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Funcionários da fábrica da Chevrolet S10 entram em greve após demissões

Sindicato reage após demissões de trabalhadores de São José dos Campos, Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul

General Motors - São José dos Campos

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região começou esta segunda-feira (23) anunciando uma greve na fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP). É uma reação às demissões que a empresa fez no último sábado, quando enviou e-mails e telegramas anunciando o desligamento de uma quantidade desconhecida de funcionários do complexo no interior paulista, além das unidades em Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul.

Em seu site oficial, o sindicato afirma que a greve será por tempo indeterminado e a condição de retorno é o cancelamento de todas as demissões. O grupo ainda pede por estabilidade no emprego e manutenção dos postos de trabalho, lembrando que a GM havia feito um acordo de layoff em junho, garantindo a estabilidade de emprego para todos até maio de 2024. Assim, as demissões teriam quebrado o acordo.

Em nota, a GM reconhece a greve e justifica as demissões, afirmando que são consequência da queda nas vendas e exportações nos últimos meses:

"Foi aprovada pelos empregados, nesta segunda-feira, 23 de outubro, em assembleias realizadas pelos sindicatos dos metalúrgicos de São Caetano do Sul, São Jose dos Campos e Mogi das Cruzes a proposta de greve por tempo indeterminado.

Reiteramos que a queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Esta medida foi tomada após várias tentativas atendendo as necessidades de cada fábrica como, lay off, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário. Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro.

A GM reforça que a segurança dos empregados é nossa prioridade".

Do outro lado, o sindicato local diz que a GM não está com problemas financeiros e faz um paralelo com a greve que está acontecendo nos Estados Unidos e Canadá:

“Não existe crise na GM. O que existe é um processo de reestruturação da montadora em todas as suas unidades, no mundo. Nos Estados Unidos, os companheiros da GM estão em greve há um mês, por melhores salários e direitos. Em São José dos Campos, também reivindicamos a redução da jornada sem redução de salário”

Fábrica da GM - Chevrolet - São Caetano do Sul

O anúncio das demissões foi uma surpresa e o sindicato aponta que não houve nem uma negociação a respeito. O complexo em Mogi chegou a ter uma oferta de Programa de Demissão Voluntária há dois meses, que foi recusado pelos funcionários. Enquanto isso, a fábrica em São José dos Campos estava em 1,2 mil trabalhadores em suspensão temporária de contratos (o chamado “layoff) desde 3 de julho.

A fábrica de São José dos Campos é responsável pela montagem da picape S10 e do SUV Trailblazer, ennquanto o complexo em Mogi das Cruzes faz peças para a caminhonete. Já a planta de São Caetano do Sul produz Spin, Tracker e Montana, além de ser a sede da empresa no Brasil.


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