Durante uma recente entrevista, o diretor financeiro da BMW, Walter Mertl, declarou uma mudança significativa na dinâmica de vendas da empresa, afirmando que o ponto de inflexão das vendas de veículos com motor a combustão foi superado. Mertl enfatizou que os carros elétricos agora impulsionam a maior parte do crescimento das vendas da marca.
De acordo com Mertl, a previsão é de que o patamar atual de vendas de carros a combustão persista por enquanto e diminua gradualmente. Ele atribuiu essa tendência às iminentes regulamentações ambientais que restringirão as vendas de veículos convencionais. Com prazos regulatórios já definidos em regiões que vão desde a China e a União Europeia até alguns estados dos EUA, os fabricantes de automóveis estão enfrentando uma pressão cada vez maior para acelerar o desenvolvimento e a produção de veículos elétricos.
A BMW, em resposta a esses desafios, registrou uma participação de 15% de veículos 100% elétricos no total de vendas de seus carros no ano passado. De forma ainda mais impressionante, o i4 M50 foi o produto mais vendido da BMW M, divisão esportiva da marca, pelo segundo ano consecutivo. A empresa tem como meta ambiciosa uma participação de 33% até 2026, revelando seis novos modelos em sua linha Neue Klasse EV. Espera-se que o primeiro a chegar em 2025 seja um SUV elétrico do tamanho do X3.
No entanto, Mertl reconheceu a lucratividade dos carros com motores de combustão e carros totalmente elétricos não se equipararão antes de 2026. Ele apontou para os custos mais altos associados à incorporação de novas tecnologias de bateria nos modelos que virão no futuro.
Apesar da mudança para a mobilidade elétrica, a BMW continua comprometida com a venda de veículos com transmissões manuais. A empresa confirmou que o M2, o M3 e o M4 continuarão a oferecer caixas de câmbio manuais, pelo menos para a geração atual de carros. Quando questionada sobre a porcentagem de vendas de carros com câmbio manual, a BMW disse ao TopGear que 15 a 20% dos modelos M3 e M4 foram vendidos com caixas de câmbio mecânicas, número que teria sido ainda maior para o M2.
Fonte: Reuters