A Stellantis tem planos ambiciosos para ter uma linha de veículos de passageiros totalmente elétrica na Europa até 2030. Nos Estados Unidos, a meta é de 50%. Esse é o ponto crucial do plano Dare Forward 2030 do conglomerado e, apesar da queda nas vendas de veículos elétricos nos EUA, ele ainda está a todo vapor. Mas isso não significa que a empresa não construirá carros movidos a combustão se for isso que os compradores quiserem.

Essa é a conclusão de um relatório recente da WardsAuto, que cita a diretora financeira da Stellantis, Natalie Knight, falando sobre a flexibilidade de construir veículos movidos a combustão a partir de plataformas elétricas. Não é a primeira vez que ouvimos um executivo da Stellantis falar sobre flexibilidade, mas o relatório apresenta as coisas em um espectro mais amplo. Em resumo, se houver demanda por uma versão a combustão de um elétrico, a Stellantis está aberta a seguir por esse caminho.

Jeep Wagoneer S Exterior

"Não quero ignorar o fato de que queremos ficar perto do consumidor e, se percebermos que há uma oportunidade com os modelos que apresentamos primeiro como BEV, analisaremos isso", disse ela, de acordo com a WardsAuto.

Apesar dos planos para um futuro totalmente elétrico, a Stellantis tem uma nova gama de plataformas STLA projetadas para acomodar trens de força elétricos ou de combustão. A empresa vê isso como uma vantagem para o futuro, e por que não? Como o setor automotivo está mudando da combustão para a eletricidade, ter essa flexibilidade é certamente uma vantagem. Mas não se pode deixar de contemplar a questão mais ampla aqui. O que acontecerá se, em 2030, 75% dos compradores nos EUA quiserem um veículo a combustão? Isso anulará o plano de 50% de frota elétrica em 2030 bancado pelo plano?

Embora o futuro seja incerto, um porta-voz da Stellantis nos confirmou que, até o momento, a empresa não está mudando ou reconsiderando aspectos de sua meta para 2030. O plano continua sendo de 50% de veículos elétricos nos EUA e 100% na Europa. Na Europa, as vendas de veículos elétricos ainda estão indo bem. Nos Estados Unidos, a situação não é tão animadora, embora alguns modelos estejam se saindo melhor do que outros. Porém, 2030 está a apenas seis anos de distância. A menos que o mercado automotivo faça um ajuste significativo, uma linha de carros novos que seja 50% elétrica pode ser difícil de se alcançada nos EUA.

E o Brasil?

A Stellantis já havia anunciado os planos de produzir carros com a tecnologia chamada Bio-Hybrid, oferecendo veículos híbridos com sistema flex. O Bio-Hybrid englobará os três tipos de motorização, com o híbrido-leve, híbrido convencional e híbrido plug-in, com a aplicação variando com o automóvel e seu posicionamento de mercado. Por exemplo, os híbridos-leve estarão mais presentes nos carros de entrada. Tudo dentro de uma meta de ter 40 lançamentos por aqui até 2030.

O primeiro híbrido chegará às lojas ainda no segundo semestre deste ano, mas a fabricante faz silêncio sobre qual carro será, de qual marca ou mesmo qual a tecnologia empregada. A única informação divulgada é que será produzido em Goiana (PE), o que reduz as possibilidades para Fiat Toro, Jeep Renegade, Compass, Commander e Ram Rampage. 

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