Já dirigimos Nissan Z 2023: Esportivo de 400 cv com bom preço existe
Nova geração está longe do Brasil, mas nada impede aparecer com seu novo V6 biturbo em nossas ruas
Em um mundo onde carros elétricos e SUVs dominam as estradas, a Nissan não precisava fazer um esportivo de dois lugares e puramente a combustão. Em 2020, um ano ruim para as vendas ao redor do mundo, a Nissan vendeu apenas 2.000 unidades do 370Z, 1% do que vendeu o SUV Rogue. Até mesmo o lendário Toyota Supra emplacou cerca de 6.000 unidades no ano, deixando claro que não vale muito a pena fazer cupês esportivos hoje em dia.
E mesmo assim, aqui estamos, dirigindo o Nissan Z 2023. Eu poderia colocar aqui diversas anedotas pessoas ou uma história, mas vamos direto ao ponto. É um vencedor. Carrega nos ombros o peso de um nome com 53 anos de tradição e consegue equilibrar um encanto clássico com desempenho moderno, embora ainda na antiga plataforma do 370Z. O Nissan Z 2023 é muito melhor que seu antecessor, um deleite. Até por ele existir devemos agradecer e celebrar ele ser muito bom.
No caminho certo
Comparado ao 370Z, o novo esportivo tem mais força. O antigo V6 2.7 do Z desapareceu, uma relíquia da família VQ. Em seu lugar, o V6 3.0 biturbo com 400 cv e 48,4 kgfm de torque, 68 cv e 11,1 kgfm a mais que o anterior. Graças a uma faixa de torque de 1.600 a 5.200 rpm e torque de potência a 6.400 rpm, o novo Z parece tão rápido quanto sua arrancada sugere, embora o corte a 6.800 rpm dê uma segurada nessa onda. Pelo menos, a resposta do acelerador é visivelmente mais afiada, dando ao novo Nissan mais atitude.
O Z também tem subchassis dianteiros e traseiros estrategicamente reforçados e uma estrutura mais rígida. Infelizmente, essas mudanças exigiram algum ganho de peso e o novo Nissan Z 2023 pesa 1.581 kg em sua versão mais leve, o Sport 6MT, quase 23 kg acima até mesmo do 370Z mais pesado. Na versão Performance, com câmbio automático de 9 marchas, o Z chega aos 1.633 kg, mostrando que ele realmente não é um carro leve. Felizmente, ao menos tem uma boa potência extra.
O Nissan Z 2023 provou sua força em uma comparação com seu antecessor. Antes de irmos para a estrada com a novidade, passamos algum tempo em uma pista improvisada no pitlane do Las Vegas Motor Speedway com o antecessor, mais especificamente um 370Z 2020 com o câmbio manual de 6 marchas. Um encantador, mas cheio de defeitos. A entrega de potência faz das arrancadas um certo desafio, principalmente para colocar isso no chão.
Não temos esse problema no novo esportivo com o câmbio manual, que responde com uma boa dose de torque. A Nissan ainda não divulgou números, mas posso apostar que o novo Z acelera aos 100 km/h na faixa dos 4,5 segundos.
A versão Performance que dirigi a seguir era ainda mais rápido. Independente da escolha da transmissão, o Performance vem de série com controle de largada, que enche os turbos e evita que ele destracione. O câmbio de 9 marchas tem trocas rápidas e a Nissan priorizou as arrancadas, chegando aos 100 km/h na faixa dos 4 segundos, possivelmente. Independente da escolha da transmissão, ele ronca bonito - alguns ficarão desapontados, outros entusiasmados.
Tudo sob controle, diferente do passado
Enquanto o motor mais do que compensa o peso extra do Nissan Z 2023, eu estava um pouco preocupado como isso seria na hora de fazer curvas. Para evitar problemas, os engenheiros revisaram a geometria da suspensão dianteira, com maior ângulo de giro para melhorar a estabilidade, e todas as rodas possuem amortecedores monotubos mais espessos que minimizam o pular das rodas em superfícies ruins. Rodas mais leves e pneus mais largos em todas as versões completam a transformação.
A Nissan me deu algumas voltas ao volante do automático e manuais ao redor do arco externo da pista, um trajeto de 3,8 km em sua maioria plano, com vértices tardios que testam o piloto e revelam um problema de equilíbrio e saídas de frente. E enquanto o novo Z é um pouco pior nas transições rápidas de trajeto - nisso, o antigo é mais ágil - ele faz curvas mais fechadas de forma neutra, e a pequena saída de traseira é fácil de ser corrigida.
Coloque um pouco de elevação nessa mistura e o Z 2023 aparece. Na estrada ondulada e reta em direção ao Lago Mead, o esportivo é igualmente agradável de dirigir. Embora aprecie estradas suaves e previsíveis, ele vai lidar bem com as ocasionais surpresas de frenagens e direção sem drama. Um conjunto comunicativo e a direção ajudam, fornecendo ao motorista muitas informações para manter a força G dentro dos limites do carro. E esse ganho de peso acima mencionado? Não mudou o comportamento do esportivo, ao menos fora da pista.
Surpreendentemente, nem a versão com o câmbio automático. Tem os modos de direção Normal e Sport, mas é tudo o que precisa. O primeiro equilibra suavidade e calma, tornando boa escolha para uso diário. Mas mude o modo e o Nissan Z reduz as marchas e faz mudanças rápidas, totalmente diferente. Eu nem me preocupei em fazer as trocas pelas aletas no volante pois o câmbio já faz um excelente trabalho em velocidade, frenagens e força G.
Mas ninguém compra um Z baseado em lógica. É aí que entra o câmbio manual de 6 marchas, oferecendo todos aqueles "envolvimentos com o motorista" que os entusiastas tanto adoram. O espaçamento entre as marchas é boa - próximas para uma troca rápida, mas longe os suficiente para que você não fique procurando a marcha - e, embora a alavanca pareça um pouco baixa, ela é, no entanto, precisa e livre de falhas. A embreagem, da mesma forma, é um pouco pesada, mas precisa. É fácil achar a posição para um bom punta-tacco, embora o Performance adicione isso de forma automática.
Diamante bruto
Baseado em uma plataforma com mais de 10 anos, o Nissan Z 2023 tem algumas falhas, todas relacionadas ao interior. O 370Z aparece no console central de plástico rígido nesse novo carro, embora a Nissan tenha esculpido um segundo porta-copos, este escondido sob uma tampa frágil.
Infelizmente, esta não é a pior parte do interior. A estrutura dos bancos é virada pra baixo como no 370Z, trazendo uma posição muito alta para quem vai usar um capacete e desprovida de suporte para as pernas para ser mais confortável em longas distâncias. O banco do passageiro não tem ajuste de altura. A espuma até foi reprojetada no Z, mas ainda é fina e deixa o ocupante cansado após algum tempo.
Esses pontos chamam a atenção pois o resto da cabine é agradável. Um novo conjunto de instrumentos digital de 12,3" e uma tela multimídia de 8" nas versões de entrada e 9" na Performance deixarão os modernistas felizes. O software da Nissan é fácil de usar, com uma quantidade enorme de botões físicos acompanhando o layout de menus e funções na tela. E a tela está em um novo painel com design moderno, mas que ainda possui três instrumentos analógicos para lembrar os antigos Z.
Talvez surpreendente, a parte mais tecnológica do Nissan Z sobre seu rival Toyota Supra é a segurança. Todas as versões, incluindo a de entrada com o câmbio manual, tem piloto automático adaptativo, frenagem de emergência automática e assistente de permanência em faixas, todos jogando juntos para manter o Z no lugar mesmo em tráfego pesado. Todo o sistema pode ser desativado facilmente, útil quando se está em uma pista sinuosa e aproveitando o carro. O Supra possui o piloto automático adaptativo como opcional e o restante como itens de série.
Rivalidade Renovada
Falando no Toyota Supra, produzido pela BMW, a Nissan considera, com razão, o Supra 3.0 como o rival mais natural do Z. Ambos oferecem motores 6-cilindros turbo, com tração traseira e um desenho semelhante de carroceria. Mas suas personalidades são mundos diferentes. O Supra é inegavelmente mais polido, graças aos traços da BMW e ao ajuste de suspensão que parece dedicadamente germânica e sólida. Mas por isso, o Toyota é um pouco mais frio, com menos atitude que o Z. Tudo no Nissan, desde o ronco do escape até o rodar mais firme, faz com que ele seja mais envolvente ao dirigir.
Depois, há a diferença de preço. O Nissan Z de entrada custa US$ 39.990, que já tem rodas de 18" e a tela de 8", além dos 400 cv do V6. O Performance custa US$ 10.000 a mais, com sistema de som Bose, bancos em couro aquecidos e tela de 9", além das atualizações como o diferencial traseiro mecânico de deslizamento limitado, freios maiores e rodas forjadas de 19".
A Toyota não deixará você ter um Supra abaixo dos US$ 44.565 e, mesmo assim, com 4-cilindros e 255 cv. Se quiser o motor maior de 382 cv, esteja preparado para gastar US$ 52.920, além de pagar pelo piloto automático adaptativo e alerta de ponto-cego, US$ 3.155 a mais. Pesar um Supra de US$ 56.070 contra um Z de US$ 51.015 é um desafio - esse dinheiro extra ao menos traz um interior mais agradável e maior conforto, se for prioridade.
Mais uma vez, a Nissan não exige que você gaste tanto para ter o 6-cilindros biturbo, o que me inclinaria a ter um Z básico ante o Performance ou qualquer Supra. Claro, o Nissan Z 2023 não é tão refinado como seu rival da Toyota, mas se eu tivesse US$ 41 mil sobrando, o fascínio dos 400 cv seria difícil de ignorar.
É claro que adoraria ser provado que estou errado, levando os dois para um passeio. Tudo o que nos resta fazer é alinhas a dupla japonesa (e mais alguns esportivos de preço semelhante) para decidir qual o melhor.
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O novo Honda HR-V 2023 já está chegando e neste vídeo vamos falar tudo que já sabemos do modelo. Com visual totalmente renovado, o SUV produzido no Brasil terá a missão de conquistar também os proprietários do Civic G10, modelo que deixou de ser feito por aqui. Para isso terá como opção o motor 1.5 Turbo Flex, em duas versões, e também o motor 1.5 com injeção direta aspirado para as versões mais baratas.
Galeria: Nissan Z 2023
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