Com um ambicioso plano para carros elétricos, a Renault estaria até considerando separar a empresa, colocando os VEs em uma nova companhia para aumentar a visibilidade e que poderia ser acompanhada na bolsa de valores, por ter uma cotação separada. Ao menos, esta é a ideia que Luca de Meo, CEO da Renault, revelou na última terça-feira.

"A eletricidade é outra tecnologia, outro modelo de negócio, portanto merece um perímetro organizacional completamente dedicado, e isto nos permitirá mostrar ao mundo que, quando se trata de carros elétricos, somos muito bons", explica de Meo, durante um evento interno da Renault.

Um dos percursores dos carros elétricos, junto com a sua parceira Nissan, a Renault foi uma das primeiras oferecer um modelo de produção em larga escala. Porém, 10 anos depois, a fabricante francesa já não tem mais a mesma força, perdendo espaço para a recém-chegada Tesla ou para outras marcas que tem investido pesado, como Peugeot e Volkswagen.

Não é a primeira vez que a Renault fala disso. Em fevereiro, a empresa comentou sobre a ideia de criar duas entidades distintas. A elétrica teria sede na França, enquanto a outra ficaria em outro país e seria dedicada para os motores a combustão e híbridos. A localização ainda não teria sido definida pois a marca busca por parcerias e conversa até com a Nissan sobre aproveitar a aliança.

"A idéia é eventualmente chegar a um acordo para encontrar sinergias mais fortes, seja com a Nissan, se ela quiser pular na onda, ou com outra pessoa, ou com investidores de longo prazo", continuou Luca de Meo.

O projeto de separar as duas empresas, que está levantando questões no departamento de engenharia francês da Renault, será tema de um estudo interno em julho, levando a uma apresentação para os investidores programada para o final do ano.

A fabricante espera que isto ajude a melhorar o preço de suas ações, já que o anúncio da suspensão de suas atividades na Rússia, seu segundo maior mercado, após a guerra na Ucrânia, frustrou as esperanças levantadas pelo plano estratégico "Renaulution ", que visa melhorar a situação financeira do grupo.

Diante das crescentes críticas sobre sua presença contínua na Rússia, a Renault anunciou no final de março que estava suspendendo sua atividade em Moscou e considerando o futuro de sua participação de controle no principal fabricante russo de automóveis, a Avtovaz.

O grupo já indicou que esta decisão resultará em uma perda de 2,3 bilhões de euros nos resultados do primeiro semestre, mas Luca de Meo deixou a porta aberta para os diferentes cenários em consideração na Rússia.

"Estamos bem equipados para tentar encontrar uma solução a longo prazo, que nos permita proteger nossos bens e nossos funcionários e, de fato, não insultar completamente o futuro, porque a vida continua e esperamos que a situação no terreno volte à normalidade", disse Luca de Meo. (com AFP)

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