A crise mundial por culpa da falta de semicondutores segue a todo vapor, prejudicando totalmente o ritmo de produção da indústria automotiva, que acumula sucessivas paralisações desde o início deste ano. Dessa vez foi fábrica da Renault que vai suspender a partir da próxima segunda-feira (2) a produção da sua linha de montagem em São José dos Pinhais, no Paraná.
O comunicado foi divulgado através de e-mail para parte dos funcionários da fábrica na última quinta-feira (29), como adiantou o site da Revista Quatro Rodas. O tempo de paralisação no complexo fabril vai variar dependendo do setor de cada funcionário da Renault. Para quem não sabe, a marca francesa conta com dois setores de produção em São José dos Pinhais (PR): sendo um para os veículos de passeio e outro dedicado a veículos comerciais.
Na unidade chamada Curitiba Veículos de Passeio (CVP), responsável por produzir Captur, Duster, Kwid, Logan, Sandero e Stepway, a suspensão na linha de montagem vai durar por 10 dias, tendo início no dia 2/8, enquanto o retorno das atividades tem previsão para ocorrer no dia 12/8. Na unidade Curitiba Veículos Utilitários (CVU), que fabrica o furgão Master nas versões chassi, furgão e para passageiros, a paralisação será de apenas 5 dias.
Em comunicado, a fabricante explicou o motivo da parada de sua fábrica na região metropolitana de Curitiba:
“A Renault do Brasil informa, que em função da falta de componentes eletrônicos, haverá férias coletivas nas fábricas do Complexo Industrial Ayrton Senna, no período de 02 a 06/08 para a fábrica de veículos comerciais leves e de 02 a 11/08 para a fábrica de veículos de passeio. Além disso, nos dias 29 e 30/07 não haverá produção na fábrica de veículos de passeio. A produção referente a estes dois dias será compensada em datas futuras a serem definidas pela empresa.”
De acordo com um estudo do Boston Consulting Group (BCG), a falta de semicondutores na indústria indicou neste ano uma perda de produção de 5 milhões a 7 milhões de veículos leves em todo o mundo por causa da falta de semicondutores. A consultoria americana aponta ainda que nada menos que 162 mil unidades já deixaram de ser produzidas na América do Sul durante o 1º semestre, o que segundo a Anfavea representa algo na casa das 130 mil unidades só no Brasil, mercado responsável por 80% da produção na região.
Contando com reduções de produção ou paralisação total devido a falta dos chips eletrônicos, essa crise já afetou no Brasil 8 montadoras com um total de 14 fábricas no país, como mostrou um acompanhamento regular da consultoria Auto Forecast Solutions (AFS), dos Estados Unidos. Além disso, a crise afetou a linha de montagem de 41 veículos diferentes.
Quando pegamos as montadoras mais prejudicadas pela falta de semicondutores, não tem como não lembrar da General Motors, cuja fábrica de Gravataí (RS) está sem produzir nada há quatro meses. O complexo, onde são feitos os modelos Onix e Onix Plus, tem previsão de voltar a operar apenas no dia 16 de agosto, assim, até lá, serão longos 5 meses e meio sem produção. Já a fábrica da GM em São Caetano do Sul (SP), que produz Joy, Joy Plus, Tracker e Spin, ficará suspensa por 2 meses.
Outras fabricantes também foram atingidas pela falta do componente, como a Volkswagen, que já teve que suspender sua produção nas fábricas de São Bernardo do Campo e Taubaté, ambas em São Paulo, e São José dos Pinhais, no Paraná. A Hyundai também já suspendeu sua produção na fábrica de Piracicaba (SP), mas que recentemente voltou a operar em apenas um turno desde o dia 16 de julho.
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Fonte: Quatro Rodas
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