Em agosto, a Honda PCX emplacou bem mais que sua arquirrival, a Yamaha NMax 160. Foram 2.661 unidades vendidas contra 1.567, respectivamente. No acumulado do ano, a PCX lidera com folga (18.513 unidades) ante a NMax (13.752), que é vice. A vantagem nas vendas, porém, não é indicativo de vantagem no uso.
A Yamaha NMax ganhou uma nova geração em novembro do ano passado, o que mudou bastante coisa na scooter da marca. Renovada, a moto recebeu visual repaginado, chassi revisto, novo acerto de suspensão e também um pacote de itens de série mais completo. O preço, no entanto, acompanhou as alterações e a NMax hoje parte de R$ 15.416 sem contar o frete.
Resposta curta? Quase tudo. Se você apenas bater o olho nessa nova Yamaha NMax, pode confundí-la com a irmã maior, a XMax 250. A scooter "encorpou" com a nova geração e se você a colocar lado a lado com a geração anterior, é difícil afirmar que se trata da mesma moto.
Uma antiga reclamação dos donos da NMax, o espaço pequeno para os pés, foi resolvido pelo novo chassi, com tubulação revisada e pontos de solda revisados. A marca aproveitou a estrutura também para fazer melhorias no sistema de suspensão da moto. Com rodas pequenas e suspensões de pouco curso, um bom acerto dos amortecedores é crucial para o conforto desse tipo de motocicleta. Para ajudar nesse quesito, o banco ganhou um novo formato e uma densidade diferente para a espuma.
O motor também mudou. Permaneceu como um monocilíndrico de 155 cm³ com quatro válvulas e arrefecimento a líquido, mas a Yamaha mudou bloco, pistão e cilindro, que foi revestido com material que reduz as resistências internas do propulsor. A moto já contava com comando variável de válvulas, mas com a nova geração, ganhou o sistema start/stop, algo que a PCX já trazia.
Falando em trazer de fábrica, a Yamaha NMax 160 2022 traz de série faróis e lanternas de LED, rodas de liga leve de 13", freios a disco em ambas com ABS nas duas, chave presencial, tomada 12V e pisca alerta. Os pneus têm medidas 130/70 na traseira e 110/70 na dianteira.
Particularmente, sempre admirei o segmento de scooters. Com um público mais ligado em mobilidade, não são motociclistas tradicionais fiéis a esta ou àquela marca. Tanto que o domínio da Honda nesse segmento cai de quase 80% no ranking geral para pouco mais de 60% entre as scooters. E uma das "guerreiras da resistência" sempre foi a Yamaha NMax 160.
Desde a primeira geração, a moto sempre foi admirada por seu desempenho, conforto e agilidade sobre a concorrência. E a impressão que ficou da nova geração da NMax foi a de evolução dessa mesma proposta. Não estou nem falando do visual, que realmente me fez confundi-la com a XMax 250.
A scooter mais vendida da Yamaha evoca um pouco da linha tradicional de motos da marca dos três diapasões. Nessa nova geração, mesclou linhas um pouco mais orgânicas com traços mais marcados na dianteira, principalmente no farol duplo de LED. Além da forma, a função também foi bem pensada.
Além da chave presencial, o espaço para bugigangas no escudo também foi bem pensado. À direita, o compartimento é fechado. Já à esquerda é aberto e traz a tomada 12V. Ambos abrigam com facilidade um smartphone, algo que não acontece nas concorrentes, diga-se de passagem. Ter a 12V em um porta-treco exposto aos elementos parece contra intuitivo, mas o compartimento é fundo o suficiente para nada escapar. Eu pelo menos deixei meu celular e rodei normalmente. Não tive problemas.
Por outro lado, o característico espaço sob o assento não é tão farto quanto nas rivais. Meu capacete aberto não coube facilmente por lá. Mas para capa de chuva e pequenas compras, cumpre bem seu papel. Ao se fechar o assento e usá-lo para o que foi feito, a Yamaha NMax provê uma postura natural de pilotagem, com os pés um pouco avançados e braços semi-flexionados.
A ergonomia também merece elogios. Desde de ampla área de cobertura dos retrovisores ao comando do computador de bordo que fica no punho esquerdo. O acelerador é leve e os comandos do piloto para os freios são respondidos prontamente. E aqui não tem essa história de ABS só na roda dianteira. A NMax traz o equipamento também na traseira.
Falando em comodidades, o tanque da scooter da Yamaha está entre os maiores da categoria, com mais de 7 litros de capacidade e abertura independente. Além de levar mais tempo para abastecer, também não é preciso levantar o banco para encher o tanque. A questão é que, durante o teste, o computador de bordo acusou um consumo médio de 35,7 km/ em uso majoritariamente urbano, mais baixo que a dos modelos da Honda, mas há uma boa desculpa pra isso.
O motor de 155 cm³ pode parecer pouca coisa, mas é o "bicho é enjoado", como se diz no popular. Além de 4 válvulas, tem comando variável e refrigeração a água. Alternando entre mais torque em baixas rotações e mais potência em giro alto, o resultado é que a NMax acelera rápido em qualquer situação, sem passar a sensação de que perde o fôlego em alta. O câmbio ajuda, como bom CVT que é, qualquer toque no acelerador faz a rotação subir.
Quando o comando variável entra em ação, acende-se uma luz no painel escrito "VVA", o ronco encorpa e a moto segue em franca aceleração até a velocidade máxima. Nessa situação, a NMax vai chegar aos 120 km/h com um pouco de paciência, mas recomendo uns 110 km/h para seguir com tranquilidade.
Além de demorar a chegar aos 120 km/h, nessa velocidade a suspensão também está no seu limite de segurança. Mas, tirando essa situação extrema, é uma das que mais merecem elogios no uso diário. As scooters costumam sofrer com pisos irregulares pelo pouco curso dos amortecedores e rodas pequenas.
Na Yamaha, não sei o que fizeram, mas você se sente muito mais em uma moto convencional. E isso não compromete a agilidade da NMax nas mudanças de direção, que continua sendo um dos pontos altos da moto. Foi uma das poucas scooters que andei e não senti dor nas costas. Falando em conforto, o sistema de start/stop, que estreou nessa nova geração, está bem acertado. Seu funcionamento é pouco perceptível.
Como vocês viram, a nova geração da Yamaha NMax acentuou as qualidades do modelo antigo, como o desempenho, trazendo mais comodidade e segurança. Em seu segmento, é a mais rápida e a mais confortável. Só que se o espaço sob o banco e economia de combustível estiverem na sua lista de necessidades, é bom ficar atento.
Com um preço de R$ 15.416, não é nada barata também. Mas você pode gastar R$ 15.390 em uma Honda PCX DLX ABS e ainda não terá o ABS na traseira nem o conforto da NMax. Então a opção da Yamaha não está há tanto tempo na vice-liderança por mera coincidência. Chegou onde chegou por mérito.
MOTOR |
monocilíndrico, gasolina, 155 cm³, arrefecimento a líquido |
POTÊNCIA/TORQUE |
15,4 cv @ 8.000 rpm; 1,4 kgfm @ 6.500 rpm |
TRANSMISSÃO |
Automática, relações variáveis (CVT) |
SUSPENSÃO |
Garfo telescópico, 100 mm de curso; duplo amortecedor, regulagem de pré-carga, 86 mm de curso |
CHASSI |
Underbone |
RODAS |
liga leve, 13" na dianteira e 13” traseira |
FREIOS |
Disco, 230 mm de diâmetro; Disco, 230 mm de diâmetro |
PESO |
131 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES |
altura do assento: 765 mm; comprimento: 1,94 m; entre-eixos: 1,34 m; altura: 1,16 m; largura: 0,74 m |
TANQUE |
7,1 litros (1,7 L de reserva) |
PREÇO |
R$ 15.416 |
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