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Teste: Chevrolet Tracker RS 2024 aposta no visual em troca de equipamentos

Versão esportivada é cerca de R$ 3 mil mais barata que a Premier, mas perde itens importantes

Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)

O segmento de SUVs compactos está tão concorrido que vemos dois dos principais players procurando alternativas para levar mais (e novos) clientes para as concessionárias. Depois da Hyundai com o Creta N-Line, a Chevrolet apresentou o Tracker RS, que em comum são versões esportivadas - ou seja, um visual esportivo sem maiores modificações mecânicas. 

Mas você trocaria alguns equipamentos por uma grade e outros pontos visuais exclusivos? A Chevrolet posicionou o Tracker RS 2024 entre o LTZ 1.0 turbo (R$ 144.090) e o Premier 1.2 turbo (R$ 162.650), muito mais próximo do mais caro e com a lista de equipamentos parecida, por R$ 159.750. Percebeu que a diferença é de apenas R$ 2.900? É aqui que você precisará fazer as suas escolhas...

Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)

Um pouco de cada lugar

Compor o visual do Chevrolet Tracker RS 2024 não deu muito trabalho. A grade dianteira é conhecida do Tracker RS já vendido na China desde o começo de 2022. Em formato colmeia e pintura preto brilhante, é o maior diferencial desta versão. Puxa a pintura preta para o "bigode" que guarda o logo da marca na dianteira, que também recebeu a parte central em preto - o mesmo aconteceu com o logo traseiro e o do volante. 

Os faróis em LEDs recebem uma máscara negra para se diferenciar das peças do Tracker Premier. As luzes diurnas estão no parachoque, que também fazem o papel de setas direcionais. Peças como as capas dos retrovisores, rack do teto e um aplique no parachoque traseiro adotam a pintura preta, assim como as rodas de 17" que são as mesmas do Premier, mas nesse tom mais escuro. As lanternas em LEDs estão levemente escurecidas, assim como o nome Tracker na tampa que acompanha o escrito RS, esse em vermelho. 

Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)
Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)
Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)

É um carro bonito para quem gosta de tantos detalhes escuros. Nada impede também que um dono de Tracker Premier escolha comprar a grade dianteira na área de peças da concessionária para se diferenciar, por exemplo, e escolher o que pintar ou não de preto antes mesmo de pegar seu carro. Por dentro também são mudanças simples, como o volante, faixa central do painel e bancos com costuras vermelhas e detalhes em preto.

O bom do Premier, o não tão bom do LTZ

A Chevrolet acertou em alguns pontos do Tracker RS. Primeiro, ter o teto-solar panorâmico, que era exclusivo do Tracker Premier 1.2 turbo - o Premier 1.0 turbo deixou de ser vendido nesse ano/modelo 2024. Outro acerto foi o motor 1.2 turbo, de 132 cv e 19,4 kgfm com gasolina e 133 cv e 21,4 kgfm com etanol. Dessa família GEM, é o melhor motor e que se entende bem com o câmbio automático de 6 marchas. 

Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)

Não há alterações nesse conjunto. Ou seja, do Tracker Premier 1.2 turbo que testei em janeiro deste ano, não senti diferença para o Tracker RS. Entre os elogios, é um motor bem mais disposto e com menor turbolag que o 1.0 turbo, principalmente em um carro desse porte, e a boa suspensão que melhorou muito das unidades que dirigimos no lançamento em 2020. É um SUV confortável, com câmbio de trocas suaves - mas nada rápidas, então não espere uma dinâmica esportiva nesse RS. Nada foi alterado nem na suspensão ou direção.

É a proposta familiar com um visual mais descolado. O Tracker RS 2024 mantém o bom espaço interno já conhecido para 4 ocupantes, deixando um quinto mais apertado pela largura do banco traseiro, e o porta-malas de 393 litros com uma útil prateleira que varia para aumentar o diminuir a altura do piso. O consumo se manteve o mesmo do Premier 1.2 turbo, com 9,6 km/litro na cidade e 15,1 km/litro na estrada, abastecido com gasolina. 

Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)
Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)
Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)
Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)
Chevrolet Tracker RS 2024 (teste)

Este novo Tracker RS tem um bom pacote de equipamentos, com destaques para o alerta de colisão com frenagem automática, alerta de ponto-cego, chave presencial com partida por botão, sistema multimídia com tela de 8" e espelhamento sem fios e os já comentados teto-solar panorâmico e itens visuais exclusivos. A não ser estes dois últimos itens e o motor 1.2T, são parte do Tracker LTZ.

Vale a pena?

Na comparação com o Premier 1.2T, perde o ar-condicionado automático, carregador sem fio, sistema de estacionamento automático, a tela do painel colorida, retrovisor interno fotocrômico e o sensor de estacionamento dianteiro. São perdas consideráveis para uma diferença de R$ 2.900 que, a não ser que o cliente faça realmente questão do visual diferenciado, não justificarão ele levar um RS e deixar o Premier na loja.  

No geral, é um Tracker 1.2 turbo de sempre. Isso é bom. Convencer o comprador a não levar um Premier para casa e comprar a grade separada que será mais difícil que o convencer a não sair da loja sem uma das versões do SUV da loja em prol de algum dos concorrentes - ele poderá se sentir na dúvida pelo Hyundai Creta N-Line, que é mais equipado, mas pede cerca de R$ 10 mil a mais e apenas motor 1.0 turbo de 120 cv. Você trocaria mais equipamentos pelo visual?

Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)

Chevrolet Tracker RS 1.2T

Motor dianteiro, transversal, três cilindros, 12 válvulas, 1.199 cm3, comando duplo variável, turbo, flex
Potência e torque 132/133 cv a 5.500 rpm; 19,4/21,4 kgfm a 2.000 rpm
Transmissão câmbio automático de 6 marchas; tração dianteira
Suspensão McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira; rodas de 17" com pneus 215/55 R17
Comprimento e entre-eixos 4.270 mm; 2.570 mm
Largura 1.791 mm
Altura 1.626 mm
Peso 1.271 kg em ordem de marcha
Capacidades porta-malas: 393 litros; tanque: 44 litros
Preço como testado R$ 159.750
Aceleração 0 a 60 km/h: 4,1 s; 0 a 80 km/h: 6,3 s; 0 a 100 km/h: 9,3 s
Retomada 40 a 100 km/h (em D): 7,2 s; 80 a 120 km/h (em D): 6,7 s
Consumo de combustível cidade: 9,6 km/litro; estrada: 15,1 km/litro (gasolina)
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