Greve nos EUA paralisa produção na maior fábrica da Ford

Linha de montagem no Kentucky tem 8.700 funcionários em greve

Linha de montagem da Ford Super Duty 2023 nos EUA Linha de montagem da Ford Super Duty 2023 nos EUA

A United Auto Workers (UAW), sindicato estadunidense que reúne os trabalhadores da indústria automotiva, declarou greve na fábrica de picapes e veículos grande da Ford em Louisville, Kentucky (EUA), responsável pela produção das caminhonetes F-Series Super Duty e os SUVs Expedition e Lincoln Navigator. A fábrica emprega 8.700 trabalhadores sindicalizados e é a maior fábrica da marca.

A declaração do UAW sobre a expansão de sua greve em andamento afirmou que a Ford lhes fez a mesma oferta de duas semanas atrás. "Foi uma medida inaceitável que desencadeou uma resposta forte e imediata", escreveu o sindicato. Sem alterações nas propostas, a paralisação recebeu sinal verde.

Em vídeo, o líder sindical da UAW Shawn Fain explica em mais detalhes porque a greve está se expandindo. Ele acredita que fazer a mesma oferta novamente é um sinal de que a montadora não está levando as coisas a sério. A Ford divulgou sua própria declaração sobre a situação: "A decisão do UAW de convocar uma greve na fábrica de caminhonetes da Ford em Kentucky é extremamente irresponsável, mas não surpreende, dada a estratégia declarada da liderança sindical de manter as grandes montadoras dos EUA paradas por meses por meio de 'danos à reputação' e 'caos industrial'", escreveu a montadora. A empresa considerou sua oferta "excepcional".

O UAW entrou em greve contra Ford, General Motors e Stellantis em 15 de setembro de 2023. Ela começou inicialmente com 13.000 trabalhadores e se expandiu desde então. Em 29 de setembro, o esforço cresceu para 25.000 operários, abrangendo 43 instalações em 21 estados.  Recentemente, quase 4.000 membros do sindicato da Mack Trucks, subsidiária da Volvo Trucks, aderiram à iniciativa. Em 26 de setembro, o presidente estadunidense Joe Biden visitou o piquete no centro de redistribuição Willow Run da GM. Ele falou em apoio à greve, mesmo quando as montadoras se manifestaram contra a greve.

"Estamos desapontados com as ações da liderança do UAW, apesar do pacote econômico sem precedentes que a GM colocou na mesa, incluindo aumentos salariais históricos e compromissos de fabricação", disse a General Motors em um comunicado quando a greve começou.

As negociações com a GM levaram a montadora a se oferecer para permitir que o UAW sindicalizasse futuros empregos na área de baterias para veículos elétricos. Fain chamou isso de "grande avanço". Entretanto, os dois lados ainda não chegaram a um acordo final.

"Estamos extremamente desapontados com a recusa da liderança do UAW em se envolver de forma responsável para chegar a um acordo justo no melhor interesse de nossos funcionários, suas famílias e nossos clientes", disse Stellantis no início da greve. O UAW fará uma transmissão ao vivo hoje, 13 de outubro, nas redes sociais para anunciar o status atual das negociações com a Ford, GM e Stellantis. O Motor1.com fará a cobertura dessa coletiva de imprensa.

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