mais vendeu no país vizinho e a que mais exportou. Um resultado bem importante, ajudando a empresa a manter-se no lucro em um momento em que a economia argentina sofre bastante, com as vendas de carros despencando pelo aumento dos preços e a falta de dólares.


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