Já dirigimos: O que esperar do novo Toyota Corolla híbrido
Décima segunda geração do sedã avança em tecnologia, dirigibilidade e segurança
Quando um carro perdura por décadas, como o Toyota Corolla, ele ganha o direito de ser considerado emblemático pela fabricante e, em menor medida, pelo mundo do automóvel. No caso do modelo japonês, a evolução tecnológica vem melhorando e polindo o conceito de veículo polivalente que nasceu em 1966. Construída sobre a plataforma modular TNGA, já usada pelo Prius, esta décima segunda geração estreia uma imagem mais dinâmica, além de motores híbridos e novos itens de tecnologia.
Estamos falando de um modelo tão importante para a Toyota que, a partir desta geração, ele passa a se chamar Corolla também na versão hatch europeia (antes era Auris), alinhando-se ao sedã e à perua. Foi na Europa, por sinal, que tivemos a oportunidade de dirigir em primeira mão o novo sedã - cujo design, acabamento e motorização vão servir de base para o modelo brasileiro que será lançado no fim do ano. A diferença é que, por aqui, a versão híbrida será flex pela primeira vez na história.
A oferta do Corolla na Europa se intensificou neste começo de 2019: além do invocado hatchback e da familiar perua Touring Sports, agora foi a vez de chegar o novo Sedan, com a silhueta três-volumes. Em relação ao hatch, a novidade é 26 cm mais longa e tem 6 cm a mais de entreeixos, chegando a 4,63 metros de comprimento e 2,70 m de entreeixos (mesmo do sedã atual), com largura de 1,78 m. Já o porta-malas tem capacidade para 471 litros, o que é praticamente o mesmo tamanho do modelo de hoje (470 litros).
Em termos estéticos, o novo Corolla Sedan se diferencia por uma linha mais elegante (e menos esportiva) na dianteira, com desenho mais sóbrio do conjunto de grade e faróis. A traseira tem traços mais suaves e lanternas menores que o carro atual, com um aspecto levemente mais jovem. De todo modo, a evolução de design do Corolla é inegável e agora ele se torna um dos mais atrativos de sua categoria.
Na parte mecânica, a Toyota aposta de forma inequívoca na tecnologia híbrida, algo que a marca já vinha fazendo em outros modelos na última década. O que o Corolla faz agora é basicamente aproveitar todo o aprendizado da marca com o Prius, de modo que as duas versões de estreia na Europa usam conjuntos eletrificados. A de entrada recebe o 1.8 híbrido de 122 cv - conjunto que será adotado no Corolla nacional, inclusive com tecnologia flex. Acima desta vem o novo 2.0 híbrido com 180 cv, associado à bateria que equipa o Prius e o C-HR. Em ambos os casos, a transmissão é automática do tipo CVT, mas com uma primeira marcha para deixar as saídas mais ágeis.
Em alguns mercados europeus, serão oferecidos ainda outros motores a gasolina, como um 1.2 turbo de 116 cv e um 1.6 aspirado (este somente para o Sedan), com 132 cv. No Brasil, além do 1.8 híbrido, é esperada a oferta de uma evolução do atual 2.0, desta vez com injeção direta e cerca de 170 cv, como ocorreu nos EUA. A versão de entrada GLi, com motor 1.8, deve deixar de ser oferecida e ter seu espaço ocupado pelo Yaris Sedan.
Na cabine também podemos apreciar mudanças significativas. O espaço é muito semelhante ao do carro atual, mas o desenho da instrumentação digital reforça a sensação de novidade. O quadro de instrumentos tem uma tela de 7" e combina um grande display central com outros relógios analógicos. Ao lado dele, destaca-se a nova central multimídia "flutuante" com tela de 8", com úteis botões físicos. Logo abaixo, aparecem os controles do sistema de climatização, com seus botões circulares que permitem um manejo intuitivo e preciso. Ah, e o freio de estacionamento agora é elétrico.
Entre as tecnologias do novo Corolla estão o head-up display colorido (HUD), que projeta as informações mais importantes do painel no para-brisa, e a suspensão adaptativa, com seis programas pré-determinados. Resta saber se estas atrações estarão disponíveis em nosso mercado, pois mesmo na Europa não serão para todos os países. Isso é uma pena, porque as três unidades que avaliamos durante o lançamento internacional do Corolla, em Palma de Mallorca (Espanha), dispunham tanto do HUD quanto da suspensão adaptativa, e seu funcionamento foi bastante satisfatório.
Em movimento, o novo Corolla oferece uma experiência convincente. A plataforma global TNGA eleva em um degrau a sensação de conforto e estabilidade do sedã japonês, agora com a suspensão multilink na traseira (o carro atual ainda usa eixo de torção). Ambas as mecânicas híbridas demonstraram ser mais que suficientes para mover o carro com agilidade - a 1.8 tem aceleração de 0 a 100 km/h em 11 segundos e máxima de 180 km/h, de acordo com a Toyota. Logicamente que o 2.0 Hybrid assegura um desempenho mais brilhante, sem que o ruído na cabine seja muito elevado. O isolamento do motor foi melhorado e a presença das borboletas no volante permite uma direção mais esportiva, sobretudo ao selecionar o modo Sport do sistema de condução.
O 1.8 Hybrid também se revelou eficaz, tanto pelo conforto de marcha quanto pelo consumo de combustível. Nesta primeira avaliação, registramos médias de 22,2 a 23,8 km/litro sem muito esforço, pelo computador de bordo. Passando ao 2.0 Hybrid, essas cifras caíram para entre 18 e 19 km/litro.
Em qualquer dos casos, as novas mecânicas híbridas do Corolla são eficientes e mostram que a evolução desta tecnologia está em curso. Além disso, conforme ouvimos de gente da Toyota, esta dupla de motores híbridos será empregada em outros modelos da marca a curto prazo.
Painel ganhou tela de 7" central com instrumentos analógicos nas pontas; porta-malas manteve o tamanho
Além da eletrificação, o novo Corolla trouxe novos sistemas de segurança. Na Europa, o cliente poderá escolher, dependendo da versão, entre três tipos de conjuntos ópticos: todos com luzes de LED e os mais caros com função adaptativa. Também há sistemas de auxílio ao condutor como frenagem automática de emergência (com detecção de pedestres tanto de dia quanto à noite), piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixa, aviso de ponto cego e alerta de tráfego cruzado em conjunto com a câmera de ré e os sensores de estacionamento. A maioria destes itens estão reunidos no pacote Toyota Safety Sense 2.0.
Da mesma forma que alguns equipamentos de comodidade, ainda não sabemos quais destes itens a Toyota vai oferecer no Brasil. Desde já, porém, podemos garantir que a décima segunda geração evoluiu bastante e tem tudo para fortalecer o longo legado do Corolla mundo afora.
Fotos: Motor1.com
Ficha Técnica - Toyota Corolla 1.8 Hybrid
MOTOR | dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.798 cm³, duplo comando com variador na admissão, gasolina + motor elétrico |
POTÊNCIA/TORQUE |
combustão: 98 cv a 5.200 rpm/ 14,2 kgfm a 3.600 rpm |
TRANSMISSÃO | câmbio automático CVT, tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e multilink na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 18" com pneus 225/40 R18 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e ESP |
PESO | 1.385 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.630 mm, largura 1.780 mm, altura 1.435 mm, entre-eixos 2.700 mm |
CAPACIDADES | porta-malas 471 litros, tanque 43 litros |
PREÇO | R$ 130.000 (estimado) |
Galeria: Novo Toyota Corolla Hybrid 2020 (Europa)
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