O relacionamento entre Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot, e o governo italiano não está nada bom. O país está pressionando a fabricante para que aumente a sua capacidade de produção para 1 milhão de veículos por ano, das atuais 750 mil unidades, em um plano de longo prazo. Como a Stellantis tem recusado, o governo local tem conversado com marcas chinesas sobre a possibilidade de produzir na Itália.

Esta conversa entre Itália e as fabricantes chinesas não agradou nem um pouco a Stellantis. Carlos Tavares, CEO da empresa, participou de um evento em Turin (Itália) e deu um aviso: "Se alguém quiser introduzir competidores chineses, eles serão responsáveis pelas decisões impopulares que podem ter que ser tomadas."

Melfi FCA

O executivo foi além, explicando que, se pressionados, teriam que acelerar os seus esforços de aumentar a produtividade, mas que a Stellantis pode perder participação de mercado e volume de vendas. "Então podemos não precisar de tantas fábricas como temos agora. Estamos prontos para batalhar, mas em uma batalha, há casualidades."

A declaração vem depois de meses de especulações de que a Stellantis estava estudando mover sua produção para países com um custo menor, o que gerou muitas críticas na Itália. Tavares havia declarado que isto é "fake news" e disse que estavam investindo "pesado" no país. Porém, a empresa está prestes a cortar cerca de 3.700 postos de trabalho e o sindicato local está preparando-se para entrar em greve na próxima sexta-feira (12). A fabricante culpa o governo local por não dar os novos incentivos para carros elétricos que foram prometidos no final de 2023.

Este impasse levou o governo italiano a falar com outras fabricantes, buscando alguma que esteja interessada em erguer uma fábrica de alto volume no país. Teriam procurado pelas empresas chinesas, como BYD e Chery, além da Tesla. O ministro da Indústria Adolfo Urso, disse em uma audiência que "se não houver um aumento na produção, que caiu dramaticamente nos últimos anos, o fundo automotivo de cerca de 6 bilhões será usado no ano que vem para apoiar novas fábricas, fortalecer componentes e, é claro, suportar o estabelecimento de uma outra fabricante de carros."

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