Coração gringo: os carros nacionais com motores importados
Mesmo nascendo no Brasil, diversos modelos ainda não nacionalizaram esta parte vital
Apesar de uma indústria automotiva com mais de 6 décadas, alguns fabricantes ainda optam por importar componentes para a produção de diversos modelos. Você pode não saber, mas muitos deles são produzidos por aqui usando um motor importado por uma questão de custo ou de estratégica por não ter um volume que ainda compense financeiramente a produção local.
Em alguns casos, há alterações para o uso em nosso mercado, desde os ajustes para rodar com o combustível local até o uso da tecnologia flex, que permite o abastecimento com etanol ou gasolina. Nesta lista, temos desde modelos de alto volume até marcas premium e motores turbo a gasolina ou flex, turbodiesel e até mesmo conjuntos híbridos.
BMW: 2.0 turboflex (Série 3, X1, X3 e X4)
Em sua planta de Araquari (SC), a BMW produz versões do sedã Série 3 e dos SUVs X1, X3 e X4. Todos usam o motor 2.0 turbo que, para alguns, é turboflex com 184 cv e 30,6 kgfm de torque. Apesar do trabalho da engenharia brasileira para o trabalho com o combustível vegetal, o motor é importado da Alemanha e sempre ligado a um câmbio automático de 8 marchas.
Peugeot e Citroën: 1.6 turbo THP (2008 e C4 Cactus)
Já consagrado em nosso mercado, o famoso 1.6 THP da antiga PSA já esteve em diversos modelos da Peugeot e Citroën produzidos no Brasil, como o 208 GT. Hoje é utilizado apenas no C4 Cactus e no Peugeot 2008 com até 173 cv e 24,5 kgfm de torque e, apesar de importado, é outro que teve a engenharia brasileira envolvida para rodar com os 2 combustíveis. Sua produção é francesa e tem algumas mudanças para o que equipa, por exemplo, o Peugeot 3008.
Caoa Chery: 1.0 turbo, 1.5 turbo e aspirado, 1.6 turbo
A Caoa Chery conta com uma gama extensa no mercado brasileiro, tendo um portfólio formado pelos modelos Tiggo 2, Arrizo 5, Tiggo 3X, Arrizo 6, Tiggo 5X, Tiggo 7 e Tiggo 8. Em comum, todos têm motores importados da China e que tiveram componentes modificados para se tornarem bicombustíveis, sendo boa parte deles turbo. O mais recente a ser integrado ao portfólio foi o 1.0 turbo de 3 cilindros do Tiggo 3X, que não tem injeção direta e rende até 102 cv e 17,1 kgfm de torque.
O 1.5 turbo flex disponível para Arrizo 5, Tiggo 5X e Tiggo 7 entrega até 150 cv e 21,4 kgfm de torque. O topo de linha Tiggo 8 é o único da gama da marca a contar com o 1.6 turbo de injeção direta que, no SUV de 7 lugares, tem 187 cv e 28 kgfm de torque.
Fiat/Jeep: 2.0 turbodiesel Multijet (Toro, Compass, Renegade e Commander)
Não é só do motor 1.3 turbo T270 que a Fiat e a Jeep vivem no Brasil. Além do propulsor bicombustível fabricado em Betim (MG), os modelos das marcas também contam com versões equipadas com o motor 2.0 turbodiesel Multijet, que rende bons 170 cv e 35,7 kgfm de torque ou até 38,7 kgfm de torque com algumas mudanças no Commander. Não apenas o motor, mas também todo o conjunto do câmbio automático de 9 marchas (ZF) e a tração integral automática são importados da Itália.
Hyundai Motor Brasil: 1.0 Kappa, 1.0 Kappa TGDI, 1.6 Gamma e 2.0 Nu
Quem diria que um dos carros mais vendidos do Brasil, o Hyundai HB20, até hoje traz sob o capô um motor importado? No caso do hatchback e sedã, eles contam com os motores três cilindros 1.0 Kappa flex de até 80 cv e 10,2 kgfm e o turbinado 1.0 TGDI flex de até 120 cv e 17,5 kgfm. Vale lembrar que esse conjunto mecânico também estreou na 2ª geração do SUV Creta.
Já o motor quatro cilindros 1.6 Gamma flex rende até 130 cv e 16,5 kgfm, sendo exclusivo na linha 2022 para o aventureiro HB20X e para a versão Action do Creta. O que há em comum em todos eles? Os motores são importados da Coréia do Sul, mas isso deverá mudar em alguns meses, com o inicio da produção local provavelmente em 2022.
Hyundai Caoa: 1.6 Gamma TGDI
Além da Hyundai Motor Brasil, temos no país a Hyundai Caoa, que tem como principal modelo feito na fábrica de Anápolis (GO) o New Tucson. O SUV que briga com Jeep Compass e companhia no segmento dos médios vem com o motor 1.6 Gamma TGDI, que entrega 177 cv e 27 kgm de torque. Embora seja feito em terras tupiniquins, seu propulsor é feito na Coreia do Sul – igual ao da família HB20 e Creta.
Honda: 1.5 i-VTEC Turbo Earth Dreams (Civic e HR-V Touring)
Produzido no Brasil há 24 anos na fábrica de Sumaré (SP), o Honda Civic é um dos sedãs médios mais tradicionais do mercado. A geração atual foi lançada em 2016 no país e desde então veio equipada com duas opções de motores: 2.0 flex de até 155 cv e 19,3 kgfm de torque e o 1.5 turbo a gasolina, que entrega bons 173 cv e 22,4 kgfm. Reparou que esse propulsor só bebe gasolina? Isso acontece porque o conjunto turbinado, exclusivo da versão Touring tanto do sedã quanto do SUV HR-V por aqui, é importado dos Estados Unidos.
Land Rover: 2.0 Turbo Ingenium (Discovery Sport e Evoque)
Atualmente, a Land Rover produz o Discovery Sport em sua fábrica de Itatiaia, no Rio de Janeiro. Apesar de ser feito por aqui, ele traz sob o capô o motor Ingenium 2.0 turbo flex de 250 cv e 37,2 kgfm de torque, adaptado também para beber etanol e importado do Reino Unido. Outro modelo que será feito a partir do mês que vem no país e que também trará esse mesmo propulsor importado é o Range Rover Evoque.
Renault: 1.3 Turbo TCE Flex (Captur)
O motor 1.3 turbo TCE estreou no Brasil no Renault Captur 2022 lançado em julho deste ano, a principal novidade do SUV compacto além da discreta reestilização e a cabine um pouco mais refinada. Desenvolvido em parceria com a Mercedes-Benz, este propulsor equipa todas as versões do utilitário e rende 170 cv e 27,5 kgfm de torque – o maior entre os SUVs compactos. O motor 1.3 turbo vem da Espanha.
Toyota: 1.8 híbrido-flex (Corolla e Corolla Cross)
Dois modelos bons de loja da Toyota no Brasil atualmente são híbridos e têm motores importados. Produzidos na fábrica da marca em Sorocaba e Indaiatuba (SP), tanto o sedã Corolla quanto o SUV Corolla Cross têm suas versões eletrificadas com propulsores importados do Japão, apesar de serem adaptados para beber também o nosso etanol – um ajuste da engenharia para ambos se darem bem em nosso mercado. A motorização é formada por um motor 1.8 flex de 101 cv e 14,5 kgfm de torque ajudado por 2 motores elétricos com 72 cv e 16,6 kgfm, que combinados chegam ao total de 122 cv.
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