A Ford comemora nesta semana o lançamento de 35 anos do Escort no Brasil. Apresentado em 1983 como primeiro carro global da marca, o modelo marcou época pelo estilo inovador (tinha frente em cunha e carroceria com dois volumes e meio) e rapidamente tornou-se objeto de desejo dos consumidores jovens. Foi produzido durante 20 anos (13 no Brasil e 7 na Argentina) e constituiu família com diversas versões, entre elas a icônica esportiva XR3, que oferecia até uma variante conversível.

Linha Escort
Ford Escort 35 anos de Brasil

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Quando chegou oficialmente ao Brasil, o Escort já estava na terceira geração na Europa. Tinha faróis retangulares, janelas amplas e traseira curta, além de motor transversal, tração dianteira e suspensão independente nas quatro rodas. Media 3,97 metros de comprimento e chamava atenção por ter o menor coeficiente aerodinâmico do país (0,385 Cx). 

A gama de motores era formada pelos 1.3 e 1.6 movidos a etanol ou a gasolina, sempre associados a um câmbio manual. Na época, o modelo era elogiado pela direção leve, ampla visibilidade e baixo nível de ruído a bordo. A embreagem com ajuste automático de folga e a garantia de três anos contra corrosão também eram destaque.

Entre outras inovações, o Escort foi o primeiro carro fabricado no Brasil a oferecer simultaneamente a opção de duas ou quatro portas. O portfólio de versões era formado por três opções: básica, L e GL. A luxuosa variante Ghia foi lançada posteriormente e se diferenciava pela presença de itens como vidros e travas elétricos, vidros com efeito dourado, limpador de para-brisa ajustável e indicadores de desgaste do freio, nível de combustível, óleo e líquido de arrefecimento. Havia ainda bancos de veludo e relógio digital com grafismo azul no teto.

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Opção mais famosa da linha, a versão esportiva XR3 (sigla para Experimental Research 3) chegou na sequência e trazia exclusividades como quatro faróis auxiliares, aerofólio traseiro, teto solar, rodas de 14" no estilo “trevo de quatro folhas” e pneus de perfil baixo – outra novidade em carros nacionais. Sob o capô, o motor 1.6 com calibração especial entregava 10 cv extras, garantindo melhor desempenho. A variante Conversível chegou em 1985.

Um ano depois, em 1986, o modelo foi reestilizado e ganhou mudanças no capô, grade, faróis, piscas e para-choques. Perdia o motor 1.3 e passava a ser oferecido apenas com duas portas. Em 1989, com a formação da Autolatina (união da Ford com a Volkswagen), as versões XR3 e Ghia receberam o conhecido motor AP 1.8 e a família cresceu com a estreia de um sedã de duas portas: o Verona.

Em 1993, chegava ao mercado a segunda geração, com destaque para a carroceria maior, design completamente revisto e interior mais ergonômico. O apimentado XR3 ganhou motor 2.0 com injeção eletrônica e performance extra. Para atender uma faixa mais popular do mercado, a carroceria antiga continuou a ser produzida na versão Hobby, inicialmente com motor 1.6 e depois 1.0.

Ford Escort 35 anos de Brasil

Já em 1996, com a criação do Mercosul, a produção foi transferida para a Argentina e o estilo foi novamente modificado. O motor passou a ser o 1.8 16V Zetec e as versões XR3, Ghia e Hobby foram descontinuadas. No chamado modelo 1996 e meio, o hatch voltou a ter quatro portas e o nome Verona foi trocado por Escort Sedan. Nessa época foram lançados a perua Escort Station Wagon e o esportivo hatch RS, com carroceria de duas portas. Em 2000 o Escort ganhou a opção do motor Zetec Rocam 1.6 nacional e em 2003 a produção foi definitivamente encerrada. 

No portfólio da Ford, coube ao Focus substituí-lo. Atualmente, o batismo Escort é usado na China em um sedã de porte médio vendido apenas no mercado local.

Fotos: Divulgação

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