A Stellantis vai promover uma grande renovação em seu portfólio, a começar pela Fiat, que há algum tempo na Europa já não conta com um modelo para ocupar o segmento B, que tem como carro chefe os hatches compactos. O Punto saiu de linha no velho continente (e no Brasil) em 2018 e desde então não teve qualquer sucessor, ficando a cargo do subcompacto Fiat 500 a responsabilidade de tentar preencher esse vazio.
O anúncio não é mera especulação, pois a informação partiu do próprio Carlos Tavares, CEO da Stellantis, durante teleconferência de apresentação das demonstrações financeiras do segundo trimestre e relatório semestral da empresa. Mas a notícia de um novo hatch com emblema da Fiat veio a partir da antecipação de alguns pontos do plano industrial do grupo, principalmente em relação as marcas italianas – apesar de maiores detalhes serem revelados somente no final de 2021, no mais tardar no começo de 2022.
Bater o martelo sobre o visual da próxima geração do Punto ainda é difícil, já que o modelo anterior de terceira geração foi desenhado por Giorgetto Giugiaro e ostentava um desenho marcante. Mas a julgar pela gama atual de hatches da Fiat, a fabricante em tese não teria muita opção a não seguir o estilo do nosso Argo ou Tipo vendido em alguns países do leste europeu.
Na projeção feita pelo Motor1 Itália, o visual traz bastantes elementos do Argo, como os faróis espichados para as laterais e o para-choque com uma entrada ar abaixo e outra menor nas laterais.
A diferença fica por conta do conjunto óptico e grande dianteira mais afilados que o nosso Argo, bem como um visual proporcional mais próximo de um hatch médio, ou seja, menos estreito e alto que do hatch brasileiro. Mas isso tudo ainda é uma aposta e até seu lançamento pode mudar.
O que pode ser mais óbvio mesmo é adoção da plataforma CMP de origem PSA, que atualmente serve de base para os hatches compactos Peugeot 208 e o Opel Corsa, além dos SUVs compactos Peugeot 2008, DS 3 Crossback, Opel Mokka e o Citroën C4 – que virou uma espécie de SUV-cupê na Europa. Essa plataforma modular também é compatível com motores 100% elétricos, à exemplo do Citroën e-C4 revelado em junho do ano passado.
Por isso podemos esperar também por um Punto elétrico e outros com motores a combustão (como no Peugeot 208), ou seja, esqueça versões com motorização híbrida ou híbrida plug-in, pois a plataforma CMP não é compatível com essas soluções.
A ideia do novo Fiat Punto é que ele seria um hatch de entrada com preços competitivos, algo possível por conta da economia de escala caso ele adote a mesma plataforma dos hatches e SUVs compactos já citados. Suas versões 100% elétricas teriam autonomia suficiente para enfrentar seus (futuros) principais rivais, que podem ultrapassar os 300 km com uma carga.
Vale lembrar que ainda não há detalhes sobre a integração da propulsão elétrica, mas de contrapartida é totalmente esperado que o novo Punto nasça pronto para receber uma versão 100% eletrificada, pois as regras de emissões na Europa estão cada vez mais rígidas, fora que os carros a combustão deverão ser proibidos por lá em 2035.
Na apresentação, outras confirmações também aconteceram: a DS já tem seu futuro definido e, partir de 2024, todos os novos modelos que a marca francesa lançar serão 100% elétricos. O percurso para a eletrificação também será válido para a Lancia, que começará a se eletrificar a partir de 2024, produzindo veículos movidos a bateria a partir de 2026. Já a Alfa Romeo seguirá o caminho elétrico em 2027, mas isso limitado a alguns mercados, enquanto em outros continuará a ter carros dotados de motores de combustão por um tempo.
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