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Já dirigimos: Chevrolet Blazer RS é SUV esportivo com ressalvas

Seu espaço interno e preço não o ajudam diante da forte concorrência nos Estados Unidos

Chevrolet Blazer 2022

Os SUVs médios não são os carros mais esportivos do mundo, quase sempre optando pela praticidade em detrimento ao desempenho. Mas o Chevrolet Blazer 2022 traz para o segmento um estilo esportivo com o potente V6 que serve como um aceno ao esportivo da marca, o Camaro. 

Mas quanto você está disposto a sacrificar em nome de uma direção esportiva? Neste caso, o Blazer fica abaixo em certos quesitos que compradores deste porte podem valorizar, como alguns itens de segurança ativa bastante procuradas estão apenas em versões mais caras, por exemplo, e o Blazer não é nem o mais confortável nem o mais acessível SUV do mundo. 

Visual agressivo, amarelo nada discreto

O Chevrolet Blazer parece arrojado, principalmente nesta versão RS. Luzes diurnas finas em LEDs se estendem horizontalmente, com faróis quadrados posicionados mais abaixo. No entando, a maior parte da dianteira é a enorme grade preta. Nesta versão RS, usa um desenho mais largo e peças escurecidas. 

A pintura Nitro Yellow é uma nova tonalidade na linha 2022, o que o deixa ainda mais agressivo e chamativo. Ame ou odeie, é um opcional de US$ 395 impossível de ignorar e fica ainda melhor com o teto em preto de série no RS, como os detalhes escurecidos. As rodas de 21" ajudam a melhorar esse visual, mas custam US$ 1.000 a mais. 

Chevrolet Blazer 2022
Chevrolet Blazer 2022

Por dentro, não é tão chamativo. O couro preto cobre bancos e volante, assim como o mesmo tom está no painel, portas, console central e outros lugares. No RS, algo se destaca: as saídas de ar-condicionado. O acabamento vermelho brilhante em cada um se destaca no interior, combinado com a costura vermelha dos bancos. 

O layout do interior enfatiza a aparência agressiva do Blazer, com uma linha de cintura alta e uma área superior estreita, e o console central e painéis de portas inserem isso no interior criando uma espécie de cockpit. A disposição de tudo orientado ao motorista é agradável, mas a linha de cintura alta faz com que o espaço aparente ser apertado. 

Sacrifícios pela esportividade

Como é o SUV mais esportivo da Chevrolet, o Blazer não se destaca no departamento de conforto. O rodar é duro, os bancos são desconfortáveis. O couro duro e a falta de suporte faz com que se sinta como se estivesse sentado sobre cadeiras, não nelas. O isolamento deixa entrar bastante ruídos externos, como da estrada, vento e motor, o que torna difícil falar com os ocupantes sem levantar a voz. 

Chevrolet Blazer 2022

Por seu estilo descolado, o Blazer é mais apertado do que concorrentes como o Ford Edge ou o Hyundai Santa Fe. A parte frontal é apertada, com uma pequena janela perto do retrovisor e elementos volumosos em ambos os lados que invadem a área dos cotovelos. A altura e espaço para pernas na segunda fileira não são problema para um adulto médio, mas as pequenas janelas traseiras deixam o ambiente aparentemente menor do que realmente é. 

No porta-malas, o Blazer realmente sofre. Os 860 litros, que chegam a 1.820 litros com o banco rebatido, é o menor do segmento. E tentar carregar qualquer coisa ali requer uma elevação significativa para colocar uma carga mais pesada. 

Esportivo sim, conectado mais ou menos

O Blazer tem um sistema multimídia com tela de 8" com Apple CarPlay e Android Auto. Infelizmente ainda não é algo sem fio, nem mesmo as versões topo de linha. Pelo menos as versões RS e Premier adicionam a navegação GPS e um painel de instrumentos de 8", com uma configuração mais atrativa. 

A tela de 8" do Blazer é pequena perto de concorrentes, como o Grand Cherokee e a tela opcional de 10,1" (como o nosso Jeep Compass), e o Santa Fe com 10,3". Mas a tela do Blazer faz um bom trabalho. 

A tela inicial é de fácil navegação, com ícones coloridos e espaçados. No entando, a resposta ao toque não é tão rápida e inteligente. Cada versão recebe um hotspot WiFi, rádio via satélite e serviços OnStar, enquanto o carregador de smartphones sem fio está disponível na RS e acima como opcional. 

Chevrolet Blazer 2022

A versão RS é a única que recebe um motor V6 3.6 como item de série (opcional nas 3LT e Premier). Com 312 cv e 37,3 kgfm de torque, o Blazer RS acelera com pressa e chega a velocidades mais altas. O Blazer manda a potência por um câmbio automático de 9 marchas e chega nas quatro rodas com um sistema de tração integral de US$ 2.900. 

Dinamicamente, o Blazer RS é a versão com a melhor dirigibilidade graças a uma relação de direção mais direta e um diferencial de dupla embreagem para uma vetorização do torque lateral que direciona a potência para cada roda conforme a necessidade. O atire para uma curva e ele inspira confiança com uma rolagem limitada da carroceria, enquanto o motor fornece torque para as saídas. 

Chevrolet Blazer 2022

A direção é pesada e oferece bastante comunicação. Você sabe exatamente o que está acontecendo em curvas, mas em velocidades nas retas, há uma sensação de que o volante está excessivamente agitado em suas mãos.

A transmissão é a única coisa que criticamos mais no Blazer RS. O automático de 9 marchas não faz as trocas tão rápidas quanto deveria, mesmo no modo Sport. É preciso fazer tudo manualmente para que responda conforma a condução mais esportiva pede e, mesmo assim, a redução é lenta. E por qualquer razão, mesmo na versão mais esportiva, não há aletas para trocas no volante. 

Uma briga complicada diante a concorrência

O Blazer vem com alguns equipamentos de segurança de série, mas não tantos quanto os concorrentes oferecem. A frenagem automática de emergência com alerta de colisão frontal, detector de pedestres e assistência de faixa são de série em todas as versões. A RS acrescenta monitor de ponto cego, alerta de tráfego cruzado e câmera 360 sem custo extra. 

Chevrolet Blazer 2022
Chevrolet Blazer 2022

Infelizmente, mesmo na RS, o piloto automático adaptativo é opcional. Parte do pacote Driver Convenience II de US$ 1.650, também inclui freio de emergência automático em velocidades altas e uma câmera no retrovisor externo. Com o pacote e os demais itens, o Blazer RS fica confiante. O funcionamento do sistema é suave em aceleração, frenagem e manutenção de faixas. 

E nessa conta, o Blazer RS com o V6 e tração integral não é o SUV mais econômico, mas está dentro do segmento. Os 8 km/litro na cidade, 11 km/litro na estrada e 8,9 km/litro combinados estão dentro dos médios. Mesmo com um pé pesado em cerca de 160 km de estrada, o Blazer RS ficou dentro deste valor estimado durante a semana, se não um pouco mais econômico. 

Superfaturado?

O Blazer RS tem um problema com sua etiqueta de preço. Por US$ 44.000, o Blazer é mais caro que um Honda Passport equivalente com a tração integral e que qualquer Hyundai Santa Fe, mesmo em sua versão topo de linha. O Ford Edge ST-Line é um pouco mais caro, assim como o Grand Cherokee, mas o Jeep tem uma proposta fora-de-estrada. 

Chevrolet Blazer 2022

Para ficar alinhado aos seus concorrentes, a Chevrolet força você a gastar US$ 1.660 no pacote Enhanced Convenience, que acrescente bancos elétricos com memória e sistema de som Bose. Além disso, o pacote de US$ 1.650 é um pacote obrigatório se você quiser piloto automático adaptativo, frenagem automática em alta velocidade e carregador de smartphone sem fios. 

Nosso carro chega aos US$ 50.000. Mesmo com tração integral e todos os opcionais, o Santa Fe topo não chega aos US$ 45.000, enquanto o Passport está um pouco abaixo dos US$ 50.000 na mais cara. Você pode economizar se tirar a cor e as rodas de 21". 

O Blazer RS é o SUV esportivo mais convincente, bem colocado. Seu robusto V6, direção recalibrada e suspensão mais firme marcam melhorias notáveis sobre a versão básica e permite ao motorista uma condução mais afiada. Mas ainda há algumas áreas onde o Blazer fica devendo. É um pouco caro, não tão confortável e pede uma boa quantidade de opcionais por itens de segurança. 

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