Dirigimos o novo VW T-Cross: SUV do Polo tem força para liderar
Crossover compacto aposta em tecnologia para brigar com Honda HR-V e Hyundai Creta
Depois de conhecer o novo SUV compacto na Europa, agora dirigimos o novo Volkswagen T-Cross nacional. Em uma prévia, tivemos acesso a dois protótipos, ambos equipados com o motor 1.4 TSI associado ao câmbio automático de seis marchas. Chamado de "SUV do Polo", ele traz algumas características do hatch, mas também traz itens do Golf.
O que é?
O novo T-Cross é construído sob plataforma a MQB-A0, mesma do hatch e do sedã Virtus. Aliás, seria mais justo chamá-lo de SUV do Virtus, afinal o entre-eixos do modelo brasileiro (e chinês) é o mesmo do sedã, com 2.651 mm, ou 86 mm maior que o europeu. Ele também é mais comprido, com o total de 4.199 milímetros, enquanto a altura de 1.568 mm é 1 cm maior, justificada pelo acerto da suspensão. Tudo isso para dar o novo SUV compacto competitividade no mercado local.
O espaço interno é bom. A ergonomia encontrada no banco do motorista é semelhante à do Polo, com a óbvia posição de dirigir mais elevada. Painel de instrumentos digital, central multimídia, comandos do ar-condicionado, tudo igual. Há diferenças pontuais no desenho do painel, por conta da dimensão, e por abrigar um filete de LED horizontal para iluminação ambiente igual ao do Jetta. As luzes de leitura são em LED, como as do Golf, e também estão presentes para os passageiros traseiros. Freio de estacionamento por alavanca e console central com porta-copos fixo são iguais aos do Polo.
Os passageiros no banco traseiro têm espaço generoso para pernas e ombros. Outro ponto positivo é o túnel central baixo. No porta-malas, são 373 litros, mas o compartimento pode ser ampliado para 420 litros ao deslizar os bancos traseiros para frente (solução semelhante ao do Fox). Nesta configuração flexível, fica próximo aos 437 litros do Honda HR-V e dos 431 litros do Hyundai Creta.
Como Polo e Virtus, o T-Cross também adotará visual exclusivo para o mercado brasileiro. Segundo a Volkswagen, grade e para-choque dianteiro são próprios para a América Latina e foram desenvolvidos no Brasil - como aconteceu com o hatch e o sedã.
No mercado nacional, o T-Cross será vendido com opções de motores 1.0 TSI, com 115/128 cv e 20,4 kgfm de torque (o 200 TSI) e 1.4 TSI, com 150 cv e 25,5 kgfm de torque (o 250 TSI) com câmbio automático de seis marchas e tração apenas dianteira. O SUV compacto ainda terá o motor 1.6 MSI de 110 cv, que equipará os modelos para exportação na América Latina e que, ao menos neste primeiro momento, não será oferecido por aqui.
Quando falamos em equipamentos, basta ver os catálogos de Polo/Virtus, Jetta e Tiguan para ter uma ideia do que o T-Cross terá. Os itens de segurança são destaque, com seis airbags, frenagem pós-colisão e os controles de tração e estabilidade em conjunto com o assistente de partida em rampas. As versões mais caras, com o motor 1.4, trarão do Jetta os modos de condução, luzes internas configuráveis e o painel de instrumentos com tela de TFT de 10,2". Nos itens opcionais, haverá sistema de som assinado pela Beats Audio, teto-solar panorâmico e até mesmo assistente de estacionamento automático. As rodas serão de 16" com pneus 205/60 ou 17" com pneus 205/55. Para os passageiros do banco traseiro, há saídas de ar e duas portas USB.
Como anda?
Ao sentar no banco do motorista, a sensação é a de estar num Polo com posição mais elevada, o que é esperado em um SUV. O volante é regulável em altura e profundidade, e os bancos têm bom apoio lateral. A visibilidade geral está na média, mas os adesivos não permitiram ter uma uma impressão mais assertiva.
O local escolhido para este primeiro contato foi a pista Fazenda Capuava, um circuito bem pavimentado, travado e com alguns aclives. Ligo o motor por botão, chama a atenção a leveza da direção elétrica nas manobras iniciais e em baixa velocidade. Ao acelerar, o torque do motor 1.4 TSI disponível em baixa rotação empurra o SUV com gosto. Diferentemente do que acontece no novo Jetta, a sensação no T-Cross é a de que este motor está na medida para o SUV.
“Do Golf, ele herda o conjunto mecânico com motor e câmbio”, explica José Loureiro, chefe de engenharia. A suspensão é oriunda do Virtus, com eixo de torção na traseira, mas com ajustes específicos para o T-Cross para “entregar a melhor relação entre conforto e a dirigibilidade Volkswagen”, explica Loureiro.
Embora seja um protótipo, o acerto do isolamento acústico já está finalizado e agrada pelo baixo nível de ruído, mesmo acelerando no modo Sport.
Com o pavimento perfeito, foi necessário invadir as zebras para entender melhor a suspensão - que filtrou bem as ondulações neste cenário. Destaque também para o comportamento em velocidades mais altas, com a sensação do carro postado no chão. Ao entrar em curvas com mais vontade, há bom controle da trajetória e inclinação pequena da carroceria.
No geral, a sensação é de que o ajuste dinâmico está mais refinado do que no Polo, lembrando o hatch em questão valoriza o conforto e perde um pouco do Golf nas curvas. Agora, só resta esperar a apresentação final sem a camuflagem e a estratégia de preços da Volkswagen para seu primeiro SUV compacto.
O T-Cross será apresentado no dia 25 de outubro e irá aparecer ao público pela primeira vez no Salão de São Paulo. A produção em São José dos Pinhais (PR) começa somente em 2019.
Fotos: divulgação
Galeria: Volkswagen T-Cross (Brasil) protótipo
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