Poucos dias após a morte de Sergio Marchionne, que morreu dia 25 de julho, aconteceu outro adeus triste para os fãs da Fiat. A marca encerrou a produção do Fiat Punto na Itália, hatch que passou por três gerações desde 1993 e tornou-se o símbolo de uma era para os italianos e quem trabalhou na linha de produção do modelo. Não é à toa que os funcionários de Melfi, fábrica que produzia o Punto, quiseram prestar uma homenagem, postando fotos em redes sociais da última unidade sendo montada.

Mudança de estratégia

A decisão de não produzir mais o Fiat Punto foi tomada por questões estratégicas, porque agora a Fiat-Chrysler quer focar em carros mais atraentes e garantir lucros maiores. SUVs e crossovers estão acabando com o espaço para carros "simples" na Europa, embora muito possam criticar esse pensamento, já que outras marcas tem modelos utilitários e mantiveram os carros mais baratos na linha. O grupo, porém, escolheu outro caminho para a Fiat, que já conhecemos há um tempo, dando prioridade para o 500 e suas variantes. O Alfa Romeo MiTo, construído em Mirafiori, também pagou o preço por essa estratégia, tendo sua produção encerrada em julho.

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500 mil unidades por ano

A tristeza dos funcionários de Melfi é explicada pelos números de produção do Punto. Durante anos, o hatchback teve mais de 500 mil unidades produzidas por ano e deu trabalho há milhares de pessoas. Apontam que em 1995, seu segundo ano, passou de 665 mil unidades fabricadas e nunca ficou abaixo das 500 mil unidades até 2002, três anos antes da chegada da segunda geração. Nunca repetiu os números de seu antecessor. Outro recorde foi registrado em 2006, quando mais de 340 mil veículos foram produzidos em Melfi e montaram mais de 92 mil unidades do Punto anterior. Desde então, entrou em declínio constante e, em 2016, apenas 61.500 veículos foram feitos.

 

Sai Punto, entra Argo

No Brasil, o Punto estreou em 2007, já alinhado com o modelo mais atual na Europa. Vendeu bem desde sua estreia até 2013, acima das 30 mil unidades. Começou a cair em 2012, quando emplacou quase 25 mil veículos e não parou de recuar. Em 2016, seu último ano no nosso mercado, vendeu somente 7.709 unidades. Na época, seu destino já era conhecido. A Fiat preparava o Argo, então conhecido como Projeto X1H, que iria tomar o seu espaço e, como viemos a descobrir depois, também o do Palio - era para o Palio ter continuado vivo como uma opção mais barata, mas o Argo acabou por canibalizar as vendas.

 

 

Galeria: Fiat Punto - A história

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