Basta ver o trânsito dos grandes centros para perceber que mais pessoas optaram pelo transporte individual, principalmente as motocicletas. Um segmento que cresceu bastante foi o das scooters, pela praticidade de uso e baixo consumo de combustível. Esse segmento está crescendo e, por ser mais novo e concentrado em capitais, não é tão dominado por modelos da Honda.
Nós testamos a Yamaha NMax recentemente e ela provou ser digna das vendas que a deixam bem próxima da Honda PCX nas vendas. Mas, em algum momento, suas necessidades vão superar as capacidades de uma scooter de entrada e aí você pode partir para uma motocicleta convencional ou, caso você tenha se amarrado na facilidade de condução e praticidade da scooter, pode pensar nas maxi-scooters com motores acima de 200 cm³.
Apesar de as opções serem fartas, uma scooter supera as demais nas vendas: a Yamaha XMax. Não só é a maxi-scooter mais vendida de 2021, como ocupou a 5ª posição do ranking geral da categoria em novembro, superando até mesmo a Honda ADV. E isso acontece apesar do preço alto, pois a Yamaha cobra R$ 27.290 (sem frete) pela XMax. Para vender bem apesar dos valores elevados, alguma coisa a Yamaha XMax tem.
A maxi-scooter da Yamaha é cara, é verdade, mas o pacote é recheado. A XMax traz de série chave presencial, faróis com lâmpadas de LEDs, espaço sob o assento iluminado e capaz de acomodar 2 capacetes, tomada 12V, freios ABS, controle eletrônico de tração (única na categoria com o item), rodas de liga leve, cavalete central, para-brisa, pisca alerta, conta-giros e computador de bordo completo que mede até a voltagem da bateria.
O motor monocilíndrico pode ter somente 250 cm³, mas como se diz popularmente, "é enjoado". O pistão é de alumínio forjado e o cilindro tem revestimento especial mais resistente. O comando é simples no cabeçote, mas são 4 válvulas, 2 de admissão e 2 de escape, enquanto a refrigeração é a líquido. Com isso, ele entrega 22,8 cv de potência a 7.000 rpm e 2,50 kgfm de torque a 5.500 rpm. A transmissão, como na maioria das scooters, é automática do tipo CVT.
O chassi também é underbone, com uma travessa central curvada para baixo servido se suporte principal da moto. A suspensão conta com um garfo telescópico na dianteira com 110 mm de curso e a traseira é biamortecida com 92 mm de curso. As rodas de liga leve têm 15 polegadas na frente e 14 polegadas atrás. É uma solução bastantes convencional para uma scooter, mas a XMax tem pneus mais largos, de medidas 120/70 e 140/70 respectivamente.
A maxi-scooter da Yamaha já traz freios a disco nas duas rodas auxiliados por ABS e isso é um item mais difícil de encontrar nas scooters de entrada. A dianteira tem disco com 267 mm de diâmetro, enquanto o da traseira tem 245 mm. Entre as principais medidas, a Yamaha XMax tem 2,18 m de comprimento e 1,54 m de entre-eixos. O assento fica a 795 mm do chão e a marca declara um peso em ordem marcha de 179 kg. O tanque tem capacidade para abrigar 13,2 litros de combustível, sendo 2,4 litros de reserva.
Dependendo de como você encara a situação, somente os equipamentos da Yamaha XMax podem já compensar os mais de R$ 27 mil cobrados pela moto. Mas a scooter vai surpreender mesmo andando. Começando pelo visual, bastante remanescente das esportivas da marca com destaque para os faróis duplos de LEDs.
Claro que o porte maior vai exigir um pouco mais de atenção na hora de fazer corredor, mas não é proibitivo. O lado positivo disso é que você leva um banco bem mais largo e confortável que em uma scooter de entrada, além de uma ergonomia mais apropriada para pilotos mais altos. O espaço para os pés, porém, não permite você esticar as pernas contra o escudo frontal. Em posição convencional não cansa.
Em uso urbano, a Yamaha XMax se destaca por exacerbar as qualidades de uma scooter. Há mais porta-trecos na dianteira, sendo que um tranca junto com o contato e o outro tem uma tomada 12V. O espaço sob o banco acomodou meu capacete, minha mochila de trabalho e as tralhas da capa de chuva sem dificuldade. Até minha esposa, que não é tão chegada em andar de moto quanto eu, elogiou o conforto do banco do garupa.
Falando em garupa, a XMax não sentiu o peso extra nem em termos de desempenho nem no comportamento da suspensão. Ela pode ser cara, mas a suspensão não sofre na buraqueira como nos modelos pequenos. O único porém - e aqui é uma opinião pessoal - é que a transmissão é programada para eficiência. Nas arrancadas, o motor sobe até 5.500 rpm, pico de torque, e fica nessa faixa um bom tempo. Não dá a impressão que a moto está se esforçando para entregar toda a performance possível. De qualquer forma, acompanha motos de cilindrada similar.
Agora vamos para o grande inimigo de qualquer moto pequena: a estrada. Com os scooters de entrada, você terá sorte em conseguir chegar - e manter - mais de 110 km/h. A Yamaha XMax definitivamente não sofre desse mal. Até os 100 km/h ela acelera rapidamente e o ritmo cai um pouco daí até os 120 km/h regulamentares. A boa notícia é que, nessa velocidade, a moto não vibra e não é ruidosa. Isso acontece porque o CVT faz o motor trabalhar a somente 6.500 rpm nesse ritmo.
O conforto provido pela ergonomia e pelo banco é complementado na estrada pelo para-brisa que, apesar de não ser dos maiores, não gera turbulência e protege do vento. Na verdade, chega até a criar vácuo entre o piloto e o para-brisa. Claro que, maior e com pneus mais largos, não é a moto mais ágil já feita para fazer curvas, mas encara as grandes estradas sem problemas.
Como em qualquer moto, esperava que a XMax consumisse mais combustível nas rodovias, mas observei o contrário. Na estada, o computador de bordo registrou 31 km/l cravados, enquanto ficou entre 28 km/l e 30 km/l. Trunfo da boa calibração do câmbio CVT.
No final das contas, a Yamaha XMax não vai deixar de ser cara, mas é muito fácil você gastar até mais que o valor da moto em alternativas convencionais. Elas podem até superar a scooter em puro prazer ao dirigir e talvez em performance, mas com certeza vão ficar devendo em praticidade e conforto que só uma scooter consegue prover. Se você tem uma PCX ou NMax, mas queria uma moto capaz também na estrada sem perder aquilo que você aprendeu a amar numa scooter, a XMax é um óbvio próximo passo. E seus números de venda comprovam isso.
Fotos: Thiago Moreno
MOTOR |
monocilíndrico, gasolina, 250 cm³, arrefecimento a líquido |
POTÊNCIA/TORQUE |
22,8 cv @ 7.000 rpm; 2,50 kgfm @ 5.500 rpm |
TRANSMISSÃO |
automática, CVT |
SUSPENSÃO |
Garfo telescópico, 110 mm de curso; motor-balança com duplo amortecedor, 92 mm de curso |
CHASSI |
Underbone |
RODAS |
liga leve, 15" na dianteira e 14” traseira |
FREIOS |
Disco, 267 mm de diâmetro; disco, 245 mm de diâmetro |
PESO |
179 kg |
DIMENSÕES |
altura do assento: 795 mm; comprimento: 2,18 m; entre-eixos: 1,54 m; altura: 1,46 m; largura: 0,77 m |
TANQUE |
13,2 litros |
PREÇO |
R$ 27.290 (sem frete) |
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