Após amargar cinco anos seguidos de vendas em queda no mercado global, a Jeep colocará em prática estratégia comercial inédita para recuperar o terreno perdido. Em entrevista concedida à agência de notícias Automotive News, o novo CEO da marca, Antonio Filosa, deu detalhes sobre os novos planos e adiantou que o projeto de eletrificação total da empresa passará por revisões.

Com isso, veículos inicialmente previstos apenas como elétricos passarão a contar também com versões equipadas com motores a gasolina. É o caso do Recon e do Wagoneer S. Os dois - apresentados até agora apenas conceitualmente - chegarão ao mercado até 2025 com as duas opções de powertrain, atendendo ampla variedade de públicos e mercados.

Jeep Recon 2024

A estratégia só será possível por conta da versatilidade da plataforma STLA Large, que será usada pelos dois SUVs. A base foi recentemente adotada na nova geração do Dodge Charger e tem capacidade para acomodar tanto conjuntos elétricos quanto propulsores tradicionais de combustão interna. O próprio esportivo oferece as duas opções.

"Precisamos agarrá-las ou alguém o fará", disse Filosa sobre o surgimento de oportunidades para o lançamento de versões tradicionais. A mudança de planos coincide com a queda na demanda por elétricos verificada nos últimos meses. Na América do Norte, por exemplo, a procura por SUVs equipados com motores a gasolina ainda é grande e justifica a oferta das duas opções de motorização.

SUV elétrico da Jeep baseado na plataforma STLA

A Jeep tem metas de crescimento ambiciosas e, só nos Estados Unidos, espera vender 1 milhão de unidades por ano. Será uma tarefa e tanto alcançar os números, especialmente depois de retirar de oferta por lá modelos acessíveis e de volume como Renegade e Cherokee.

Além disso, a marca vem enfrentando quedas seguidas no mercado global há cinco anos seguidos. Depois do pico de 973.227 unidades vendidas em 2018, a empresa caiu para 643.000 unidades em 2023.

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