A indústria automotiva japonesa está enfrentando um escândalo, com Honda, Mazda, Suzuki, Toyota e Yamaha sendo investigadas por irregularidades na certificação de diversos modelos, incluindo os testes de segurança obrigatórios. Não é a primeira vez que a Toyota é acusada e, novamente, teve que interromper as entregas de três modelos, mas a surpresa é a descoberta de que outras empresas também teriam fraudado os relatórios de certificação.

“É extremamente lamentável que novos atos fraudulentos tenham surgido, uma vez que atos fraudulentos em aplicações de designação de tipo minam a confiança dos utilizadores e abalam os próprios alicerces do sistema de certificação automóvel”, afirmou o Ministério do Transporte do Japão em uma declaração enviada à imprensa nesta segunda-feira (3).

Segundo o ministério, as cinco empresas tiveram que suspender as entregas dos veículos afetados, porém a lista divulgada por cada uma mostra que apenas Toyota e Mazda ainda produzem e comercializam os carros sob suspeita. A Toyota interrompeu as entregas do Yaris Cross, Corolla Fielder e Corolla Axio (como é chamada a versão sedã no Japão), enquanto a Mazda suspendeu a produção do Roadster/MX-5 e do Mazda2.

A lista é muito maior para veículos que já encerraram a produção e aqui a maior afetada é a Honda, com mais de 20 modelos acusados de diversas irregularidades, como emissão de ruídos, potência do motor. Muitos dos veículos são específicos para o Japão, mas há alguns nomes conhecidos como as gerações anteriores e Fit, HR-V, Accord e CR-V. A Toyota tem quatro carros sob suspeita: Crown, Isis, Sieta e Lexus RX, sendo que somente o último foi vendido no Brasil e o carro acusado é da geração passada.

Honda Vezel Hybrid

A investigação é sobre toda a indústria no Japão e o ministério instruiu 85 fabricantes a realizarem suas próprias apurações internas sobre possíveis fraudes. Até o fim de maio, somente cinco acusaram problemas, com outras 68 declarando que não encontraram problemas e as demais ainda estão averiguando.

Esta situação é pior para a Toyota, que já foi acusada de fraudar testes de homologação em mais de uma ocasião e o novo caso surge pouco antes do encontro anual de investidores, marcado para junho. Dois grupos de investidores estão recomendando que Akio Toyoda, atual chairman da fabricante, não seja reeleito, citando que o executivo é responsável pelos problemas e pela “cultura perpetuando os erros.”

Todas as fabricantes afirmam que seus veículos produzidos em outros países não são afetados, por seguirem regras e um processo de homologação diferente, logo seguem sendo produzidos e entregues aos clientes.

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