Primeiras impressões Audi Q5 - Seguindo a família

Em outras ocasiões, já andamos e testamos o Audi A4 e o A5 Sportback. Em termos de dirigibilidade e conforto, eles estão entre os melhores à venda no Brasil. O SUV Q5, lançamento da marca alemã no Brasil, quer trilhar o caminho de seus irmãos para continuar sendo o utilitário esportivo mais vendido da Audi no mundo. Para comprovar isso, aceleramos a versão topo, Ambition pelas ruas e estradas do Rio de Janeiro (RJ).

 O que é?

O Q5 é o primeiro Audi a chegar ao Brasil importado do México. Fabricado em San José Chiapa, usa a plataforma MLBEvo, a mesma do A4 e A5 e de muitos outros modelos do Grupo Volkswagen, inclusive Porsche e Bentley. O motor 2.0 TFSI é o mesmo usado nos irmãos já lançados no país, mas apenas com a opção de 252 cv e 37,7 kgfm de torque. Ele tem dupla injeção de combustível (direta e indireta) e coletor integrado ao cabeçote, além do duplo comando de válvulas variável, mas não muda o ciclo de combustão, como a versão de 190 cv faz no A4 e A5 para economizar combustível. Ligado a ele está o câmbio S-Tronic (dupla embreagem) de 7 marchas com um novo sistema de tração quattro.

A principal diferença é a capacidade da tração ser distribuída, automaticamente, 100% para a dianteira, o que melhora o consumo de combustível. Quando necessário, usando a leitura de oito unidades eletrônicas (ABS, motor, transmissão, tração, direção, suspensão, reboque e injeção), a distribuição varia entre os eixos. Para controlar isso no painel, a variação depende do modo de condução escolhido (off-road, Comfort, Eco, Dynamic, além da Individual e auto). 

O novo Q5 é maior que o anterior. São 3,4 cm a mais de comprimento e 1,2 cm no entre-eixos. Mesmo assim, ele é até 50 kg mais leve, sendo 20 kg só na estrutura, que usa aços de formação a quente e de alta resistência. Ainda na estrutura, a suspensão traseira usa o mesmo sistema da dianteira, independente five link. 

 Como anda?

Quem já conhece o A4 e A5 se sente em casa no Q5. Afinal, é a mesma plataforma, motor e câmbio, mas em uma carroceria de SUV, com maior altura do solo e espaço interno para os passageiros. O desenho do painel é praticamente o mesmo, inclusive a tela de TFT no lugar do painel de instrumentos e a central multimídia com tela de 8,3" com controles no console central. Acabamento é bem feito, com cuidado e sem exageros, seguindo a escola alemã, e o painel do ar-condicionado de 3 zonas tem sensor de movimento. No porta-malas, são 550 litros de capacidade, ou 1.550 l com bancos totalmente rebatidos. 

O desempenho soa familiar. Nem parece que estamos em um carro com mais de 1.700 kg, já que a resposta imediada de força empurra o Q5 em acelerações e retomadas. E olha que ainda não é o SQ5, prometido para novembro com seu motor V6 TFSI de 353 cv. Mesmo assim, é bem suave e linear, como o público deste segmento deseja. Quer andar rápido? Ele responde. Quer apenas levar a família para um passeio? Também faz. Assim como os...A4 e A5. 

O melhor (e diferecial) do Q5 está na suspensão. Além de mais alta, para encarar trajetos mais "desafiadores", filtra melhor o que passa ao interior, mesmo usando as rodas de 20" com pneus 255/45. Com a melhoria no sistema da traseira, o Q5 é estável até em pisos ruins. Não tivemos a oportunidade de testar o sistema em velocidade de estrada, mas faremos isso assim que o carro chegar para um teste completo. O sistema adaptativo, a ar, estará disponível para a versão blindada, que chega ao Brasil nos próximos meses por R$ 354.990 e terá proteção 3A de fábrica.

 Quanto custa?

O Q5 2018 chega ao Brasil em três versões, sempre com o mesmo conjunto de motor 2.0 TFSI de 252 cv, câmbio S-Tronic de 7 marchas e tração quattro. A Attraction (R$ 244.990) oferece faróis de xenônio, câmera de ré, central multimídia com tela de 7", sensores dianteiro e traseiro de estacionamento, bancos elétricos, navegador GPS, espelhamento de smartphones, seletor de modos de condução e rodas de 18".

A versão Ambiente (R$ 274.990) adiciona pacote visual Sport, com para-choques e detalhes esportivos, painel de instrumentos em TFT, rodas de 19", assistente de estacionamento, porta-malas elétrico, teto solar panorâmico, ar-condicionado de 3 zonas e partida sem chave. A Ambition, testada aqui, custa R$ 292.990, e adiciona o pacote exterior em preto brilhante, rodas de 20", faróis em LED, interior com luzes customizadas e assistente de farol alto. 

Opcionais? Sim. Disponíveis a partir de setembro, os sistemas semi-autônomos de condução chegarão ao Q5. Por R$ 6.500, adiciona o assistente de tráfego reverso, onde o condutor é avisado caso tenha um carro no sentido contrário, o alerta de ponto cego nas saídas de vagas e o Pre Sente, que percebe o risco de colisão e prepara o ambiente para o menor efeito nos passageiros. Há ainda o Assistance Tour, de R$ 12.600, com o piloto automático adaptativo, assistente de faixa e o de tráfego, que acelera e freia automaticamente até os 65 km/h. 

A questão é: quase ao mesmo tempo, a Volvo mostrou a nova geração do XC60. Um de seus principais concorrentes, traz muito destes opcionais como itens de série. Qual é melhor? É algo que veremos em breve. Por enquanto, nada como a familiaridade do Q5 com seus (bons) irmãos. 

Por Leo Fortunatti, do Rio de Janeiro (RJ) - Viagem a convite da Audi

Fotos: divulgação

 Audi Q5 Ambition 2018